O jornal francês Les Echos não foi publicado por dois dias consecutivos esta semana (na terça e quarta-feira) em protesto a sua controversa venda para o grupo de artigos de luxo LVMH por 240 milhões de euros. Até o sítio da publicação deixou de ser atualizado. A paralisação dos funcionários ocorre pela quinta vez em menos de seis meses.
Jornalistas expressam preocupação com a independência editorial do diário econômico, que pertencia ao grupo Pearson. ‘Estamos muito chateados e somos contra a venda para Bernard Arnault [executivo-chefe e presidente da LVMH]’, afirmou Leila de Comarmont, porta-voz dos jornalistas do Les Echos. ‘Arnault quer um casamento forçado conosco. Ele comprou o jornal por muito dinheiro, mas não irá nos comprar. Também não gostamos do modo como o processo da venda foi conduzido. Só descobrimos que o jornal havia realmente sido comprado depois que a Bloomberg divulgou a notícia’.
Nesta quinta-feira (8/11), a edição impressa voltou às bancas, com explicações sobre a posição dos funcionários. A compra deve ser finalizada até o final do ano – e os jornalistas esperam impedi-la. O Pearson engloba, além do diário, um sítio e a revista econômica Enjeux. ‘Achamos que a transferência é uma contravenção das regras européias’, completou Leila. Informações de Gwladys Fouché [The Guardian, 6/11/07].