Leia abaixo a seleção de quinta-feira para a seção Entre Aspas.
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O Estado de S. Paulo
Quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009
PRESIDENTE
Lula amplia ofensiva na mídia popular
‘No ano que antecede a eleição presidencial, o governo prepara um grande esquema de divulgação de suas ações e de entrevistas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, visando a atingir principalmente as classes C, D e E, que, cada vez mais, têm acesso a jornais populares.A ideia do governo é criar uma coluna denominada O presidente responde, para distribuição aos jornais populares, que detêm cerca de 50% da circulação dos diários do País. Haverá também entrevistas gravadas de Lula para distribuição a rádios antes de viagens presidenciais.’Esse é um público que a gente quer alcançar’, disse o secretário de Imprensa do Planalto, Nelson Breve. ‘Fizemos um fórum com diretores desses jornais, sobre a pauta deles. Mostraram que o presidente poderia responder a perguntas de leitores. Estes jornais, que são um fenômeno de crescimento entre a mídia, estão mais sintonizados com a vida do cidadão.’ESTRUTURAO Palácio do Planalto tem hoje uma espécie de embrião do sistema de comunicação popular que pretende montar. Põe à disposição das milhares de rádios do País o programa semanal Café com o presidente. Nele, Lula faz comentários sobre tudo, do desempenho da equipe de ginástica na Olimpíada à crise global. O Café com o presidente é distribuído pela Empresa Brasileira de Comunicação, que administra a TV Brasil, televisão pública criada pelo presidente Lula em outubro de 2007, por medida provisória, e que custa R$ 342 milhões por ano. A mesma EBC produz também o programa Bom dia, ministro, que fica à disposição das rádios de todo o Brasil.De acordo com a Secretaria da Comunicação de Governo, todas as entrevistas e demais materiais serão oferecidos gratuitamente.Conforme informações da Secretaria de Imprensa do Planalto, desde 2007 o governo percebeu que havia um crescimento muito grande entre os jornais populares, que são vendidos a preços muito baixos. Por orientação do ministro da Comunicação, Franklin Martins, Lula passou a dar mais entrevistas. Em 2008, por exemplo, o presidente concedeu 182 entrevistas de todos os tipos; em 2007, 157; em 2006, 92. No ano passado, 30 jornais regionais publicaram entrevistas por escrito do presidente; em 2007, foram apenas 13.O governo não se preocupa apenas em aumentar o alcance das notícias a respeito do presidente e de seus feitos nos jornais populares e rádios, por intermédio da oferta de entrevistas e material jornalístico.Para a propaganda oficial, na qual são feitas as divulgações de obras do governo, foram reservadas para este ano R$ 542 milhões. Só a Presidência da República terá R$ 155 milhões – R$ 139 milhões para a propaganda institucional e R$ 16 milhões para divulgações de utilidade pública. ‘
CINEMA
Luiz Carlos Merten
Berlim sob a crise
‘No ano passado, os caminhos de ambos cruzaram-se no Festival de Berlim. O diretor Costa-Gavras presidia o júri que outorgou o Urso de Ouro ao filme brasileiro Tropa de Elite, de José Padilha. A atriz Tilda Swinton participava da competição com Júlia, com direção do francês Erick Zonca, que integrava a competição. Este ano, as posições invertem-se, ou quase. Tilda agora preside o júri, mas não terá de julgar o filme de Costa-Gavras, que fará o encerramento da 59ª Berlinale. Éden à L?Ouest será exibido, fora de concurso, dia 15. O próprio Padilha estará de volta ao festival, mas, desta vez, numa seção paralela, Panorama Dokument, que vai exibir seu documentário sobre a fome no Brasil (e no mundo), Garapa.Com Cannes e Veneza, Berlim integra a trinca dos maiores festivais de cinema do mundo. E é o primeiro a realizar-se, todo ano, em pleno inverno europeu, quase sempre sob muito frio e muita neve. A paisagem está pronta para o festival que começa hoje, apresentando, fora de concurso, o thriller The International, do diretor alemão Tom Tykwer, com Clive Owen e Naomi Watts. O filme trata de dupla de agentes que investiga as atividades supranacionais de um poderoso banco. Segundo o diretor artístico Dieter Kosslick, The International vai iniciar a Berlinale de 2009 sob o signo da atualidade. Com a economia mundial tentando juntar os cacos da crise do ano passado, eis aí um filme que discute o capitalismo como apátrida e todo-poderoso – tão poderoso que o tal banco pode eliminar concorrentes e clientes indesejáveis, sem que nada disso afete a paz e credibilidade de sua cúpula.Cerca de 19 mil profissionais de 120 países, incluindo 4 mil jornalistas, estarão em Berlim para o festival, que dura 11 dias. Mais de 200 mil ingressos já foram vendidos, fora todos os outros cedidos gratuitamente a convidados de todo o mundo. Para a mídia, a menina dos olhos da programação é a mostra competitiva – 18 filmes foram selecionados para a disputa do Urso de Ouro deste ano, mais oito que vão passar fora de concurso na mostra principal. Os olhos da imprensa estarão atentos para essa verdadeira parada de grandes filmes internacionais, mas nenhum crítico ou jornalista que se preze quererá perder o que estará ocorrendo em outras duas mostras paralelas. Panorama concentra o maior número de produções independentes e filmes considerados de arte. O Forum é o território por excelência da experimentação, e por isso os especialistas dizem que o futuro da linguagem e da política do cinema, em Berlim, passa por aqui. Outros eventos são a mostra de filmes infantis, a competição de filmes gays, a mostra de cinema alemão, o Talent Campus (com atividades para estudantes de cinema), a retrospectiva, as homenagens e o European Market, o mercado do filme europeu.A retrospectiva deste ano, com o título Bigger than Life, contempla o 70 mm, exibindo versões restauradas de grandes filmes de Stanley Kubrick (2001, Uma Odisseia no Espaço) e David Lean (Lawrence da Arábia, Doutor Jivago, A Filha de Ryan e Passagem para a Índia). O Urso de Ouro especial, que celebra a carreira de um grande artista, será atribuído ao compositor Maurice Jarre, sem os quais os épicos intimistas de mestre Lean não seriam a mesma coisa. Tente imaginar o Doutor Jivago sem o acompanhamento do tema de Lara. Não dá. Dois grandes diretores, um francês e um português, vão receber a Berlinale Kamera, por sua contribuição à arte e à indústria do cinema. Claude Chabrol e o centenário Manoel de Oliveira levam a Berlim seus novos filmes para exibir na homenagem – respectivamente, Bellamy e Singularidades de Uma Rapariga Loira.Em CompetiçãoAlle Anderen, de Maren Ade (Alemanha)
Sturm, de Hans-Christian Schmid (Alemanha)
Rage, de Sally Potter (Reino Unido)
Cheri, de Stephen Frears (Reino Unido)
Katalin Varga, de Peter Strickland (Romênia, Reino Unido, Hungria)
The Messenger, de Oren Moverman (EUA)
Happy Tears, de Mitchell Lichtenstein (EUA)
Ricky, de François Ozon (França)
In the Electric Mist, de Bertrand Tavernier (França, EUA)
London River, de Rachid Bouchareb (Argélia, França, Reino Unido)
Mammoth, de Lukas Moodysson (Suécia, Alemanha, Dinamarca)
Lille Soldat, de Annette K. Olesen (Dinamarca)
Tatarak, de Andrzej Wajda (Polônia)
Gigante, de Adrián Biniez (Uruguai, Alemanha, Argentina)
Darbareye Elly (About Elly), de Asghar Farhadi (Irã)
Mei Lanfang, de Chen Kaige (China)
La Teta Asustada, de Claudia Llosa (Peru, Espanha)
My One and Only, de Richard Loncraine (EUA)’
Ubiratan Brasil
Tom Cruise reforça a fama de bom moço
‘Tom Cruise comprovou que é um astro de cinema de Hollywood à moda antiga. Nos quatro dias que passou no Rio de Janeiro, onde lançou na terça o filme que estrela e produz, Operação Valquíria, o galã não evitou que seus passos e os da família (a mulher Katie Holmes e a filha Suri) fossem registrados – da praia à churrascaria, do shopping ao passeio de helicóptero, todos momentos de bom-mocismo foram devidamente documentados.Na pré-estreia do filme, na noite de terça, Cruise atendeu pacientemente os cerca de 300 fãs que se aglomeraram à porta do cine Odeon. Ele chegou ao tapete vermelho pouco depois das 20 horas, acompanhado da mulher. Posou para fotos, distribuiu autógrafos e entrou no cinema. Minutos depois, retornou sozinho e continuou a conversar com o público, distribuindo beijos e mais autógrafos. Encerrada a programação, Cruise e família rumaram para o México, onde deve encerrar a turnê de lançamento do filme, que já incluiu Rússia, Inglaterra, Itália, Japão e Coreia.A simpatia é inerente ao ator, que agora parece orientar sua carreira pelo caminho que une a fórmula do blockbuster com ingredientes familiares. A primeira é coerente com sua vitoriosa trajetória, marcada por diversos arrasa-quarteirões. A segunda condiz com a imagem de pai de família, que ele tanto divulga por onde aparece.Como também é produtor, Cruise reforça em cada país que visita o sucesso crescente de Operação Valquíria. O filme, de fato, começa a reagir nas bilheterias americanas, mas é no exterior que a arrecadação vem mais substanciosa. ‘Tenho recebido ótimas notícias’, disse o ator, em entrevista coletiva, terça-feira, evento que reuniu no Copacabana Palace mais de cem jornalistas, alguns infelizmente mais interessados em engrossar o álbum particular de fotos que trabalhar.Já a face paterna, Cruise reforçou ao comparar o papel que interpreta em Operação Valquíria com outros. Ele lembrou de A Guerra dos Mundos, de Steven Spielberg, no qual vive rapaz que, por conta da ameaça de destruição da Terra, descobre-se um pai de verdade. Já no filme recente, ocorreu o contrário. ‘Interpreto um pai que vive distanciado dos filhos por obrigação, para que eles não descubram seu envolvimento na conspiração contra o nazismo.’No longa, Cruise vive o coronel Claus von Stauffenberg, que liderou um plano para assassinar Adolf Hitler, em 1944, o que acabaria com a 2ª Guerra Mundial. Com o fracasso da conspiração, ele e outros revoltosos foram condenados à morte. ‘Como todos, eu sempre odiei os nazistas; por isso, não posso esconder que foi uma satisfação pessoal tentar matar o Hitler, mesmo que não tenha dado certo’, comentou o ator.A cena que mais o impactou, aliás, foi a do fuzilamento de Stauffenberg. Segundo ele, toda a equipe de filmagem compartilhou da mesma emoção. A relação com o grupo, aliás, foi também lembrada quando Cruise tentou responder à questão do Estado sobre os problemas enfrentados pela produção para filmar na Alemanha – como naquele país a religião do ator, a cientologia, não é reconhecida como tal e sim como uma seita, houve uma resistência inicial. ‘Mas logo tudo foi resolvido. Tanto que parte da equipe, que é alemã, sempre se desculpava comigo pelo ocorrido.’Cruise lembrou que sua vida sempre foi acompanhada de perto (‘vivo como em um microscópio’), o que resulta em informações superdimensionadas, especialmente quando divulgadas pela internet. Ele garantiu que, embora produtor, prioriza sua carreira de ator. A julgar pelos seus passos no Rio, um trabalha em função do outro.
O repórter viajou a convite da Fox do Brasil’
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Folha de S. Paulo
Quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009
TODA MÍDIA
De novo, ‘dispara’
‘Voltaram ontem os enunciados na linha ‘Bovespa dispara’, como na submanchete on-line de ‘O Estado de S. Paulo’. No Valor Online, ‘Bovespa em alta’ era a manchete no meio do dia. No texto, ‘Bovespa firma posição acima dos 41 mil pontos’. Associated Press, Reuters, Bloomberg e outras despacharam a notícia creditando o salto às commodities.
Fim do dia e a atenção do Valor foi para o dólar, que caiu diante do real devido às mesmas ‘commodities em alta’. Dow Jones e outras agências citaram ainda ‘o maior apetite do investidor’ externo.
ÀS COMMODITIES
A recuperação da Bovespa se evidenciou já na terça, como registravam anteontem o site MarketWatch e agências financeiras. Além das commodities em alta, foco da cobertura, uma razão é a expectativa de corte maior de juro pelo Banco Central.
AOS EMERGENTES
E a Bloomberg despachou ontem longa reportagem sobre como a corretora nova-iorquina Oscar Gruss & Son ‘está aconselhando clientes a voltar ao Brasil e outros emergentes ligados a commodities, após meses recomendando evitar exposição’.S&P CONTRA OS BRICS
Em meio à cobertura de ontem sobre commodities e os emergentes, o Goldman Sachs anunciou, via site do ‘>‘Wall Street Journal’ e outros, um ‘revival’ (renascimento) das exportações de minério de ferro do Brasil para a China, Vale à frente, no mês de janeiro.
Pouco depois a agência de classificação Standard & Poor’s divulgou um estudo contra o Goldman Sachs e sua classificação Brics _que reuniu os emergentes Brasil, Rússia, Índia e China. Segundo a S&P, a crise financeira global expôs as diferenças entre os quatro, com a China ‘provavelmente mais bem posicionada’.
MUNDO VS. OBAMA
A BBC Brasil estreou seu novo portal (acima) com uma entrevista de Lula. E destacou dele uma resposta, para sua manchete: Eu temo o protecionismo e ele está acontecendo. Quando o presidente Obama anuncia um pacote de investimentos e diz que vai financiar as obras que forem construídas com produtos comprados na siderurgia americana, ele está praticando um protecionismo que a Organização Mundial do Comércio teoricamente não aceita. Lula já havia criticado o pacote antes. Anteontem, também a União Européia questionou, seguida pelo Japão, e Barack Obama, à Fox, enfim admitiu ser um erro enviar ‘uma mensagem protecionista’.
HOMENS CASADOS
O outro destaque tirado da entrevista pela BBC Brasil foi que Lula defendeu Dilma como ‘a pessoa mais qualificada hoje para governar o Brasil’. Sobre o país estar preparado para uma mulher: ‘Todos nós, homens casados, sabemos o peso que a mulher tem em nossa casa, sabemos a força que a mulher tem’.
EM CAMPANHA
E o ‘Guardian’ postou ontem o artigo ‘Em busca do sucessor de Lula’, avisando que ‘a quarta democracia do mundo já entra em modo de campanha’. Diz que Dilma Rousseff não tem o ‘carisma’ de Lula, que José Serra foi beneficiado pela eleição paulistana e que Aécio Neves pode sair pelo PMDB.
POLÍCIA & FAVELA
Foi o correspondente Gary Duffy quem entrevistou Lula para a BBC, no Rio. Na edição em inglês, o destaque foi para o PAC das favelas e para a declaração presidencial de que ‘no passado só havia polícia intervindo com brutalidade que punia culpados e inocentes, muitas vezes só os inocentes’. E ‘agora temos a polícia lá’, no dia-a-dia, como ‘força comunitária’. Nas manchetes de Folha Online e UOL, depois, ‘Ação em favelas no Rio deixa dez mortos’.
TWITTER TIMES
O canal de Twitter BreakingNewsOn, que é referência desde a campanha nos EUA, vai virar site e órgão regular de jornalismo, com publicidade etc.
NO ‘NYT’
O editor do ‘New York Times’ deu entrevista aos leitores e disse que ‘o mercado vai achar um jeito de fazer a demanda crescente’ pagar pelo jornalismo abrindo especulação de que voltaria a cobrar pelo acesso ao site.
NO ‘WSJ’
O ‘Financial Times’ noticiou ontem, por outro lado, que a News Corp. de Rupert Murdoch, proprietária do ‘Wall Street Journal’ e do ‘Times’ de Londres, deve realizar cortes em suas redações, de 2,5% dos postos.’
INTERNET
Google oferece serviço com mapa que localiza pessoas
‘Sinônimo de busca pela internet, o Google anunciou ontem um serviço que promete encontrar, pelo telefone celular, a localização de amigos e familiares. Chamado de ‘Latitude’, ele está disponível em 27 países, entre eles o Brasil.
Com ele, por exemplo, um amigo pode saber se o colega com quem marcou uma reunião (e está atrasado) está perto ou um pai vai ter ideia de onde está o filho -desde que, claro, esteja com ele o celular.
A ideia da ferramenta é simples: por meio de sinais de torres de celular, GPS e conexões de Wi-Fi, ela mostra em um mapa na tela do celular onde estão os contatos do usuário. Mas não é qualquer pessoa que pode monitorar a sua localização. É preciso enviar ou receber convite e autorizar o pedido.
E, se o usuário quiser, pode ainda esconder onde está até mesmo dos amigos selecionados ou delimitar a precisão (em vez de mostrar rua, pode só expor a cidade onde está).
Para utilizar a ferramenta, é preciso abrir uma conta grátis no Google e ter um celular compatível (a lista pode ser encontrada em www.google.com/intl/pt-br/latitude/intro.html) com o serviço do Google Maps -existe uma versão que também pode ser instalada em computadores.
A partir daí, quando um amigo estiver por perto, um perfil dele vai aparecer no mapa no celular e o usuário pode mandar para ele uma mensagem de texto ou e-mail ou simplesmente fazer uma ligação.
O próprio Google, no entanto, alerta sobre a precisão do serviço. Diz que ele ‘não vai apontar a localização exata, mas dar uma boa ideia de onde seus amigos estão em um determinado momento’.
Sobre a questão de privacidade, a empresa afirmou que vai manter armazenada em seus computadores apenas a última localização do usuário.’
JOÃO BATISTA LEMOS (1926-2009)
O jornalista que tinha o dom de ensinar
‘Era uma coisa até mediúnica, conta o jornalista José Nêumanne Pinto sobre a capacidade de João Batista Lemos, espírita, de se fazer entender e conseguir exatamente o que queria dos repórteres. ‘Ele me ligava e dizia: ‘Te vira, filho, você sabe como fazer’. E aquilo funcionava’, lembra Nêumanne.
JB Lemos, como gostava de ser chamado, começou como repórter em 1946, em Belo Horizonte (MG), numa publicação do PCB chamada ‘Jornal do Povo’.
Anos depois, em São Paulo, foi chefe do Departamento de Jornalismo das rádios Difusora e Tupi. Dirigiu também o Departamento de Telejornalismo da TV Excelsior, até que veio o golpe de 1964 -que o forçou ao exílio no Chile. Lemos, lembra o amigo, não era um ‘homemde jornal’. Ao voltar ao país, contudo, recomeçou a carreira na imprensa..
Na Folha, foi pauteiro e chefe-de-reportagem. ‘Ele sabia identificar a área em que cada repórter se sairia bem’, diz Nêumanne, que destaca a humildade e o dom de ensinar de Lemos.
Depois, foi chefe de Redação das sucursais do ‘Jornal do Brasil’ em SP e Brasília e editor do mesmo jornal no Rio. Seu último emprego foi o de assessor de imprensa do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), em Brasília, no qual se aposentou.
Devido a problemas de saúde, havia ficado cego. Morreu anteontem, aos 82, em Brasília, de problemas cardíacos. Deixa seis filhas, 12 netos e uma bisneta.’
TELEVISÃO
Famílias se enfrentam em programa do SBT
‘O SBT prepara um novo programa que promete trazer de volta os telebarracos que tanta polêmica geraram nos anos 90.
Anteontem, a emissora gravou quatro pilotos de ‘Quem Tem Razão Ganha Mais’. O programa, inspirado em uma versão venezuelana, coloca membros de uma mesma família em confronto no palco e sob o julgamento de auditório, apresentador e de três jurados. Ao final, o lado da família que ‘tem razão’, segundo os votos de auditório, júri e apresentador, recebe R$ 1.000. O lado ‘sem razão’ leva R$ 500.
Um dos casos experimentados era o de uma mãe que não aceitava o genro. Nos pilotos, não houve ameaças de agressões, mas seis seguranças estavam a postos. Houve muito choro e ‘lavação de roupa suja’. Ao final de um dos pilotos, os familiares se reconciliaram.
Os pilotos serviram para testar possíveis apresentadores e jurados, além do formato. Christina Rocha, ex-’Aqui Agora’, foi uma das testadas. Entre os candidatos a apresentadores, estavam três psicólogos. Um deles teve uma crise e abandonou a gravação.
Ainda não é certo se o programa irá ao ar. Os pilotos serão analisados por Silvio Santos na semana que vem, quando ele retorna de viagem aos Estados Unidos. Se for aprovado, ‘Quem Tem Razão’ não deverá substituir ‘Casos de Família’, que continuará com nova apresentadora.
ORTOGRAFIA 1
Recém-formada em letras, Sandy será jurada do ‘Soletrando’, que retorna ao ar no ‘Caldeirão do Huck’ em março.. Ela ocupará o lugar que nos anos anteriores foi de Tony Bellotto e Gabriel, o Pensador. O quadro é uma competição que envolve cerca de 500 mil estudantes.
ORTOGRAFIA 2
O apresentador Luciano Huck diz que aproveitará o ‘Soletrando’ para ‘levantar a bandeira’ da reforma ortográfica. Haverá rodadas em que os participantes terão que acertar a grafia de palavras reformadas.
ESPIÕES
As operadoras Net e Sky já venderam 160 mil pacotes de pay-per-view de ‘BBB 9’, segundo a Globosat. Faltam só 15 mil para atingir a meta. E o programa mal começou.
VEM AÍ
‘Senhora do Destino’ (2004), maior audiência da Globo nesta década, substituirá ‘Mulheres Apaixonadas’ na sessão ‘Vale a Pena Ver de Novo’ a partir de 2 março. A novela de Aguinaldo Silva foi recentemente reclassificada como imprópria para menores de 10 anos (qualquer horário). Antes, não podia passar antes das 21h.
DENÚNCIA
Nem todo telejornalismo esportivo é bajulador. A ESPN Brasil exibe sábado, às 21h30, documentário que promete ‘revelar aspectos obscuros que não estarão no dossiê final da candidatura do Rio aos Jogos Olímpicos de 2016’. O dossiê será entregue pelo governo federal e pelo COB no dia 12. O programa, ‘Brasil Olímpico, uma Candidatura Passada a Limpo’, terá duas horas.’
Folha de S. Paulo
Série mostra corrida do ouro no Alasca
‘O Alasca, cuja exportação mais recente foi Sarah ‘posso ver a Rússia da minha casa’ Palin, vejam só, também tem ouro às pampas. O dado enciclopédico está no episódio inaugural da série ‘Desafiando o Alasca’, que o History Channel exibe hoje à noite.
O apresentador percorre vários pontos do Estado para mostrar as diferentes modalidades de extração do mineral. Há desde o garimpeiro solitário (que se encarapita em engenhocas análogas às do Inspetor Bugiganga para, em cem dias de sol, garantir o sustento da família por um ano) até a grande mineradora (e seu arsenal de dinamites para facilitar o acesso às jazidas), comandada por um sujeito que vive a -20º C desde a década de 70 por livre e espontânea vontade.
Aliás, o clima inóspito parece ser a única razão pela qual o Alasca não virou a Serra Pelada dos americanos -ainda assim, a presença de incautos na área remonta ao fim do século 19. Para completar a galeria de personagens, surgem ainda os dois amigos que veraneiam no território gelado com cifrões nos olhos -tubos de sucção toscos e peneiras a tiracolo. Os tubos dão a deixa para o trocadilho mais infame da hora: ‘This job sucks!’ (significando esse trabalho suga ou esse trabalho é uma droga), diverte-se o apresentador.
DESAFIANDO O ALASCA: MINERAÇÃO DE OURO
Quando: hoje, às 21h
Onde: The History Channel
Classificação: não informada’
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