A indústria de comunicações está sempre em mudança e evolução e isso nunca foi tão aparente como hoje. Mudanças poderosas na criação e percepção da mídia estão moldando e alterando o cenário da indústria.
A principal mudança é a revolução digital. Novas mídias, entre as quais blogs, podcasts e wikis estão crescendo e criando um processo mais democrático para acessar e produzir informações. Hoje, mais de um bilhão de pessoas têm acesso à internet e, até o final de 2008, um bilhão de pessoas também deverão ter celulares com câmeras. Isso representa um bilhão de jornalistas em potencial assistindo ao que fazemos na sociedade e decidindo se estamos fazendo as coisas da maneira correta.
Por isso, o nosso negócio depende muito de transparência. A transparência nasce da tecnologia e consumidores, grupos de interesse e agentes de legislação e regulamentação passaram a exigir mais transparência. A segmentação é algo do passado. Hoje, estamos falando com um público abrangente de grupos globalmente integrados.
O novo Santo Graal
Também devemos lembrar que a nossa economia evoluiu e está mais integrada e global. As empresas estão migrando de modelos de negócios hierárquicos para horizontais e as boas empresas (e boas equipes de comunicações) adaptaram-se à abordagem globalmente integrada com compartilhamento de recursos, centros de excelência e outras eficiências.
Levando em conta essas mudanças, de que maneira a função de comunicações poderia continuar oferecendo valor, impulsionando mudanças em organizações e apoiando metas corporativas?
Uma maneira de enxergar o caminho do futuro é olhar para trás para examinar o caminho do passado. As comunicações evoluíram de um modelo dos anos 1980, focado em disciplinas como relações com a imprensa, criação de discursos e comunicações com funcionários, para criar um modelo do século 21, que mescla todas essas disciplinas numa abordagem estratégica: relações com formadores de opinião.
Nos relacionamentos com formadores de opinião não basta conseguir mudar a percepção da nossa indústria entre analistas, educadores, investidores, clientes, economistas, reguladores e legisladores. Precisamos alterar seu comportamento, paulatinamente. Fazendo isso, teremos capturado o novo Santo Graal de comunicadores profissionais: o impacto comportamental.
Um cenário promissor
Conseguimos fazer isso com funcionários pela continuidade das transformações culturais e garantindo que as comunicações incentivem uma cultura competitiva. Isso requer o envolvimento dos funcionários, ajudando-os a entender o negócio e o ambiente geral da indústria.
Devemos continuar transformando atividades relacionadas a comunicações com equipes de vendas. Não estamos mais simplesmente ajudando a equipe de vendas a atingir novos clientes; também estamos desenvolvendo programas que envolvem consumidores. Devemos ser considerados colaboradores importantes em novos produtos ou serviços que a equipe de vendas está tentando vender aos clientes.
A liderança necessita de mudanças e por esse motivo nunca é fácil. A boa notícia é que, mais do que nunca, o nosso papel estratégico é mais valorizado por diretorias. Uma pesquisa recente entre CEOs realizada pela Sociedade Arthur W. Page revelou esse fato quando mostrou que os CEOs de hoje esperam que as comunicações sejam um ativo estratégico e ligação crítica entre vários públicos e a visão, os valores e a marca da empresa.
Essa é uma grande responsabilidade que devemos abraçar. Mantendo a nossa flexibilidade, educando nossos colaboradores e a nós mesmos e planejando um caminho para esse novo cenário promissor, poderemos atingir essa meta.
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Vice-presidente de Comunicações Globais da MasterCard Worldwide