Mais dois jornalistas presos, um editor proibido de exercer seu trabalho e dois jornais suspensos. Este é o saldo das últimas semanas no Irã, onde, segundo informações da organização Repórteres Sem Fronteiras [19/5/04], os tribunais insistem em violar a liberdade de imprensa. O país mantém hoje 14 jornalistas detidos.
O editor do jornal semanal Sedai é Zanjan, Massiolah Soltani, foi intimado a depor no tribunal de Zanjan, no noroeste do país, em 13/5. Logo após responder às perguntas, o jornalista teve sua prisão preventiva decretada. Ele é acusado de ‘disseminar falsas notícias’ e ‘perturbar a ordem pública’. Seu colega, Massud Almassi, foi preso dois dias depois sob as mesmas acusações. Segundo o RSF, as prisões estariam ligadas a uma matéria publicada no jornal sobre o estupro de uma menina de quatro anos de idade. O Sedai é Zanjan decidiu suspender sua publicação em protesto contra as prisões dos jornalistas, que chamou de ‘ilegais e arbitrárias’.
Já o editor do jornal mensal Aftab, Issa Saharkhiz, foi proibido de realizar trabalhos jornalísticos por seis meses e obrigado a pagar uma multa no valor de cerca dois milhões de euros, em um veredicto dado pelo tribunal do Teerã. Há um ano, o Aftab publicou a tradução de um artigo israelense sobre a revolução iraniana de 1979. O tribunal considerou que o artigo se tratava de um insulto à revolução.
Em 5/5, o jornal diário de língua azeri Nedai Azarabadegan foi suspenso por dois meses pelo tribunal de Tabriz. O jornal também foi obrigado a pagar uma multa de três mil euros. No dia seguinte, foi a vez do semanal Gorgan é Emrouz ser suspenso. Seu editor, Mostafa Sabti, está preso desde março por ordem do tribunal de Gorgan, no norte do Irã.