Homens armados com granadas e explosivos atacaram simultaneamente diversos cibercafés na Faixa de Gaza, na quarta-feira (29/11). Os estabelecimentos foram seriamente danificados, mas ninguém ficou ferido. Ainda que nenhum grupo tenha reivindicado a autoria dos ataques, alguns dos donos dos cibercafés acusam fundamentalistas islâmicos que têm liderado uma campanha contra lojas deste tipo.
‘Alguns fanáticos estão irritados com o fato de que muitos jovens têm acesso à internet’, afirmou o proprietário de um dos cafés atingidos ao jornal Jerusalem Post. ‘Eles alegam que a internet está corrompendo os jovens porque os expõe aos valores e cultura ocidentais e a sítios pornográficos’. Como parcela significativa da população local não tem dinheiro para comprar um computador e manter uma conexão de internet, cibercafés começaram a pipocar na região e viraram um grande sucesso.
Um dos donos descreveu os ataques como um ‘ato covarde’. Ele estima prejuízo em sua loja de US$ 3 mil, já que o local foi completamente destruído. Nabil al-Atleh, dono do Coffee Net, no centro da Cidade de Gaza, afirmou que os atentados ocorreram logo antes do horário de orações nas mesquitas locais. Todos os 30 computadores em sua loja foram destruídos, e o prejuízo total é avaliado em US$ 5 mil.
Na cidade de Rafah, uma loja que vendia CDs e fitas-cassete foi incendiada. O proprietário afirmou que já tinha sido alertado por homens mascarados para não vender produtos ligados a música moderna e ocidental.
‘As pessoas por trás destes ataques estão tentando transformar a Palestina em um país ao estilo Talibã, onde os cidadãos são executados por assistirem à TV’, disse um membro do Fatah. ‘Qual será o próximo passo? Eles vão confiscar as antenas e rádios de nossas casas?’. Informações de Khaled Abu Toameh [The Jerusalem Post, 29/11/06].