Jornalistas palestinos na Faixa de Gaza reclamaram, no início desta semana, que vêm sendo alvo, há alguns anos, de uma campanha de intimidação e terror por diversos grupos armados, noticiou o Jerusalem Post [em artigo de Khaled Abu Toameh, 30/8/06]. Os profissionais pedem que a Autoridade Palestina puna os responsáveis pelos constantes ataques e ameaças. Vários jornalistas e editores foram assassinados ou espancados nos últimos anos na região e, até hoje, nenhum dos criminosos foi preso.
Em uma manifestação do lado de fora do Conselho Legislativo Palestino na Cidade de Gaza, dezenas de jornalistas afirmaram ter sofrido com os atentados, que restringem sua atuação profissional. Um dos jornalistas presentes afirmou que a imprensa sofre ataques de forças ‘internas e externas’. Os jornalistas pedem que a Autoridade Palestina garanta a liberdade de expressão em seus territórios e tome ações legais contra qualquer um que ameace ou ataque profissionais de imprensa.
Disputa política
Também esta semana, jornalistas reclamaram ter sido boicotados pelo primeiro-ministro da Autoridade Palestina, Ismail Haniyeh, líder do Hamas. O Sindicato dos Jornalistas Palestinos, órgão dominado pelo Fatah, acusa o gabinete do premiê de ‘discriminação’ ao decidir quais profissionais de imprensa poderiam participar de um encontro no início da semana. Segundo o sindicato, apenas jornalistas afiliados ao Hamas foram convidados. ‘O gabinete de Haniyeh ignorou jornalistas que trabalham para importantes veículos de mídia como a Palestine TV e a Wafa News Agency’, afirmou.
Já os 13 jornalistas que foram chamados a entrevistar o primeiro-ministro atacaram o sindicato, acusando-o de estupidez e impotência. Eles afirmaram que as acusações a Haniyeh são um indício de que o sindicato age com motivações partidárias.
Um porta-voz do Fatah na Cisjordânia afirmou que o governo, controlado pelo Hamas, tem boicotado grandes organizações de mídia e jornalistas. ‘Eles preferem lidar com jornalistas estrangeiros. Estão tentando minar e desacreditar a mídia oficial’, acusou.