Dois jornalistas iraquianos que trabalhavam para a emissora americana ABC News foram mortos em uma emboscada quando seguiam de carro para casa, em Bagdá, na quinta-feira (17/5). O cinegrafista Alaa Uldeen Aziz, de 33 anos, e o técnico de som Saif Laith Yousuf, 26, foram atacados por homens em dois carros, que os obrigaram a deixar seu veículo. Eles ficaram desaparecidos durante a noite e as mortes foram confirmadas na manhã desta sexta-feira (18/5), segundo declaração do presidente da ABC News, David Westin, postada no sítio da emissora.
‘Eles são realmente nossos olhos e ouvidos no Iraque’, afirmou o correspondente Terry McCarthy no programa Good Morning America. ‘Há muitos lugares em Bagdá que são simplesmente muito perigosos para estrangeiros, então nós temos profissionais iraquianos que bravamente vão a estes lugares. Sem eles, somos cegos, não podemos ver o que está acontecendo no país’, completou.
Alvos
No conflito no Iraque, jornalistas deixaram de ser figuras neutras e viraram alvos freqüentes da violência local. Segundo a organização Comitê para a Proteção dos Jornalistas, com sede em Nova York, pelo menos 102 jornalistas e 39 assistentes de mídia foram mortos desde março de 2003, data do início da invasão americana.
No começo do ano passado, o correspondente da ABC Bob Woodruff e o cinegrafista Doug Vogt foram gravemente feridos em uma explosão a bomba, quando acompanhavam soldados em uma estrada. Em maio de 2006, uma bomba matou os ingleses Paul Douglas e James Brolan, respectivamente cinegrafista e técnico de som da CBS News, junto com um soldado americano e um intérprete iraquiano. A correspondente da CBS Kimberly Dozier foi gravemente ferida neste mesmo ataque. Na semana passada, três jornalistas foram mortos junto com seu motorista na cidade de Kirkuk. Homens armados também invadiram e destruíram os escritórios da estação de rádio independente Dijla, em Bagdá. Informações da Associated Press [18/7/05].
Pentágono restringe acesso de soldados à internet
Os soldados americanos a serviço no Iraque não poderão mais usar o sistema de informática do Departamento de Defesa para socializar em comunidades virtuais ou trocar vídeos em páginas como MySpace ou YouTube, nem acessar outros nove sítios – em sua maioria de compartilhamento de música, noticia Lolita C. Baldor [Associated Press, 14/5/07]. O Pentágono alega que a ordem – que passou a valer no início do mês – foi necessária devido a limites tecnológicos e preocupações com a segurança militar.
Os que usavam a rede para postar vídeos e notícias sobre o dia-a-dia lamentaram a decisão. ‘Eu costumava escrever meu blog para minha família ler’, contou o soldado Daniel Zimmerman. ‘Sou muito responsável com o que escrevo. Falo basicamente de como é a minha vida aqui.’ Agora, os soldados terão que ir a cibercafés para continuar abastecendo os blogs.
O uso da rede tornou-se um assunto controverso para o Exército dos EUA; há a preocupação de que detalhes que possam ajudar os inimigos acabem sendo revelados. Além disso, o Pentágono informou que o uso de sítios de compartilhamento de vídeos estava colocando os computadores em risco, devido à grande quantidade de vírus. A ordem não abrange os e-mails pessoais dos soldados.