Sunday, 24 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Jogo simula jornalismo no Oriente Médio

A empresa dinamarquesa Serious Games Interactive anunciou o lançamento de um jogo onde os participantes são jornalistas virtuais que percorrem Israel e os territórios palestinos entrevistando civis, soldados e militantes de ambos os lados. Quando o jogador conclui que já apurou o suficiente, pode escrever artigos relacionados ao conflito, que são posteriormente avaliados pelo jogo.


‘O objetivo é que eles [os jovens] reconheçam que há diferentes perspectivas, que a história pode ser contada de diferentes maneiras’, afirma Simon Egenfeldt-Nielsen, um dos criadores do jogo. Batizado de Conflitos Globais: Palestina, o jogo tem sido testado por centenas de estudantes na Dinamarca e será traduzido em cinco línguas. Nielsen diz esperar que ele seja distribuído em escolas na Europa em março do ano que vem.


Cenários e tendências


No início da brincadeira, os jogadores podem escolher entre seis cenários, como bombardeios suicidas, invasões na Cisjordânia e problemas nos postos de controle do Exército de Israel. Os repórteres virtuais, entretanto, não precisam necessariamente ser imparciais – podem optar por ser pró-Israel, pró-Palestina ou um jornalista neutro.


Os personagens entrevistados têm respostas pré-programadas com base nas escolhas dos jogadores. Um militante palestino, por exemplo, irá colaborar mais com um jornalista declaradamente pró-Palestina do que com um repórter israelense.


Os artigos produzidos pelos participantes são avaliados pelo programa com base no valor das informações que contêm e nas citações que conseguiram colher. ‘As notas dependem do seu sucesso ao escrever uma história pelo ângulo certo’, explica Nielsen. ‘Se você é pró-Palestina e termina escrevendo o que achamos ser um texto a favor de Israel, você obtém uma pontuação ruim’. O jogo não tenta lidar com questões de vitória ou derrota de um dos lados. ‘Não há vencedores quando se trata deste conflito’, diz. Informações de Corinne Heller [Reuters, 30/10/06].