‘Os anos 80 não voltaram só em música e festas. A década de Duran Duran chega também ao DVD com as primeiras temporadas de ‘Super Máquina’ e ‘Esquadrão Classe A’ (leia abaixo).
‘Super Máquina’ não inventa nada novo. Unir carros e garotas foi fórmula muito usada na época do iê-iê-iê e dos filmes adolescentes dos anos 60 (vide Roger Corman). Mas é ótimo passatempo.
O visual é uma mistura de caubói e motoqueiro para contar a história de um policial (David Hasselhoff) que leva da própria parceira um tiro no rosto. Desfigurado, quase morre no deserto, mas uma fundação sigilosa o salva para transformá-lo em defensor dos fracos e de qualquer mulher bonita que apareça -e, na série, sempre aparece uma.
O protagonista, entretanto, é um superequipado e indestrutível Pontiac Trans Am preto, que persegue bandidos enquanto faz manobras ousadas e desfila por estradas vazias dos EUA. Seu painel falante, embora hoje não chegue aos pés de nenhum videogame (nem do velho Atari), era sonho de consumo nos anos 80.
Um dos episódios mais incríveis é quando o carro K.I.T.T. enfrenta seu protótipo anterior, o maléfico K.A.R.R. Até as máquinas têm seu lado negro da Força.
Esta caixa, embora não respeite a ordem cronológica (o episódio piloto está no sétimo CD), vem bem fornida de extras nos oito discos. Os destaques são entrevistas com a equipe e um modelo do painel de K.I.T.T. Há ainda uma refilmagem atualizando o carro-fenômeno para o ‘futurista’ ano 2000. Não precisava.
Super Máquina – 1ª temporada
Direção: Glen A. Larson (criador)
Distribuidora: Universal; R$ 190′
CARNAVAL NA HBO
‘HBO e O2 produzem série sobre o Carnaval’, copyright Folha de S. Paulo, 13/03/05
‘Vai começar de novo o Carnaval. Na ficção, a festa é pano de fundo para a primeira série brasileira a ser produzida para o canal HBO no mesmo formato de produtos como ‘Família Soprano’, ‘Angels in America’, ‘A Sete Palmos’ e ‘Sex and the City’.
A série começou a ser filmada em 16 mm no mês passado no Rio de Janeiro -com cenas captadas diretamente do desfile da Mocidade Independente de Padre Miguel- e deve ser exibida no último trimestre deste ano em toda a América Latina, segundo o vice-presidente sênior de produção e aquisições da HBO Latin América, Luís Peraza.
‘Carnaval’ (título provisório) contará, em seis capítulos, histórias da família do contraventor Anésio Gebara, presidente de uma escola de samba e banqueiro do jogo do bicho que tem quatro filhos. Para o papel principal, foi escolhido o ator Jece Valadão, 106 filmes no currículo, há dez anos afastado do cinema nacional e agora pastor evangélico.
A produção é da O2 Filmes, a mesma de ‘Cidade de Deus’ e ‘Cidade dos Homens’ -a série da Globo que deve virar filme-, que escalou Cao Hamburguer (‘Castelo Rá-Tim-Bum’) para dirigir o seriado e Elena Soarez para roteirizá-lo. Hamburguer dividirá a direção dos episódios com outros três cineastas -Cesar Rodrigues, Flavio R. Tambellini e Luciano Moura.
O trabalho começou com um pedido da HBO, que deu início à regionalização da sua programação na TV a cabo a partir da série argentina ‘Epitáfios’. Inicialmente, o canal encomendou ao Brasil um programa com o Carnaval como tema. ‘A cultura brasileira é mais conhecida internacionalmente pelo Carnaval. É um produto para toda a América Latina, que, num segundo momento, pode ser negociado com outros mercados’, afirmou Peraza.
Estrutura
Sob um custo de R$ 6,5 milhões, investidos graças ao mecanismo de incentivo de impostos da lei brasileira que vigora desde 2002 e estimula programadoras internacionais de TV por assinatura a firmarem acordos de co-produção com produtoras independentes, ‘Carnaval’ emprega cerca de 400 pessoas. É o maior projeto da O2, segundo Andrea Barata Ribeiro, sócia da produtora. ‘Esse tipo de parceria direta entre a produtora e a HBO é o caminho certo para alavancar a produção independente no Brasil’, disse Ribeiro.
A programadora tem ainda com o Brasil um acordo para fazer outra série, ‘Mandrake’, uma comédia de costumes produzida pela Conspiração Filmes.
Para realizar ‘Carnaval’, Hamburguer optou por filmar em locações, não em estúdio. A produção, então, alugou um apartamento de 2.000 m2 no Rio e fez um acordo com a escola de samba que vai emprestar seu perfil à série para fazer cenas no barracão.
As filmagens devem durar 12 semanas. ‘O Carnaval, o calor e a freqüência da bateria fazem do Rio um cenário perfeito para mostrar os arquétipos da relação entre pai e filho, pano de fundo para histórias humanas’, disse o diretor. Segundo ele, a série terá um caráter onírico. ‘Precisamos fugir do estereótipo da mulata.’
Para isso, escalou Felipe Camargo, Enrique Diaz, o rapper Thogun, Rodrigo dos Santos, Mariana Lima, Maria Manoela, Roberta Rodrigues e Felipe Martins. Em cada capítulo, uma história será contada. Todos têm ligação -serão norteados pela morte do filho mais velho do patriarca da família, Anesinho (Felipe Camargo)- , mas mantêm certa independência, com início e fim, revelando um formato ainda não produzido no país. Assim, se emplacar, ‘Carnaval’ terá continuidade.
Retorno
A série marca a volta de Jece Valadão à TV. Aos 75 anos, ele é pastor da igreja Assembléia de Deus do Bom Retiro, em São Paulo, e disse que aceitou o papel porque seu personagem, apesar de ser um contraventor, não estimula o crime. ‘Eu me converti ao cristianismo. Tenho uma responsabilidade, não posso me entregar a qualquer projeto. Nada nesta história bate de frente com os meus preceitos teológicos’, afirmou o ator, que, no passado, já fez cenas tórridas de sexo no cinema brasileiro.
A volta de Valadão, conhecido por seu jeito verborrágico e suas posições machistas do passado, não deve ficar só nisso. Ele já obteve por meio de edital permissão para captar patrocínio para um filme evangélico, que vai produzir e dirigir, provisoriamente intitulado ‘O Dia do Juízo Final’.
‘Não renego meu passado’, disse o ator. ‘Eu só não repetiria o que já fiz. Hoje eu conheço a verdade que liberta. Você muda o seu relacionamento com a vida, com Deus.’’
TV RECORD
‘Record cria cartilha para afiliadas’, copyright O Estado de S. Paulo, 12/03/05
‘A Record está criando um manual para suas afiliadas. Essa é a missão do Comitê de Gestão de Qualidade – o nome é pomposo, como os dos comitês da Globo – criado há cerca de um mês na emissora para tentar alavancar a audiência e o faturamento de suas principais praças. Com crescimento comercial e ibope já consolidado em São Paulo nos últimos meses, a rede resolveu se mexer para conquistar o mesmo em outras regiões no País. As três principais preocupações do comitê são: Brasília, Rio de Janeiro e afiliadas do Nordeste, onde a Record ainda luta para conseguir se manter no terceiro lugar em audiência, disputando ponto a ponto de ibope com Band e Rede TV!
No Rio de Janeiro, por exemplo, a diferença da média de audiência diária entre SBT – segundo lugar em ibope – e Record é muito maior que a diferença em São Paulo e nas afiliadas da região Sul.
METAS
O comitê, que tem entre os seus oito integrantes os diretores Wilton Madeira e Júlio César Casares (ex-SBT), é coordenado pelo diretor de Rede José Marcelo do Amaral. Todas as segundas-feiras o grupo se reúne para projetar a cartilha das afiliadas, que conterá, entre outros itens, metas de audiência, de qualidade e de faturamento. A emissora pretende estabelecer objetivos a serem cumpridos pelas suas 91 praças a curto e a longo prazo. Para tanto, a cabeça de rede também irá se comprometer em dar todo o auxílio necessário para alcançar as metas estabelecidas.
Outra questão debatida pelo comitê são as políticas de conquistas de novas afiliadas e a melhoria do sinal da Record em algumas regiões, como a Nordeste, onde algumas das geradoras da emissora não atingem um grande raio de cobertura.’
Daniel Castro
‘Record constrói ‘cidade’ no Rio de Janeiro’, copyright Folha de S. Paulo, 12/03/05
‘A Record decidiu produzir novelas em São Paulo, como já vem fazendo, e também no Rio de Janeiro. A primeira produção no Rio será escrita por Lauro César Muniz (ex-Globo) e inaugurará, em agosto, o novo horário de novelas da Record, às 21h.
A emissora fechou anteontem a compra dos estúdios de Renato Aragão no bairro de Jacarepaguá, que ocupará a partir de maio.
O complexo de Aragão tem uma área total de 45 mil m2 e 8.000 m2 de área construída. Possui dois estúdios de 1.120 m2 cada um. É possível gravar duas novelas simultaneamente neles. Há ainda dois outros estúdios menores.
A Record também irá construir cidades cenográficas no terreno que comprou de Renato Aragão. Em São Paulo, a emissora não possui área para fazer isso. Antes de negociar com Aragão, a rede chegou a estudar a compra de terrenos na Grande São Paulo.
‘Compramos os estúdios de Renato Aragão e vamos fazer novelas no Rio’, confirma Alexandre Raposo, presidente da Record. ‘Agora teremos maior proximidade com os artistas [acostumados a trabalhar para a Globo]. Eles vão perceber que a Record não está brincando’, diz.
Segundo Raposo, a emissora irá avaliar a possibilidade de construir novos estúdios na área que era de Aragão _que já foi usada pela Globo, durante três anos, para gravações. O executivo não abriu os valores da negociação.
OUTRO CANAL
Fino O ex-tenista Fernando Meligeni trocou a MTV pela Cultura. Na emissora, ele terá um programa semanal, às terças (19h30), em que visitará atletas em treinamento e depois fará um passeio com eles _a um museu, por exemplo. E continuará praticando esportes radicais, como na MTV. O nome será ‘Entrando de Fininho’.
Castelo A polêmica sobre o casamento de Daniella Cicarelli com o jogador Ronaldo rendeu audiência à MTV. A estréia do ‘Beija Sapo’, ‘namoro na TV’ de Cicarelli, na última quarta, deu dois pontos no Ibope, mais do que o dobro do que a MTV registra.
Emprego Ex-presidente do falido Datanexus, instituto financiado pelo SBT que tentou ser concorrente do Ibope, Carlos Novaes acaba de ser contratado por Silvio Santos. Será assessor do dono do SBT para análises de pesquisas e de programação.
Estímulo O sucesso de ‘Cabocla’ motivou a Globo a fazer remakes de obras de Benedito Ruy Barbosa. A novela das seis que substituirá ‘Alma Gêmea’ (que entra no ar em junho) será uma releitura de Barbosa. As candidatas são ‘O Feijão e o Sonho’ (1976/77) e ‘Paraíso’ (1982/83). ‘Sou mais ‘Paraíso’, diz o autor.
Rojão A Record publica anúncios em revistas e jornais nos próximos dias comemorando o crescimento de sua audiência nos últimos dois meses, principalmente no horário nobre (18h/0h).’