A Infoglobo e a TV Globo foram condenadas pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, em com decisão confirmada pelo Superior Tribunal de Justiça, a pagar uma alta indenização ao desembargador Eduardo Mayr por terem abusado do direito a informação e publicado várias matérias no jornal O Globo, inclusive de primeira página e com exibições no Fantástico, com fins de afetar de forma negativa a sua imagem. Acho interessante publicar essa notícia no Observatório até para abrir uma discussão sobre os limites do direito à ampla informação – o que acredito ser o interesse público. Mas como defini-lo? Neste caso entendeu o STJ que não houve interesse público na informação, mas tão-somente o abuso dele com intenção de denegrir a imagem de um magistrado. E também para as pessoas verem que, embora a Justiça erre, se estiverem certos vale a pena lutar. Terão o que lhes é de direito, mesmo contra um adversário tão poderoso. A íntegra da noticia está disponível aqui, no site do STJ.
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Cadê a grande cobertura da mídia sobre os Jogos Para-Pan? Cadê os atletas em emocionantes entrevistas em horário nobre? Ahhh…. é porque são ‘diferentes’. Esta é nossa mídia televisiva… Mesmo nos grandes sites da internet, antes ficava tudo na primeira página, agora é preciso procurar muito. E o Brasil está melhor ainda do que no Pan-Americano recém-encerrado. Proporcionalmente, nem se fala. E por que este Observatório ainda não reclamou disso? Já faz mais de um dia e nada aparece… (Luiz Antonio Franke Settineri, licenciado em Ciências Sociais, Cuiabá, MT)
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Acompanhei com indignação o Globo Esporte de quarta-feira (15/8/). A emissora pôs no ar um VT claramente pró-Bernardinho em detrimento do levantador Ricardinho. Sugeriu na ‘nota coberta’ que a tal ‘família Bernardinho’ sempre esteve acima de valores individuais para priorizar o conjunto, como se o Ricardinho, maior jogador de vôlei do mundo, fosse uma ‘ovelha desgarrada’. Ora, a versão real do corte de Ricardinho do Pan nunca veio à tona. Portanto, como a Globo – a maior emissora do país, um ‘canhão’ – crucifica em rede nacional um jogador antes de divulgar informações fundamentais para o entendimento do telespectador sobre o caso? Foi uma covardia! Sugiro que o editor do site assista à edição paulista do Globo Esporte e tire algumas conclusões. Garanto que ele ficará tão revoltado como eu. (Luís Rosenberg, jornalista, São Paulo, SP)
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Fico estarrecido ao me deparar com situações em que, em nome da liberdade de imprensa, se divulgam informações privadas do cidadão expondo-o à toda sorte de riscos diante da criminalidade. A notícia dada na internet pelo portal G1 (ver aqui) a respeito da morte de um médico num assalto, divulgaram seu documento de identidade do Conselho Regional de Medicina, com todos os seus demais dados documentais (RG, CPF, título eleitoral, certificado militar e até assinatura). Imaginem as conseqüências desses dados nas mãos de criminosos oportunistas, aproveitando-se do estado de choque dos familiares indefesos e desprevenidos!
Na minha opinião, este tipo de atitude do jornalista é oportunista (como ele obteve a foto do documento?) e irresponsável, para não dizer omissa e conivente com a criminalidade ao fornecer deliberadamente estas informações ‘a quem possa interessar’. O leitor comum não tem o mínimo interesse em saber o número dos documentos e assinatura da vítima, que só podem interessar aos criminosos mal-intencionados. É o mesmo que entregar o galinheiro para uma raposa tomar conta. Muitas vezes vejo divulgados pela mídia o nome e até o endereço de testemunhas de crimes, o que pode colocar em risco a segurança física dessas pessoas. (João Carlos Falsetti, engenheiro, São Paulo, SP)
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Na quarta-feira (15/8) foi surpreendente o tom das brincadeiras de Jô Soares com relação ao presidente Lula. É o momento em que se sai de uma ironia ao excesso para uma espécie de crítica sistemática, o que dá a impressão de desmontagem da imagem, pela ridicularização quase próxima à mágoa. Citando uma frase do presidente segundo a qual no momento que o mundo conhecer a cachaça brasileira vai abandonar o uísque – frase boba, mas parte da espontaneidade lendária do personagem – o apresentador comentou: ‘Ao contrário do que se diz, ele não entende nada de bebida’. Um silêncio pesado chamou a vinheta.
No debate com ‘as meninas’, ao elogiar o modo durão e ar de competente do ministro Nelson Jobim, aproveitou para completar: ‘Não sei se vai agradar ao presidente’. Ainda mais algumas: ‘Não faz pilates, mas fez-se de Pilatos, lavando as mãos’. E, comentando uma frase de Lula segundo a qual seus assessores não iriam ir até Washington a cada tremor no mercado, como teria feito o antigo governo, soltou o verbo sobre ser esse um comentário desnecessário e só adequado ao papel de oposição etc, etc, etc. O denso do comentário soou como se, mais que rir dos excessos e deslizes do presidente, estivessem escavando uma a uma das suas falas à procura de qualquer coisa que rendesse um comentário crítico. Logo de Jô, de quem sempre aguardamos uma amplitude além de todo sectarismo. (Afonso Junior Ferreira de Lima, escritor, professor, mestre em Filosofia pela PUCRS, Porto Alegre, RS)
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Sou leitor do JB Online, mas semana passada tive uma grande decepção: o jornal plagiou descaradamente a matéria de um site especializado em quadrinhos. Confira aqui, aqui e aqui. Acredito ser dever do Jornal do Brasil dar esclarecimentos de como isso ocorreu, pois o jornal não pode apenas tirar a página do plágio do ar e continuar sem esclarecimentos ao seu público. (Roberto Hunger Junior, funcionário público, Estiva, MG)
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Universitário, Niterói, RJ