Leia abaixo a seleção de segunda-feira para a seção Entre Aspas.
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Folha de S. Paulo
Segunda-feira, 10 de novembro de 2008
ELEIÇÕES NA REDE
Boom de sites de campanha não explora interatividade
‘A internet, terreno em que as campanhas de Barack Obama e Fernando Gabeira fizeram sucesso neste ano, é ocupada cada vez mais por candidatos, mas poucos sabem explorá-la.
Segundo pesquisa da UnB (Universidade de Brasília), houve crescimento de 317% no número de sites de candidatos no Brasil, em comparação com as últimas eleições municipais. Mas o boom não foi acompanhado da interatividade, como fizeram o presidente eleito dos EUA e o candidato derrotado à Prefeitura do Rio.
Os dois mobilizaram jovens para suas campanhas, criando ‘pontos de encontro’ de adeptos em seus sites. As páginas tinham espaços em que voluntários organizavam ações sem a tutela dos candidatos, mas em favor deles. Eleitores de Gabeira, por exemplo, fizeram uma doação de sangue em massa, imagem que depois foi usada na campanha oficial.
O mesmo não ocorreu com os demais candidatos. Segundo estudo de Francisco Brandão, pesquisador da UnB, 9.254 candidatos a prefeito e vereador criaram sites de campanha, contra 2.218 em 2004. Mas a maioria ignorou recursos interativos, usando as páginas como ‘folders eletrônicos’ -com fotos, textos e vídeos apenas.
A falta de legislação clara sobre propaganda na internet e o receio em descentralizar a campanha frearam, segundo especialistas, a interatividade. Neste ano, o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) adotou para a internet as regras na campanha de TV e rádio, o que gerou dúvidas entre candidatos.
‘Muitas vezes o candidato tem insegurança de fazer determinado evento e depois ser questionado pela Justiça Eleitoral’, diz Brandão.
Sem milagres
Especialistas afirmam que as experiências de Obama e Gabeira vão obrigar os demais a ampliar o uso de ferramentas digitais. Mas não crêem no surgimento de um fenômeno eleitoral só a partir da rede.
‘Se um candidato de pouquíssima relevância usa a internet muito bem, isso não vai necessariamente alçá-lo a uma posição melhor’, diz o cientista político Francisco Paulo Jamil, da UFMG.
A pesquisa de Brandão indica justamente que a internet serviu, até agora, a candidatos com forte estrutura de campanha. A proporção de candidatos ‘conectados’ é maior nos principais partidos e entre políticos que já exercem mandato.
‘É preocupante, porque a internet pode apenas repetir distorções que existem no nosso sistema eleitoral e político. Mas mostra a força desse meio, porque os atores mais influentes já estão interessados nele’, diz.
A campanha de Obama afirma ter recebido doações de 3,1 milhões de pessoas na internet. Gabeira tentou arrecadar pela rede, mas não conseguiu autorização do TSE, que promete regulamentar esse tipo de doação para a próxima eleição.
O avanço sobre a rede tem como alvo uma fatia de 34% da população que acessa a internet, segundo o Comitê Gestor da Internet. O percentual chega a 60% entre os jovens.
Para Jamil, os candidatos com eleitorado jovem têm mais chance de ‘lucrar’ com a internet, mas devem adequar o site. ‘Se o candidato defende propostas para os jovens, e esse eleitor entra no site e só há uma foto e um texto chato que está desatualizado, esse vínculo é quebrado.’’
Internet eleva risco de campanha negativa
‘Um vídeo que ocupou por um dia o sexto lugar entre os mais vistos do mundo no YouTube mostrou o que as campanhas pela internet podem gerar.
Com o mesmo figurino e cenário usado por Leonardo Quintão (PMDB), candidato à Prefeitura de Belo Horizonte, o humorista Tom Cavalcante fez um vídeo parodiando o adversário de Márcio Lacerda (PSB). Ao final, Tom diz que a cidade não precisava de um bom ator, mas de um bom prefeito.
Para o cientista político Francisco Marques Jamil, da UFMG, o vídeo mostra que ‘a internet não serve apenas para os candidatos aprofundarem suas plataformas, mas também para promoverem um tipo de campanha negativa’.
‘Esse tipo de vídeo teve uma repercussão imensa e todo mundo no YouTube começou a assistir a essa brincadeira. Os eleitores jovens podiam nem estar interessados em saber como estava o segundo turno aqui em BH, mas, a partir do momento em que esse tipo de vídeo caiu na internet, a repercussão dela aumentou’, diz.
A desenvoltura de Quintão na TV era uma preocupação de Lacerda. Mas o vídeo não foi assumido oficialmente pela equipe. Lacerda, que no início do segundo turno estava atrás nas pesquisas, acabou eleito.
‘O vídeo nasceu a partir do desafio que o publicitário Paulo Vasconcellos [que trabalhou na campanha de Lacerda] me propôs para criar uma paródia do candidato. É algo absolutamente restrito à internet, ao YouTube. Porém, o que se vê é que a internet deixou de ser algo virtual, a força que ela tem é muito real’, diz o humorista, por meio de sua assessoria de imprensa.
O pesquisador da UnB Francisco Brandão diz que a campanha negativa na rede também pautou o segundo turno das eleições em 2006. Segundo ele, os eleitores de Lula passaram a dizer que Alckmin privatizaria as estatais, mudando o foco da campanha. ‘A discussão surgiu na rede. Começou a ser articulada através de correntes, iniciadas nas próprias estatais, e ganhou a campanha oficial. A campanha no primeiro turno estava muito mais pautada na ética e acabou indo para o campo econômico’, diz Brandão.’
TSE abrandou regras no final das eleições
‘No início do período eleitoral de 2008, o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) impôs restrições à divulgação de informações sobre o candidatos na internet, porém nas semanas finais do pleito adotou posições favoráveis à flexibilização da utilização da rede durante as eleições.
Em julho, o TSE editou a Resolução nº 22.718, que definiu que a propaganda eleitoral na internet só seria permitida na página do candidato destinada à campanha. Além disso, o dispositivo proibiu que outras ferramentas virtuais (até mesmo sites de relacionamento e blogs) divulgassem informação que pudessem configurar propaganda favorável ou contrária a um candidato.
O TSE equiparou legalmente as empresas de internet às de rádio e TV (que só podem operar depois da obtenção de concessões públicas). A equiparação fez com que meios de internet não pudessem emitir opinião nem dar tratamento diferenciado aos candidatos.
Porém, no dia 17 de outubro, o TSE modificou a resolução para autorizar os sites de meios impressos a publicar opiniões sobre os candidatos. A vedação aos portais e sites de rádios e TVs, porém, foi mantida.
No final de outubro, o presidente do TSE Carlos Ayres Britto manifestou-se favoravelmente à eliminação das restrições ao uso da internet, e defendeu inclusive o uso da rede para realização de doações de campanha.’
ROSAS
Falta o Cartola
‘RIO DE JANEIRO – Cartola, o compositor de obras-primas como ‘Acontece’, ‘As Rosas Não Falam’, ‘O Mundo é um Moinho’ e tantas mais, teria completado 100 anos no dia 11 de outubro último. Rádios e TVs produziram programas, jornais lhe dedicaram suplementos, gravadoras soltaram discos e, durante breve temporada, ouviu-se mais Cartola do que de costume. Mas é pouco. Como muitos autores do cancioneiro brasileiro, Cartola deveria ser tocado o ano todo, sem depender de efemérides.
As comemorações destacaram que o sambista, já uma lenda na Mangueira e sendo gravado nos anos 30 pelos bambambãs Francisco Alves, Carmen Miranda e Sylvio Caldas, foi maior ainda em sua segunda carreira, iniciada em 1963 com a saga do restaurante Zicartola, na rua da Carioca, quando Cartola foi descoberto pelos jovens.
Eu recuaria o começo dessa carreira temporã a 1960, quando o já cinqüentão Cartola conheceu o garoto Elton Medeiros, 22 anos mais novo, e os dois iniciaram uma parceria que produziu, de saída, ‘O Sol Nascerá’ (‘A Sorrir…’). E que continuaria pelos anos seguintes, com ‘A Mesma História’, ‘Peito Vazio’ e várias outras, das quais duas jóias: ‘Injúria’ e ‘Sofreguidão’.
A morte de Cartola em 1980 deixou uma quantidade de parcerias inacabadas entre ele e Elton -sambas ainda em gestação e outros que só precisavam de um toque ou de um retoque. O centenário do mestre seria um ótimo pretexto para que Elton terminasse esses sambas e os lançasse, quem sabe, num grande disco de ‘inéditos’ -legítimos Cartolas recém-saídos do forno. Renderia até um dinheirinho.
Mas Elton não fez isso, nem fará. Aos amigos, como eu, que lhe perguntam o que falta para ele completar os sambas, sua resposta é sempre a mesma: ‘Falta o principal – o Cartola’.’
PUBLICIDADE
Propaganda é coisa séria
‘EM CONTATO com o mundo da propaganda desde 1977, acompanho os movimentos de anunciantes e agências, de diretores de marketing e criativos em busca da atenção do público para que, uma vez que a consigam captar, transmitam as qualidades de seus serviços ou produtos de maneira convincente.
Na maior parte desse período, nossa publicidade foi movida à inflação.
Com o valor da moeda caindo fortemente a cada mês, as tabelas de preços dos veículos mudavam com tamanha rapidez que parar para planejar a mídia, atividade essencial para o uso racional das verbas dos anunciantes, era mais do que difícil, era inútil. Daí a supervalorização da criação diante das demais áreas das agências, já que ter o comercial nos veículos de maior penetração o mais rapidamente possível era fundamental. E, quanto mais criativo, melhor.
Depois do Plano Real, o mercado ganhou o tempo que não tinha. Ao se multiplicarem as opções de meios de comunicação -jornais e revistas segmentados, jornais gratuitos, TV paga, internet, celulares, marketing viral-, o exercício de planejar a mídia fazendo uso inteligente das verbas se tornou muito mais complexo.
Paradoxalmente, nosso mercado entrou numa fase que talvez possa ser chamada de ‘fase Caras’ ou, quem sabe, uma ‘Zeca fase’.
Com a ascensão às diretorias de marketing de pessoas com um perfil mais sensível à promoção pessoal, de profissionais em busca de fotos e notas nas colunas sociais, de premiações fáceis, com essa maneira ‘Big Brother’ de ser, observou-se o advento de uma nova moda.
Celebridades artísticas e esportivas, consagradas e nem tanto, para sua alegria, passaram a ser entronizadas como vendedoras de tudo. Fenômeno aparentemente contagiante, as ilhas de Caras e Comandatubas ganharam até as presenças de empresários que não se supunha pudessem ser atraídos por esse tipo de isca pós-moderna.
Ao mesmo tempo, surge um movimento que atribui à publicidade a fonte de todos os males da sociedade.
O produto engorda? Proíba-se a propaganda de salgadinho! Há gente que bebe e dirige? Elimine-se a bebida da televisão! A automedicação está aumentando? Anvisa nos anúncios de remédio! As crianças se tornam consumidores precoces? Que não se anuncie nos programas infantis! Que simples maneira de resolver os problemas do país! Entre egos em chamas de um lado e fúria proibitiva, essa sanha de tutelar a sociedade do outro, poucos se lembram de que uma democracia pressupõe veículos de comunicação independentes e que essa independência está calcada, em grande parte, na existência de um mercado publicitário ativo e forte.
Restrições à publicidade levarão, necessariamente, a órgãos de imprensa dependentes de governos, que sempre buscarão ver publicadas matérias de seu interesse ou editadas de modo que os políticos apareçam como nos programas eleitorais: sob a fantasia e o botox dos marqueteiros.
É nesse contexto que, atravessando um atlântico virtual, chega a mãe de todas as crises. Bolsos de empresas e de consumidores ficarão mais estreitos nesta ‘Zeca hora’. Anunciar, como sempre, é preciso. Falar com o consumidor da maneira correta, contribuir para que o motor da economia que é a propaganda continue operando de maneira eficiente será fundamental. A economia de escala e a concorrência acirrada são armas poderosas contra a inflação e contribuem para a preservação de empregos. Tanto uma como outra são viabilizadas pela capacidade das empresas de levar informação aos consumidores. Sim, anunciar é informar.
Que haja uma profunda reflexão sobre a mania de celebridades a qualquer preço, nos palcos ou nas coxias.
Essa não parece ser a melhor maneira de usar o caixa das empresas na dura tarefa de disputar os ariscos corações, mentes e bolsos das pessoas.
O setor precisa aperfeiçoar seus mecanismos auto-regulatórios, fazê-los mais conhecidos pelo público para que por ele sejam acionados, visando coibir as práticas que ferem a ética.
É evidente, e a cada eleição a população brasileira mostra com clareza: o povo sabe julgar as mensagens que lê, ouve, vê ou com as quais interage através dos meios de comunicação. A sociedade sabe escolher o que lhe convém, sem precisar de entidades, governamentais ou não, que lhe diga o que fazer ou o que comprar.
Por tudo isso, é hora de levar a propaganda tão a sério quanto é importante seu papel.
ANTONIO ATHAYDE , 62, engenheiro, é diretor-executivo da ANJ (Associação Nacional de Jornais). Foi executivo sênior da Rede Globo, Gobosat/NET Brasil, Globopar, Rede Bandeirantes e SBT. Trabalhou como consultor da Telefónica para projetos de TV na América Latina e para o Grupo Abril.’
OBAMA
Obama, presidente dos indies… e do Google
‘BARACK OBAMA fez o discurso da vitória no Grant Park, em Chicago. O festival Lollapalooza também aconteceu ali.
A coincidência não é só de lugar -as platéias pareciam as mesmas. Indies, descolados, minoria de negros, maioria de gente com olhar de fascínio. Saiu Thom Yorke, entrou Obama. Vibe igual.
Só que tem o seguinte: não entre nessa de que Obama é um presidente indie. Candidato indie (ok, mais ou menos) era o Howard Dean, que na eleição passada perdeu a indicação democrata para John Kerry. Dean foi o primeiro a usar, na política, o poder viral da internet. Bombou entre os alternativos, mas, com posições de ultra-esquerda (para os padrões americanos), não foi além disso.
Já o esquema de Obama é profissa. É de dinheiro a rodo, e dinheiro do Vale do Silício.
Já escrevi aqui, vale lembrar: a estratégia da campanha bilionária de Obama, de disseminação e arrecadação pela internet, foi bolada e bombada por gente forte do mundo tech.
Não sei se você se lembra, mas o presidente Clinton tinha uma relação tensa com esse povo, em especial com a Microsoft. Seu governo usou todos os recursos legais para tentar segurar as ambições monopolistas de Bill Gates, num arranca-rabo interminável. Até que chegou George W. Bush e aliviou para Gates.
Só que as ‘ambições monopolistas’ da Microsoft são contos da carochinha, se comparadas à capacidade dominadora do Google.
O Google já sabe mais sobre mim e sobre você do que qualquer KGB, qualquer Stasi sabia sobre seus cidadãos. E, de tão maravilhosamente útil, consegue tudo isso de maneira leve, sob o slogan de ‘não fazer o mal’ (‘make no evil’).
Com a truculência corporativa de Bill Gates, a Microsoft queria/quer o conteúdo de nossos bolsos. Com a sutileza de seus criadores nerds, o Google quer entrar em nossas mentes (há quem avalie que já entrou).
Obama é o presidente bancado por esses jovens megacapitalistas, que de indie só têm a fachada e os slogans. Vamos ver o que sai daí.’
TODA MÍDIA
O papel emergente
‘Nas páginas iniciais de ‘Financial Times’ e ‘Wall Street Journal’, ‘G20 busca papel maior no combate ao tumulto’ financeiro e ‘ministros do G20 prometem cooperação’. É o G20 financeiro, no encontro preparatório para a cúpula do dia 15 nos EUA. Na edição de ontem do ‘Washington Post’, ‘Lula do Brasil defende soluções globais’, sobre a abertura do encontro por aqui, no sábado.
O ‘FT’ aponta conflito, não observado pelos demais e por agências, entre o presidente do Banco Mundial, Robert Zoellick, e o ministro Guido Mantega. Enquanto o americano vê o G20 ‘muito pesado’ e sugere ampliar o G7, hoje dos ‘países ricos’, o brasileiro questiona que, quando chamados ao G7, os emergentes só vão para ‘tomar café’.
‘OS POBRES’
Na versão em inglês do CCTV, o canal estatal chinês, a abertura do encontro do G20, sábado, com Lula voltando a dizer que ‘os pobres perdem mais com a crise financeira global’
NOVA ARQUITETURA
A cobertura do encontro do G20 foi mais extensa nos próprios países em desenvolvimento, com a proposta brasileira de ‘revisão geral do sistema’ e de ‘maior voz emergente no Banco Mundial e no FMI’ ecoando do canal de notícias do Irã, em inglês, ao indiano ‘Economic Times’. Em especial, na cobertura da mídia estatal chinesa, da CCTV à agência Xinhua, com atenção à imagem de uma ‘nova arquitetura’ global.
‘ALGUM GRUPO’
A CCTV em inglês ouviu do americano Robert Zoellick que, a partir do G7 ou do G20, ‘certamente você vai ter algum grupo envolvendo China, Brasil, Rússia, Índia, México’
OS RESPONSÁVEIS
Na manchete do UOL, ‘G20 fecha reunião sem propostas concretas’. No Terra, ‘G20 quer reforma abrangente de FMI e Banco Mundial’. Na Reuters Brasil, ‘G20 concorda na necessidade de medidas coordenadas, diz Guido Mantega’. Na Agência Brasil, ‘Brasil pede que G20 se torne cúpula de chefes de estado’.
Desta vez, cobertura e destaque foram amplos, por aqui. Abrindo a escalada do ‘Jornal Nacional’, ‘Os responsáveis pelas maiores economias do mundo se reúnem em São Paulo e o presidente Lula cobra mais poder de decisão para os países emergentes’.
OBAMA & G20
O presidente eleito Barack Obama ‘ainda não decidiu’ se participa da cúpula do G20, no próximo fim de semana. Mas o subsecretário do Tesouro americano disse ontem à Reuters que tem mantido a equipe de transição informada de cada passo da preparação do encontro.
DOHA SEM FIM
O ‘Guardian’ deu que o primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, ‘obteve a concordância de assessores seniores de Obama’ para assegurar um acordo comercial global ‘antes que Bush deixe a Casa Branca’, em 20 de janeiro. Brown leva a proposta ao G20, no dia 15.
O PACOTE EMERGENTE
A manchete on-line do domingo, do ‘China Daily’ ao ‘New York Times’, foi o pacote chinês de estímulo à demanda interna. O ‘NYT’ ouviu o presidente do banco central da China, que estava no Brasil para o G20 e disse que o ‘encorajamento do consumo doméstico’ é a ajuda chinesa à estabilização. Também a Reuters enviou daqui seu despacho do pacote, prevendo ‘mais ações’ dos países emergentes, além da chinesa.
‘BIG BANG’
Já o ‘FT’ está atento ao pacote de Obama. Na manchete on-line de ontem, a partir de declarações do chefe de gabinete, Rahm Emanuel, cravou que o presidente eleito está prestes a encaminhar um plano de reformas sociais e econômicas, indo ‘além do estímulo de emergência’. Um pacote, segundo o enunciado, ‘big bang’.’
TELEVISÃO
Audiência de novela na web sobe até 67%
‘A audiência dos sites das novelas da Globo explodiu nos últimos meses. O de ‘A Favorita’ atingiu em outubro média de 382.632 acessos diários, segundo a emissora. Desde que a novela estreou, em junho, foi visitado 41 milhões de vezes. Em relação às duas últimas tramas das 21h, o aumento foi de 67%.
Até a novela das seis, que vem sofrendo com o horário de verão e a rejeição parcial a tramas e personagens, teve incremento de audiência na web. Em seu primeiro mês, o site de ‘Negócio da China’ foi 43% mais acessado do que o de ‘Ciranda de Pedra’. A página de ‘Três Irmãs’, das 19h, cresceu 58%.
Para a Globo, a internet não está tirando audiência da TV, mas a emissora não nega que cada vez mais as pessoas vêem TV pela internet. A rede informa não dispor de audiência dos vídeos que abre na web.
O crescimento da audiência dos sites coincide com a reformulação das páginas e com a implantação pela Globo, neste semestre, de uma nova linha estratégica, de uso da internet como canal de interatividade e como mídia complementar, que oferece ao telespectador a possibilidade de recuperar conteúdos perdidos durante viagens. Hoje, quase todo o capítulo é editado na internet no dia seguinte, com acesso gratuito.
Dentro dessa linha, a Globo fará em 2008 a tradicional vinheta de fim de ano só com vídeos postados por telespectadores na internet.
O POLÊMICO
Aguinaldo Silva voltou a escrever blog. Na reestréia, atacou as novelas que estão no ar. Sem citar nomes e dar detalhes, disse que elas ‘estão um marasmo só’. E pediu aos colegas: ‘Vamos caprichar, gente!’.
EM ALTA
Não é só na internet que ‘A Favorita’ está ganhando audiência. Na TV também. Nas duas últimas semanas, cravou médias superiores a 40 pontos. Antes oscilava entre 38 e 39.
PROTEÇÃO
Ficou estranho o merchandising protagonizado por Carmo Dalla Vecchia em ‘A Favorita’, na semana passada. Seu personagem, Zé Bob, fez propaganda de carro de luxo. Isso não combina com um jornalista que roda a cidade num Gol ‘bolinha’, velho e amassado.
UFA 1
Há quase um ano no ar, a TV Brasil finalmente terá sinal aberto em São Paulo. Dia 1º, inaugura o canal 63, digital. Ou seja, menos de 50 mil domicílios terão acesso gratuito à TV pública de R$ 350 milhões/ano.
UFA 2
A TV Brasil teria em São Paulo um canal analógico, mas a Anatel conseguiu a proeza de reservar a ela freqüência (69) que não pode ser utilizada, pois interfere em telefonia celular.
COERÊNCIA ZERO
O Ministério da Justiça voltou atrás da decisão de proibir ‘O Melhor do Brasil’, da Record, antes das 20h. O secretário Romeu Tuma Jr. justificou com um ‘parecer’ do mesmo departamento que antes considerava o programa inadequado para menores de 12 anos.’
DOCUMENTÁRIO
a vida é sonho
‘O poeta Waly Salomão aparece diante da câmera enquanto atravessa a Amazônia rumo à fronteira norte do país.
Embalado pelas crateras de uma estrada de terra que jogam a Kombi precária como um barco numa tempestade, ele explica para uma desconhecida companheira de viagem que o Brasil poderia abarcar o mundo inteiro, poderia incluir todos os atuais países com que faz fronteira, a América do Norte e até a Oceania, ‘se Deus não tivesse levado aqui da Terra o barão do Rio Branco’.
A referência bem-humorada ao diplomata que negociou a expansão dos limites territoriais brasileiros, embora pareça delirante e despropositada, é coerente com o tema crucial da poesia e da vida de Waly (1944-2003): a necessária imprecisão de fronteiras.
É como uma espécie de antibarão do Rio Branco do delírio e da razão, da vida e do sonho, da realidade e do cinema, da verdade e da representação que Waly aparece retratado no filme de Carlos Nader ‘Pan-Cinema Permanente’, eleito o melhor documentário de 2008 no festival É Tudo Verdade.
O filme entra em cartaz no Rio e em SP na próxima sexta-feira, mas tem pré-estréia hoje, no Cine Bombril, dentro da série Folha Documenta. A sessão é gratuita, seguida de debate com o diretor e com o poeta Antonio Cicero [mais detalhes em texto nesta página].
Representação
A idéia do filme nasceu de uma conversa entre Nader e Waly, durante uma caminhada pela praia do Leblon, no Rio, no início dos anos 90. O autor dos livros ‘Gigolô de Bibelôs’ e ‘Lábia’ dizia ao amigo de seu entusiasmo com as possibilidades abertas pelas pequenas câmeras digitais -recentes então-, que diminuiriam as mediações para a realização de um filme e tornariam menos claros os limites entre vida e cinema.
Seguiu-se um trabalho de 15 anos e mais de 300 horas de imagens de Waly no Brasil, na Síria, na fronteira com a Venezuela, até a conclusão do filme.
‘Comecei a montar em maio de 2006, e não sabia o que fazer. Até que li um ensaio do Antonio Cicero em que ele falava dessa característica do Waly de encarar a vida como teatro. Foi aí que entendi que o filme deveria ser sobre a representação.’
De fato, ao longo do filme, Waly está sempre ‘representando’ para a câmera, muitas vezes de dedo em riste -prática que Nader chama de ‘performances de lucidez’. Num desses momentos, diz: ‘Não preciso de verdades. Para viver, você só precisa de mentiras’. E provoca: ‘Chega desse papo furado de que o sonho acabou. A vida é sonho’.
Não se trata, é claro, da defesa de que tudo é falso. Quando a fronteira se rompe, os dois lados se interpenetram. A ‘espontaneidade construída’ de Waly, segundo a expressão de Cicero, é verdadeira.
Delicado e estridente
Nisso, o retrato desse personagem ao mesmo tempo ‘delicado’ e ‘estridente’, como o parceiro Caetano Veloso o define numa canção de seu último CD, tem semelhanças com outros documentários brasileiros recentes que discutem os limites do gênero. Nader cita ‘Santiago’, de João Moreira Salles, e ‘Jogo de Cena’, de Eduardo Coutinho, ambos de 2007, como exemplos de obras que propõem discussões semelhantes àquela que ele procura fazer com seu filme.
As filmagens acompanharam o momento de ápice da produção poética de Waly, que lançaria, em 1996, pela editora 34, o livro ‘Algaravias’. ‘Acho esse o melhor livro dele’, diz o diretor. ‘Foi quando achou a sua voz, única.’ Muitos dos poemas lidos ao longo do filme, incluindo o que dá título ao documentário, estão incluídos nesse pequeno livrinho.
O amigo Antonio Cicero afirma que a ‘dicção poética’ inventada por Waly deve criar dificuldades para ‘quem precisa rotular escritores a fim de avaliá-los’. Sua poesia, diz, também traz a marca de uma espontaneidade forjada. ‘Waly não é concretista, não é tropicalista e também não é um poeta marginal. Sua poesia não é nada espontânea, como tudo dele. É muito trabalhada, e muito erudita’, diz Cicero.’
LITERATURA
Vencedor do Booker Prize minimiza peso do prêmio
‘Ainda que sombrio, o humor de ‘O Tigre Branco’, romance de estréia do indiano Aravind Adiga, que venceu o Booker Prize 2008, não disfarça a crítica social por trás da trama. Trata-se de reflexo direto do discurso politizado de seu autor, que diz à Folha que seu prêmio não tem ‘tanta importância’.
‘Veja bem, vivo na Índia, onde ninguém liga para coisas como prêmios; 60% da pessoas em Mumbai vivem nas ruas, tentando sobreviver. Há coisas mais importantes. E isso é bom para mim, significa que estou próximo da realidade.’
Nascido de uma família abastada, em 1974, em Madras, Adiga estudou nas universidades Columbia e Oxford e é formado em literatura. Trabalhou para publicações como ‘Financial Times’, ‘Independent’ e ‘Sunday Times’ e diz ter tirado de suas andanças em vilarejos indianos a voz de seu protagonista, Balram, anti-herói em que espelha a sociedade indiana diante do milagre econômico.
‘Ele é um tipo de pessoa que você conhece se viaja pela Índia. Aqui, a maioria das pessoas vive em cidades pequenas, apenas uma pequena parte da população está nas cidades grandes. Pessoas como eu, que vivem nessas cidades grandes, não têm noção de como é a vida nessas cidadezinhas. Como jornalista, tive a chance de viajar e ver de perto como eram as condições das pessoas pobres, da classe operária. Ou dos desempregados que ficam vagando por bares, estações de trem etc. Balram é assim. Uma pessoa que não é representada na ficção na Índia, seja na literatura, no cinema etc. Eu queria captar essa voz, e Balram foi construído a partir de muitas pessoas com quem falei.’
A realidade indiana que Adiga comenta não é de todo estranha ao Brasil. O autor lembra que alguns países da Ásia, como a Índia, tiveram um rápido crescimento econômico nos últimos dez anos, mas não para toda a sociedade. De modo que as divisões de classe aumentaram profundamente. ‘E isso é uma questão urgente, porque essa divisão criou tensões, até mesmo religiosas. Nesse sentido, ‘O Tigre Branco’ trata de uma questão urgente para muitos desses países.’
Best-seller na Índia
Segundo Adiga, ‘O Tigre Branco’ foi best-seller na Índia, onde vendeu mais de 20 mil cópias, está entrando na segunda edição e deve chegar a cem mil exemplares em um ano. Apesar de seu retrato da Índia não ser dos mais elogiosos, o autor conta que, no país, ao menos na imprensa, a resposta da maioria foi positiva: cerca de 70% contra 30% de reações negativas.
‘Sempre foi minha intenção ser controverso, eu não queria agradar a todos. As pessoas não estão acostumadas a ver os pobres descritos nos livros, embora eles sejam 60% do país. O tipo de pessoa que criticou era quem eu queria incomodar.’
Apesar do discurso político, fundamentado em dados que sabe de cor, Adiga ressalta que seu romance não é um trabalho jornalístico ou tratado social.
‘É fundamentalmente a história de um homem que vem de um vilarejo para uma cidade grande, acha que vai ficar rico, mas acaba vendo que será um serviçal’, diz Adiga, adiantando a virada de seu personagem.
‘Na Índia, se você é pobre e rouba, toda sua família cai em desgraça. É até ameaçada. Quis contar a história de um homem que está disposto a sacrificar sua família e fugir. Um indivíduo que quer ficar rico, não importam as conseqüências.’’
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Mônica Bergamo
Senhor presidente
‘Carlos Moreno precisou ficar quatro horas na maquiagem para se transformar no presidente recém-eleito nos Estados Unidos, Barack Obama, para uma sessão de fotos para a agência W/ Brasil, no fim de semana; ‘Quer a casa branca?’, pergunta ele. ‘Use o good bril’. É a segunda vez que o ator encarna um presidente americano; o primeiro foi Bill Clinton, durante o episódio com a estagiária Monica Lewinsky, onde ele sugeria usar o ‘bom bill’ para limpar escândalos’
DIGITAL
Milhares de registros de MPB chegam à internet
‘Com o propósito de preservar -mesmo que a princípio só para ele e os amigos chegados- um pouco da história cultural do Brasil, o compositor, escritor, produtor, diretor de espetáculos e pesquisador Hermínio Bello de Carvalho guardou em armários e gavetas um acervo de preciosidades que, agora, para espanto do próprio colecionador, estará disponível na internet.
O site www.acervohbc.com.br. entra na rede hoje à noite. Traz mais de 10 mil itens armazenados por Hermínio nas seis últimas décadas. Com recursos do Programa Petrobras Cultural, o arquivo do múltiplo artista foi organizado, catalogado e digitalizado.
Hermínio, 73, conta que, para poder consultar seu próprio acervo, terá que se adestrar na internet, ferramenta que afirma não dominar com precisão.
‘Estou aprendendo com eles [os produtores do site]. Estão sendo colocadas em circulação coisas que eu, sinceramente, já não pensava que pudessem ser mostradas’, diz Hermínio.
Uma das jóias do acervo é a reprodução, no original datilografado, da letra de Hermínio para uma melodia de Tom Jobim (1927-1994). Composta na casa em que o maestro morava em agosto de 1964, ambos estimulados por muito uísque, como lembra o letrista, a canção é absolutamente desconhecida. Não foi gravada e Hermínio não memorizou a melodia, não localizada até hoje nos arquivos de Tom.
‘Essa melodia se perdeu. Mas isso já se passou comigo e com Cartola. Quando ele morreu [em 1980], tinha dado a letra de ‘Camarim’. Tempos depois, numa fita deixada por Cartola, foi encontrada a música. Estava prontinha.’
Da noitada de música e pileque participou até o poeta Carlos Drummond de Andrade (1902-1987), possivelmente desperto pelo telefonema na madrugada.
‘Liguei para o Drummond a fim de apresentar o Tom a ele. Tom começou a dizer poemas de Drummond. Foi nessa noite que fizemos a canção, na euforia do uísque. E houve essa inconveniência de ligar para o Drummond’, conta Hermínio.
O site
O site é dividido em itens de áudio, iconografia e texto. As gravações trazem registros caseiros de música e conversa, interpretações inéditas, shows e concertos que nunca viraram disco. São centenas de canções, com intérpretes de primeira linha, muitos já mortos -Elizeth Cardoso, Jacob do Bandolim, Donga, Dalva de Oliveira, Aracy de Almeida, João Nogueira. Entre os vivos, Paulinho da Viola, Elton Medeiros e João Bosco.
As fotografias servem como referência ao trajeto de Hermínio na cultura nacional. São centenas delas, que o mostram na companhia de dezenas de brasileiros e também da norte-americana Sarah Vaughan (1924-1990), que se tornou sua amiga quando visitou o Brasil.
O acervo reproduz desenhos, caricaturas e quadros pertencentes a Hermínio e assinados por artistas plásticos de destaque, como Di Cavalcanti, Heitor dos Prazeres, Nássara, Cássio Loredano, Chico e Paulo Caruso e Hermenegildo Sábat.
A área de texto divide-se em quatro: poesia, com trabalhos de Hermínio publicados em livros, inéditos e manuscritos originais; cancioneiro, com parte da obra musical em parceria com compositores como Cartola, Pixinguinha, Nelson Cavaquinho, Paulinho, Elton, Sueli Costa, Ivone Lara, Martinho da Vila, Roberto Frejat, Ismael Silva e Ataulfo Alves; crônicas, ensaios e material jornalístico editados e inéditos escritos nos últimos 50 anos; e correspondência trocada com personagens como Drummond, Oscar Niemeyer, Isaurinha Garcia e Carlos Cachaça.’
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O Estado de S. Paulo
Segunda-feira, 10 de novembro de 2008
GRAMPO
PF prepara indiciamento de Protógenes por quebra de sigilo
‘Protógenes Queiroz, mentor da Satiagraha, deverá ser indiciado em inquérito da Polícia Federal. Pelo menos dois crimes podem ser atribuídos ao delegado – violação de sigilo funcional e interceptação de comunicações telefônicas e telemáticas sem autorização judicial.
O primeiro crime que a PF quer imputar ao delegado está previsto no artigo 325 do Código Penal, que pune com detenção de 6 meses a dois anos servidor que revelar fato de que tem ciência em razão do cargo e que deve permanecer em segredo.
No auge da Satiagraha, Protógenes convocou grande efetivo da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) – pelo menos 72 agentes e oficiais – para compor a missão e a todos, estranhos à PF, abriu informações blindadas por ordem judicial.
Pelo outro crime, o da interceptação clandestina – artigo 10 da Lei 9.296/96 (Lei do Grampo) -, Protógenes fica sujeito, se processado, a uma punição mais pesada, reclusão de dois anos a quatro, e multa.
Algoz do banqueiro Daniel Dantas, a quem enquadrou formalmente por lavagem de capitais, evasão de divisas e quadrilha, Protógenes tornou-se o alvo principal do inquérito 24447/08 que foi aberto originalmente para investigar o vazamento de dados secretos da Satiagraha, cerco ao chefe do Grupo Opportunity.
Oficialmente, a PF não se manifesta sobre o indiciamento de Protógenes, mas nos bastidores caminha severamente nessa direção. Os movimentos da corporação apontam firmemente para o delegado que, atirado às cordas, vê-se praticamente isolado no departamento que integra há 10 anos.
No curso do inquérito 24447/08, a PF identificou os crimes que teriam ocorrido sob ordens de Protógenes. Na representação à Justiça pelas buscas de objetos do delegado, que é dado por ‘investigado’, são lançadas suspeitas contundentes acerca de sua conduta. A PF anota que existem ‘elementos indiciários’ contra o cérebro da Satiagraha.
Vicente Ernani Filho, oficial de Inteligência da Abin, revelou em depoimento que a PF forneceu 13 rádios Nextel, que foram distribuídos entre os arapongas da agência. ‘Utilizando os rádios eu mantinha os contatos necessários com o dr. Queiroz’, disse Ernani. ‘O único equipamento pertencente à Abin era uma máquina fotográfica.’
CAPÍTULOS
Protógenes caiu em desgraça quando ousou afrontar superiores, a quem acusou de boicotarem a Satiagraha em documento à Procuradoria da República. Alijado da investigação, o delegado afirmou que a cúpula da PF o abandonou no instante crucial da missão.
O primeiro passo revelador das intenções da Polícia Federal foi dado quarta-feira passada. Às cinco da manhã, Protógenes foi abruptamente despertado por uma equipe de federais, munidos de mandado judicial que os autorizava a uma busca minuciosa em 5 endereços seus. Além de notebook pessoal e documentos do delegado, a PF levou 7 celulares dele.
Indagado pelo Estado se teme ser indiciado, Protógenes disse: ‘Eu espero tudo, nada mais me surpreende. Não duvido de mais nada.’
Sua exoneração dos quadros da PF não parece ser hipótese que o intimide. ‘Eu não nasci delegado.’
O inquérito é dividido em capítulos. Um deles, ‘das mentiras constatadas’, é dedicado exclusivamente ao desmonte da tese de Protógenes para o nome que ele próprio emprestou à operação contra Dantas: Satiagraha, segundo o delegado, é a busca incessante pela verdade.
A PF avalia ‘suficientemente evidenciados pelos depoimentos já colhidos elementos que permitem atribuir a autoria do delito capitulado no artigo 10 da Lei 9.296/96, em condutas autônomas, aos escrivães federais Roberto Carlos da Rocha, Eduardo Garcia Gomes e Walter Guerra da Silva, além dos elementos que já permitiram atribuir a mesma conduta ao delegado Protógenes Pinheiro Queiroz’.’
TELEVISÃO
Grissom, cena final
‘No episódio de CSI que foi ao ar na última quinta-feira nos EUA, Gil Grissom (William Petersen) deu a primeira dica de sua saída da série. O ator já gravou a cena final, em que Grissom sai andando do laboratório que comandou por nove anos, na presença de toda sua equipe, inclusive Sara (Jorja Fox), que já deixou a série. Quem descreve essa última cena de Petersen é o produtor-executivo de CSI Naren Shankar, em entrevista com a imprensa internacional, da qual o Estado participou. ‘Foi emocionante’, disse ele.
Shankar e Carol Mendelsohn, também produtora-executiva da série, afirmam que Grissom é ‘insubstituível’. Porém, com a saída de Petersen e de Gary Dourdain, o Warrick, o laboratório ficou desfalcado. Catherine (Marg Helgenberg) será a chefe. No 3º episódio, Lauren Lee Smith (L Word) chega como Riley, CSI nível 2. O grande nome da transição é Laurence Fishburne (Apocalypse Now, Matrix e Sobre Meninos e Lobos). Ele será o dr. Langston, CSI nível 1. ‘Laurence foi o primeiro nome em que pensamos’, fala Carol. Petersen já confirmou sua participação especial no 200º episódio da série.’
O Estado de S. Paulo
Física quântica com Marcelo Tas na Cultura
‘No teatro, o grupo Arte e Ciência no Palco já traduziu física quântica em ‘língua de gente’ na peça Copenhagen. A partir de hoje, às 19h30, na TV Cultura, será a vez de Marcelo Tas lançar-se nessa empreitada no programa O Discreto das Partículas Elementares. Ele será um apresentador do tipo Chapeleiro Maluco e vai utilizar dramaturgia para simplificar o universo científico e, assim, torná-lo mais atraente aos jovens. A exibição coincide com o Dia Mundial pela Paz e pelo Desenvolvimento, que leva o selo da Organização das Nações Unidas (ONU). Informações sobre átomos, elétrons e quarks fazem parte do programa.’
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