Sunday, 22 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1319

Janaina Fidalgo

‘Em duas frentes, uma popular e outra erudita, a TV Cultura abre espaço para a música para consolidá-la como um dos carros-chefes de sua programação. A mais recente cartada da emissora é a produção do ‘Festival Cultura – A Nova Música do Brasil’, que tem o desafio de revelar novos talentos e lançar sobre eles a luz da visibilidade televisiva.

O projeto, lançado anteontem no Cine Marrocos, na região central de São Paulo, premiará compositores, intérprete e os melhores clipes musicais produzidos pelos 12 semifinalistas.

‘A emissora é um espaço privilegiado, porque não dependemos do mercado. O governo nos dá dinheiro para termos liberdade e não fazermos concessão’, diz o presidente da Fundação Padre Anchieta, Marcos Mendonça.

Sobre a inevitável comparação com os festivais de música dos anos 60, que consagraram nomes como Chico Buarque, Caetano Veloso e Elis Regina, Mendonça diz que este é um outro momento e salienta a mudança de anseios.

‘É por isso mesmo que nós estamos chamando de uma nova música brasileira’, diz. ‘Antes, era difícil gravar. No instante em que conseguia, já era praticamente um sucesso. Hoje, gravar é algo relativamente fácil, mas os artistas não têm um meio de divulgação.’

Mas, não à toa, quem coordena o festival é Solano Ribeiro, realizador do primeiro evento desse tipo, na Excelsior, em 1965.

‘Tenho a expectativa de que nós vamos ter um resultado a médio prazo muito bom. Temos que plantar, regar e colher lá na frente. Não existe sucesso imediato numa programação que está sendo consolidada’, diz Ribeiro.

Com investimento estimado em R$ 2,5 milhões, o festival pagará um prêmio em dinheiro -ainda não definido. ‘Algo em torno de R$ 50 mil a R$ 100 mil’, diz Mendonça, ressaltando que os vencedores terão retorno de mídia não só durante o festival. ‘Esse é o projeto maior da TV Cultura, de abrir espaço para a música.’

Ribeiro, que dirigiu em 2000 uma versão do malfadado Festival da Música Brasileira, na Globo, diz que o fato de a Cultura ser uma emissora pública traz um ‘descompromisso com os esquemas de gravadora’. ‘Podemos fazer um festival sem interferência de seja lá quem for’, diz.

As inscrições para o festival serão abertas no próximo dia 15 e vão até 30 de abril. A ficha e o regulamento poderão ser obtidos no site www.tvcultura.com.br. Serão selecionados 48 inscritos, apresentados em eliminatórias a partir de 13/8. A final será em 8/10.’



Taíssa Stivanin

‘Emissora estréia programação’, copyright O Estado de S. Paulo, 11/03/05

‘Depois de enfrentar um verdadeiro sucateamento de suas produções, a TV Cultura ganha novo fôlego. A estréia de parte de sua nova programação está prevista para o fim do mês. O presidente da rede, Marcos Mendonça, disse ao Estado que já estava na hora de colocar a casa em ordem. ‘Estamos retomando a dramaturgia e vamos incrementar a área de esportes e música.’

O Núcleo de teledramaturgia da emissora foi reativado e está produzindo seu primeiro programa, Senta Que Vem Comédia, a ser exibido aos sábados, às 22 horas. A estréia está prevista para o início de abril.

Na área esportiva, a emissora mudou os programas Cartão Verde e Hora do Esporte. ‘No esporte, queremos dar mais espaço para o tema Olimpíadas’, explica Mendonça.

Outra novidade da Cultura é a produção de 52 capítulos do programa infantil Cocoricó, que há quatro anos vem sendo reprisado.

MÚSICA

A Cultura continua abrindo espaço para a música erudita. Aos domingos, a emissora leva ao ar as gravações dos concertos da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (Osesp). ‘A idéia é, no domingo pela manhã, exibir um making of do concerto, com entrevistas e informações sobre o maestro, os músicos e o concerto. À noite, a peça é exibida na íntegra’, diz Mendonça.’



TV PAGA
Etienne Jacintho

‘‘Lost’ traz a expectativa do próximo capítulo’, copyright O Estado de S. Paulo, 10/03/05

‘Os primeiros minutos do episódio piloto do seriado Lost, que estreou anteontem no canal AXN, pode ser comparado – em pequena escala – aos primeiros minutos do filme O Resgate do Soldado Ryan, de Steven Spielberg. Claro que televisão não é cinema, mas as cenas dos feridos na praia em Lost impressionam. Mas, depois disso, o seriado desacelera. Assim como o filme protagonizado por Tom Hanks.

A quebra de ritmo em Lost não quer dizer diminuição de qualidade. Impossível seria fazer um episódio inteiro com tamanha adrenalina. A fotografia da série é bem cuidada e a locação ajuda. A atração é gravada no Havaí – elemento que a difere de outros programas do gênero. Nos Estados Unidos, externas são raras. A maior parte dos seriados é filmada em estúdios.

Lost virou hit nos Estados Unidos e, ao lado do fenômeno C.S.I: Crime Scene Investigation – em cartaz no canal Sony -, figura entre os dramas mais vistos naquele país. O segredo do sucesso? A assinatura de J.J. Abrams, considerado hoje um dos maiores gênios da indústria televisiva, que produz Lost e também Alias, outra série de ritmo alucinado.

Vê-se que essa é a marca registrada do produtor, que capricha nos ingredientes que prendem a atenção do telespectador, principalmente o americano. Há um acidente de avião e a possibilidade de que ele tenha sido provocado. Há o árabe que levanta as suspeitas do americano neurótico – ninguém esquece o 11 de Setembro. Há o bandido e o mocinho. O herói e a heroína. Será que eles vão ficar juntos? E os bonitões também são chamariz: o protagonista Matthew Fox, os modelos Evangeline Lilly e Ian Somerhalder e o ator Dominic Monaghan, que atuou em O Senhor dos Anéis.

Mais importante do que todos esses elementos que compõem o universo de Lost é a exploração do desconhecido, dos acontecimentos sobrenaturais – elemento que já provou que agrada ao público com o bem-sucedido e já extinto seriado Arquivo X. O mistério na ilha provoca a curiosidade dos telespectadores, assim como o recurso do flashback – linguagem usada no seriado para apresentar os personagens. O público descobre aos poucos quem é quem e quais são os riscos que os personagens correm. O suspense está no ar.’



Daniel Castro

‘Net quebra exclusividade dos canais HBO’, copyright Folha de S. Paulo, 10/03/05

‘Maior operadora de TV paga do país, a Net anuncia hoje que a partir de abril irá oferecer a seus assinantes canais HBO, os melhores de cinema. O anúncio é histórico. Representa um passo definitivo para o fim da exclusividade de canais. Isso é bom para o assinante.

A Net irá oferecer dez canais da HBO para quem tem o pacote digital. Para quem está no sistema analógico (quase todo mundo), haverá dois canais, o HBO 1 (filmes inéditos) e o HBO Plus 1 (reprises). Serão vendidos separadamente. Um ou outro canal já distribuído pela Net será suspenso para ceder espaço aos HBO.

A Net negocia com a HBO desde 1997. As negociações só avançaram agora por causa da fusão da DirecTV com a Sky _operadora ligada à Globo, assim como a Net.

A entrada da HBO na Net é como o fim da Guerra Fria na geopolítica mundial. Até hoje, os canais HBO eram os trunfos das operadoras DirecTV e associadas da Neo-TV (TVA, Vivax). E os Telecine e SporTV são trunfos da Net e Sky. ‘Estamos em negociação avançada com os canais Telecine’, diz Neusa Risette, diretora da Neo-TV. Faltará romper a exclusividade do SporTV (Globo), em debate no Ministério da Justiça e no Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica).

Com o fim total das exclusividades, a competição entre as operadoras seria pelo preço, qualidade do serviço, atendimento e flexibilidade de pacotes.

OUTRO CANAL

Destino A Globo cogitou fazer uma espécie de ‘Você Decide’ para o final de ‘Senhora do Destino’. A idéia, do portal Globo.com, seria o público escolher se Maria do Carmo (Suzana Vieira) terminaria com Dirceu (José Mayer) ou Giovanni (José Wilker). O plano foi abortado para não interferir no consagrado formato de novela.

Fé 1 A TV Sul Bahia, emissora de Teixeira de Freitas (BA), do publicitário Nizan Guanaes, recebeu ontem, no ‘Diário Oficial’, mais um canal retransmissor, agora em São José dos Campos (SP). Nesta semana, já tinha ganho um em Bragança Paulista (SP).

Fé 2 A Sul Bahia é afiliada da católica Canção Nova. No mesmo ‘Diário Oficial’ de ontem, coincidentemente, o Ministério das Comunicações concedeu um canal retransmissor à evangélica Rede Família (Igreja Universal), em Jundiaí (SP).

Descarrilhou A minissérie ‘Mad Maria’ não emplacou. Anteontem, exibida após ‘Big Brother Brasil’, que deu média de 53 pontos, fez a audiência da Globo despencar para 22 pontos.

Fila Teodoro Cochrane (filho de Marília Gabriela), Sabrina Greve (de ‘A Casa das Sete Mulheres’), Kelen Varella (mulher de Felipe Camargo), Patrícia Winceski (atriz do Oficina) e Marina Filizola (a ‘Internética’ do extinto ‘O+’, da Band) farão testes para o elenco de ‘Os Ricos Também Choram’, próxima produção do SBT.’