Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Leitores escolhem primeira página de jornal

A partir da semana passada, os leitores do Wisconsin State Journal passaram a ter a possibilidade de escolher as matérias da primeira página do diário através de uma votação em seu sítio, como informa Joe Strupp [Editor & Publisher, 23/1/06]. ‘Você vai poder comparar imediatamente suas escolhas com as dos outros internautas e checar no fim do dia os resultados finais’, esclareceu o editor Tim Kelley. Segundo ele, a matéria mais votada recebe destaque no jornal impresso – com tiragem de 101 mil cópias diárias em Madison, nos EUA – no dia seguinte.

O editor assegurou que as escolhas dos leitores estarão na primeira página, mesmo que não sejam referentes às notícias mais importantes daquele dia. ‘Críticos podem se opor por considerar esta iniciativa um concurso de popularidade que diminui o tradicional julgamento das notícias. Nossa pesquisa de opinião é apenas uma outra maneira para que o leitor nos conte que informação considera mais importante, interessante ou vital naquele dia’, afirmou Kelley.

Phil Haslanger, editor do jornal concorrente Capital Times, confessou estar curioso com os resultados e questionou se uma votação online realmente refletiria adequadamente o ponto de vista dos leitores. ‘Há um público diferente no jornal impresso e no online’, destacou. James Baughman, diretor da Escola de Jornalismo e Comunicação de Massa da Universidade de Wisconsin-Madison, observou que os jornais devem inovar em um ramo tão competitivo. ‘É necessário fazer algo para atrair os leitores. Há 10 ou 20 anos eu provavelmente não aceitaria muito bem a iniciativa, mas eles estão tentando reinventar a empresa’, opinou Baughman.

O Journal começou a oferecer diversos serviços online nos últimos anos, incluindo blogs e fóruns de leitores. ‘Nós reconhecemos que a maneira como as pessoas têm acesso às notícias está se transformando. Deixar nossos leitores participar ativamente na pauta do jornal é um passo para aumentar a interatividade’, conclui Kelley.