Leia abaixo os textos de sexta-feira selecionados para a seção Entre Aspas. ************ Folha de S. Paulo
Sexta-feira, 29 de junho de 2007
RENANGATE
Todos são inocentes até julgamento, diz Lula, ao lado de Renan
‘Na primeira aparição em mais de duas semanas ao lado do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que é preciso ter o ‘cuidado de evitar que pessoas sejam execradas publicamente antes de serem julgadas’.
O apoio público de Lula a Renan acontece um dia após uma reunião entre os dois, no Planalto, em que o senador pediu ajuda do petista para salvar-se no Conselho de Ética.
Sem citar o nome de Renan, as frases de Lula corroboram a defesa que o presidente do Senado tem feito contra as denúncias de que recebeu dinheiro de um lobista para pagar contas pessoais. Nos últimos dias, o peemedebista disse ser ‘vítima’ da mídia ‘fascista’ e que há uma tentativa de ‘assassinar’ sua ‘honra’.
‘A democracia garante que todos, sem distinção, são inocentes até prova em contrário e que, portanto, todos precisam ter um julgamento com a maior lisura possível, para que não se cometa nenhum erro de omissão e nenhum erro de exagero em qualquer das nossas instituições’, disse Lula, ontem.
O petista foi além e falou da ‘inquietação’ que sente ao ver certas acusações. ‘Uma coisa que me inquieta como cidadão, que me inquieta no comportamento da Polícia Federal e do Ministério Público, é muitas vezes não termos o cuidado de evitar que pessoas sejam execradas publicamente antes de serem julgadas.’
Após o discurso de Lula, o senador deu dois tapinhas nas costas do presidente. Renan não ia a cerimônias no Planalto desde o dia 11. Ontem, compareceu a dois eventos.
No encontro de anteontem, o presidente do Senado pediu ajuda a Lula argumentando que seu enfraquecimento interessara à oposição. Dois auxiliares de Lula disseram à Folha que o presidente torce para que ele supere a crise, mas não deseja abraçar sua causa e fazer dela um assunto do Executivo.
Equilíbrio
O primeiro evento de ontem foi o lançamento do Plano Agrícola e Pecuário 2007/2008. O segundo, onde Lula fez a defesa velada de Renan, foi a posse para o segundo mandato do procurador-geral da República, Antônio Fernando de Souza. Nas duas, o presidente do Senado ficou ao lado de Lula.
O presidente sempre defendeu que não seja feito um prejulgamento de pessoas investigadas, mas suas declarações normalmente são motivadas por fatos recentes, como quando saiu em defesa de seu irmão citado em operação da PF e depois não incluído em denúncia. Ontem, o único caso que se enquadrava na defesa feita por Lula era o de Renan.
‘Não há nada pior para a democracia do que alguém ser condenado sem ter cometido crime. É tão grave quanto alguém ser absolvido tendo cometido um crime’, afirmou. ‘Daí o ponto de equilíbrio, de fazer a boa e sensata investigação, doa a quem doer. Mas, ao mesmo tempo, tendo consciência de que (…) todos têm que ter a chance de provar a sua inocência antes de serem condenados’, completou.
Questionada se o discurso do presidente se aplicava a Renan, a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) respondeu: ‘Aplica-se a todos nós brasileiros. Nós, a velha geração que participou das lutas de resistência à ditadura, sabemos perfeitamente o que significa o respeito aos direitos individuais da pessoa humana. O direto à defesa, o direito de todos nós, iguais perante a lei. E o fato de que ninguém é culpado até que se prove que ele é culpado, ele é inocente’.’
INTERNET
Bate-papo no MSN entre funcionários da Justiça sai no ‘Diário Oficial’ de SP
‘Andre e Luciana, funcionários da Justiça, conversam pelo MSN, um programa de bate-papo muito popular na internet. Falam mal de Cida, a diretora de um dos cartórios do fórum em que trabalham.
Até aí, tudo normal. Só que a conversa foi parar, na última segunda-feira, no ‘Diário Oficial’ do Estado, bem no meio de um despacho do Antonio Jeová da Silva Santos, da 7ª Vara Cível do Fórum Regional de Santana (zona norte de São Paulo), em processo de despejo por falta de pagamento.
Andre Leoncio e Luciana Pires começam a conversar pelo MSN às 16h43 do dia 12 de junho. É ela quem começa a conversa: ‘E ai da pra falar…’. E Andre responde: ‘To ocupado serviço pra caramba’. Às 17h01, Andre diz que precisa continuar a fazer o serviço de Cida, que tinha acabado de chegar. Andre reclama que Cida não está executando suas funções adequadamente.
Ele diz que quer chegar a escrivão, mas que não agüenta mais e pretende pedir transferência. Luciana apóia o amigo -a quem chama de ‘mané’- e diz que vai falar ‘com o dr. Jeová’ para ajudá-lo.
Eles comentam que o juiz está prestes a se aposentar e temem o que acontecerá com a chegada de um novo juiz.
A Secretaria de Comunicação informou por meio de sua assessoria de imprensa que o envio do que será publicado no ‘Diário Oficial’ é informatizado. Cada funcionário autorizado a enviar o material tem uma senha de acesso e a Imprensa Oficial não faz checagem.
O TJ (Tribunal de Justiça) pediu à Imprensa Oficial que verificasse no sistema informatizado quem foi o responsável pelo envio do texto.
A assessoria do TJ informou que já foi instaurado um processo administrativo para apurar o responsável pela irregularidade. O processo será conduzido pelo juiz da vara, que aplicará as punições previstas no Estatuto do Funcionalismo, que vão de repreensão a demissão do serviço público.’
TODA MÍDIA
Dias preguiçosos à espreita
‘Sob o título ‘Dias preguiçosos e quentes para o sortudo Lula’, a nova ‘Economist’ voltou à pressão por reformas no Brasil. Diz que ‘os jornais vivem em uma bolha’, as notícias de corrupção enfrentam ‘o brasileiro bastante contente, menos interessado nas notícias da TV do que na novela que vem a seguir’.
O presidente ‘é muito popular’, na periferia ‘todos amam Lula’. ‘Em muitos sentidos, o Brasil tem o melhor desempenho em uma geração’, diz a revista -e ‘a maior parte dos brasileiros gosta e confia em Lula, ainda que não em todos os seus seguidores’. E assim seu governo, em ‘torpor’, age com atraso, quando age. ‘Mais do que governar, Lula reina.’
A longa reportagem ouve de Aloizio Mercadante a Maílson da Nóbrega e FHC, identificando-se com o último até nas críticas à nova liderança tucana, que não priorizaria reformas como ele -e a ‘Economist’.
CIDADES SEM DEUS
Em longa reportagem, menos relacionada à política e à economia do que a ‘Economist’ e mais ao quadro social que presenciou, o ‘Guardian’ descreveu o cotidiano em favelas de São Paulo e outras. Entrevistou de traficantes a professores, de rappers a policiais, sob o título ‘Nestas cidades sem Deus, a democracia é zombada pela violência e desigualdade’. O relato é devastador e duvida da própria sobrevivência da ‘democracia liberal’ em tal ambiente.
Enquanto isso, 19 mortos no Complexo do Alemão e o ‘Jornal Nacional’ nem cita nas manchetes o Rio do Pan.
‘ERRO’
A mesma ‘Economist’, em editorial, responsabilizou o Brasil de Celso Amorim, mais do que Índia, americanos e europeus, pelo ‘último atraso de Doha’. Diz que foi ‘erro’ e argumenta que, sem acordo, podem crescer os ‘subsídios que distorcem o comércio’, afetando os emergentes.
Por aqui, no Globo Online, Lula foi curto e grosso, ‘se eles não abrem a agricultura, não tem mais conversa’.
EUA VS. ÍNDIA
Já a Casa Branca segue na pressão sobre a Índia. Ontem nos sites do ‘Wall Street Journal’ e do ‘Washington Post’, títulos ameaçadores do tipo ‘Schwab, representante comercial dos EUA, diz que o futuro da Índia depende da abertura do comércio’ ou ‘Relação tem duro remendo’.
SEM FOCO
Andres Oppenheimer, o colunista do ‘Miami Herald’ que luta para aproximar EUA e América Latina, cobra um novo ‘foco para a região’, diante da iminente suspensão dos poderes de George W. Bush para negociar acordos comerciais com liberdade.
Avisa o atento colunista que ‘a União Européia negocia ativamente o acordo de livre comércio com o Mercosul’.
‘BLADE RUNNER’
O ‘Guardian’ noticiou os cenários futuristas feitos pela organização ESRC para o mundo. É em geral esforço de projeção científica, mas desta vez levou em conta também ‘os novos alinhamentos e a ascensão dos Brics’, no caso, ‘Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul’. Um cenário foi apelidado de ‘Blade Runner’.
OURO NEGRO OU VERDE
Hugo Chávez trocou o Mercosul pela turnê de compra de armas por Rússia e Irã -o que levantou temores de especialistas na BBC Brasil, de corrida armamentista na região. Mas para uma análise da BBC em inglês o conflito se dá mais entre os produtores de petróleo e de gás e os produtores de biocombustível. No francês ‘Le Monde’, também em análise, ‘ouro negro ou verde’ seria a nova divisão global. No título, ‘Opep negra contra Opep verde’.’
VENEZUELA
Acusação de golpismo é achaque de Chávez contra imprensa, diz presidente da RCTV
‘Marcel Granier, presidente do canal RCTV, cuja concessão não foi renovada pelo governo venezuelano há um mês, sustentou ontem que não houve golpe de Estado em 2002, quando Hugo Chávez foi afastado por dois dias do cargo, mas ‘um vazio de poder’, e disse que o presidente usa a acusação de ‘golpista’ para pressionar os meios de comunicação.
‘O Tribunal Supremo de Justiça disse [à época] que não houve golpe, mas houve vazio de poder. Aos estrangeiros lhes custa muito entender que não houve golpe’, disse Granier em entrevista em São Paulo.
O executivo exibiu um vídeo com ameaças de Chávez ao canal e ao Judiciário durante ato pela liberdade de expressão apoiado por várias entidades, entre elas a Abert (Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão) e a ANJ (Associação Nacional de Jornais).
O governo Chávez afirmou várias vezes que não renovaria a concessão da RCTV porque o canal apoiou a tentativa de golpe de 2002 e seguia alimentando atos contra o presidente. Parte da oposição diz que em 2002 houve ‘vazio de poder’, já que na época os golpistas -militares e civis- divulgaram a versão, depois desmentida, de que Chávez teria apresentado sua renúncia voluntária nas 48 horas em que ficou preso em instalações militares.
‘Como o governo não tem argumento jurídico [para fechar a TV], fala de golpe. Por que não nos processou então?’, disse. ‘Faríamos hoje o que fizemos em 2002 ou como no golpe de 1992 [promovido por Chávez contra o então presidente Carlos Andrés Pérez], sempre reclamando que se respeite a Constituição’, declarou o executivo, que afirmou que jamais defenderia um golpe.
Granier diz que a acusação de ‘golpista’ é uma forma de achaque do governo Chávez para obrigar os meios de comunicação a fazerem uma cobertura favorável ao governo. ‘Com o Cisneros tem funcionado muito bem’, disse, em referência a Gustavo Cisneros, dono da Venevisión, agora considerado um aliado tácito do presidente.
Como mostrou reportagem da Folha em maio, é a Venevisón que herdará a maior parte da fatia publicitária da RCTV. Antes crítico, o canal também deu pouco espaço às manifestações contra Chávez recentes.
Granier diz ver na ‘tela’ da Venevisión os sinais da aliança no volume de propaganda oficial. ‘Agora há reportagens sobre a relação estratégia da Venezuela com o Irã’, ironizou.
O presidente da RCTV afirmou que tem esperança de que seu canal volte ao ar porque ‘a medida foi rechaçada por 80% da população e afetou politicamente o governo’. Disse esperar que a opinião pública internacional ponha ‘freio à marcha totalitária de Chávez’.
Granier, que participou ontem de um jantar oferecido pela Fiesp, disse que não foi convidado nem pediu um encontro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas que gostaria de lhe explicar a grave situação venezuelana. O executivo aceitou convite para falar no Senado brasileiro, mas não há data.’
MERCADO DE MÍDIA
Jornalistas de ‘WSJ’ protestam contra a venda
‘Vários jornalistas do ‘Wall Street Journal’ não foram trabalhar na manhã de ontem em protesto contra a oferta do bilionário Rupert Murdoch pela Dow Jones, proprietária do jornal de economia. Eles também reclamam de proposta trabalhista feita pela empresa.
Os funcionários afirmam que o jornal perderia qualidade com a venda para Murdoch, que é proprietário, entre outros, do ‘New York Post’ e do britânico ‘The Times’. Ele fez, no início do mês passado, uma proposta de US$ 5 bilhões pela Dow Jones e, anteontem, afirmou que espera que o negócio seja fechado em duas ou três semanas.
Os jornalistas voltaram a trabalhar na tarde de ontem. O site do ‘Wall Street Journal’ continuou a ser atualizado, segundo o ‘New York Times’, por funcionários próprios e da agência Dow Jones. As agências internacionais não sabiam dizer quantos funcionários participaram da manifestação.’
TELEVISÃO
Governo já pensa em 2º canal público de TV
‘A TV Brasil, a rede pública federal encampada pelo presidente Lula, ainda nem entrou no ar, mas o governo já pensa em um segundo canal. Relatório com o primeiro estudo sobre a TV Brasil, obtido pela Folha, traz no subcapítulo ‘Pontos de Discussão’ (de futuras reuniões de comitê interministerial) o item ‘Passo Seguinte: TV Brasil 2 – Educação’.
Servidores que participam das discussões sobre a TV Brasil confirmaram que se trata da criação de um segundo canal, só de conteúdo educacional.
No subcapítulo ‘Medidas Práticas’, o relatório trata do encaminhamento de pedido ao Ministério das Comunicações para que sejam outorgados quatro canais analógicos e quatro canais digitais em São Paulo, conforme previsto em decreto do sistema de TV digital.
Ou seja, o governo pretende fazer algum uso a curto prazo de oito canais. Não está claro se esses canais serão compartilhados com outras TVs públicas (como a TV Senado). A ocupação de todo esse espaço pela União já repercute na Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), que estuda excluir canais de retransmissoras comerciais em São Paulo para poder acomodar os do governo.
De acordo com o relatório, a TV Brasil só entrará no ar em dezembro, mas já terá uma pré-programação em agosto, com a ‘unificação de telejornais’ produzidos pela TVE do Rio de Janeiro e pela Radiobrás.
ESTRELAS Fernanda Montenegro e Juca de Oliveira serão convidados para integrar o elenco de ‘Aos Meus Amigos’ (nome provisório), próxima minissérie da Globo, com texto de Maria Adelaide Amaral e direção de Denise Saraceni.
GRADE 1 A minissérie só estréia em 19 de fevereiro. A Globo ainda não definiu o que irá exibir nessa faixa do início de janeiro até essa data. Há um ‘buraco’ na grade entre ‘Big Brother Brasil 8’ e o ‘Jornal da Globo’.
GRADE 2 Estudam-se várias possibilidades. Numa delas, o espaço seria ocupado por um festival de filmes nacionais e pela terceira temporada de ‘Lost’ (com Rodrigo Santoro). Outra opção seria uma segunda minissérie.
JAULA Ao proibir Fausto Silva de participar do ‘Pânico na TV’, a Globo evitou a abertura de precedente que legitimaria outros artistas a darem entrevistas para TVs concorrentes sem pedir autorização. Por outro lado, também preservou o argumento ‘a Globo não deixa’ para aqueles que não querem aparecer em outras TVs, mas não têm coragem de dizer isso.
HEMATOMA A Globo teve que contratar um massagista para atender ao elenco do ‘Circo dos Famosos’, novo quadro do ‘Domingão do Faustão’. Os artistas estavam reclamando de dores.
BOLINHA Foi de 32 pontos na Globo e de 4 na Band a audiência da estréia do Brasil na Copa América. A seleção costuma dar mais.’
Vinicius Abbate
Tarso diz buscar uma solução sem censura para TV
‘O ministro Tarso Genro comentou ontem a ‘classificação indicativa’ para programas de televisão que está em discussão no Ministério da Justiça. Para ele, é preciso buscar uma solução sem nenhum tipo de censura prévia, mas que garanta o ‘direito das famílias’.
‘Estamos trabalhando com a questão indicativa com um grupo técnico. Eu vou buscar a redação para que a norma não tenha qualquer tipo de semelhança de censura prévia, mas que garanta o direito das famílias e da aplicação do ECA [Estatuto da Criança e do Adolescente]. Não é impossível fazer uma engenharia institucional e jurídica para isso’, afirmou.’
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O Estado de S. Paulo
Sexta-feira, 29 de junho de 2007
TELEVISÃO
Eterna sem magia
‘Eterna Magia, novela das 6 da Globo, bem que poderia mudar de nome. Deveria se chamar Eterna… qualquer outra coisa, uma vez que a magia está em baixa na trama. Corre nos bastidores da Globo que, entre as mudanças que a direção da emissora encomendou para tentar salvar o ibope do folhetim – na casa dos 25 pontos -, está uma diminuição significativa no conteúdo de bruxaria da novela.
Por meio de pesquisas, a rede descobriu que as cenas de magia não estão agradando ao público. A ordem seria cortar os cenários sorumbáticos e diminuir a participação das bruxas.
Uma prova disso é o sumiço de Medéia (Araci Esteves), personagem com pinta de bruxa de Branca de Neve que foi internada em um hospício na trama.
Quem provou também que pode desaparecer a qualquer momento foi Paulo Coelho. Tudo bem que o escritor faria só uma participação especial. No entanto, ele mesmo garantiu que nada impedia sua volta esporádica à novela. Se a mesma desse certo, é claro. Outra que pode sumir ainda, não por ser bruxa e sim fugindo do fracasso, é Malu Mader, que misteriosamente ganhou uma doença letal na trama.
Entre-linhas
Mariana Ximenes manda avisar, por meio de sua assessoria de imprensa, que não fará a próxima novela de Aguinaldo Silva, Duas Caras. A atriz alega que emendou trabalhos na TV e no cinema e quer tirar férias. A Globo aceitou o afastamento.
O ator Malcolm McDowell (de Laranja Mecânica) participa do episódio de Heroes que vai ao ar hoje, às 21 horas, no Universal Channel.
A MTV exibe hoje, a partir das 19 horas, mais uma edição gay do programa de Daniella Cicarelli Beija Sapo, com direito a beijaço.
Por falar em MTV, a emissora estréia no dia 2 de julho, às 21 horas, o MTV5, com Penélope Nova. A atração trará um ranking de cinco clipes temáticos de segunda a quinta.
A atriz Drew Barrymore está no Saturday Night Live, que a Sony apresenta amanhã, às 23 horas.
A NET lançará, no dia 1.º de julho, o canal SporTV 3, especialmente para a cobertura do Pan. O canal ficará aberto para todos os assinantes até o dia 29 de julho.
Além do canal extra, a NET também abre o sinal dos outros dois canais SporTV de 1.º a 13 de julho para o aquecimento do Pan.
A Playboy continua insistindo para ter Camila Pitanga estampando sua capa em uma edição futura. A resposta, mesmo com um cachê polpudo, é ‘não’.’
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Tarso admite alterar classificação indicativa
‘O ministro da Justiça, Tarso Genro, admitiu ontem mudanças na Portaria 264, que define regras para a classificação indicativa dos programas de TV. ‘Vou buscar uma redação para a norma que não tenha qualquer tipo de semelhança com censura, mas que também garanta a aplicação do Estatuto da Criança e do Adolescente’, garantiu.’
POLÍTICA CULTURAL
‘Burocracia é caprichosa e irracional’, diz Calil
‘Teve lugar na tarde de anteontem o primeiro encontro entre representantes do teatro paulistano e o secretário municipal de Cultura, Carlos Augusto Calil. Na segunda-feira, 200 artistas, produtores e representantes de grupos de teatro fizeram um protesto na frente da Galeria Olido, sede da secretaria, manifestando sua contrariedade com o Edital de Fomento ao Teatro publicado pela pasta.
‘Foi um encontro político. Veio aqui uma embaixada de alto nível e parou a sessão de grosseria’, disse o secretário Calil. Os artistas, segundo Calil, manifestaram seus temores em relação às novas exigências de prestações de contas dos projetos incentivados pela Lei do Fomento ao Teatro. As exigências foram criadas no novo edital da secretaria, o que contraria o texto da lei. Isso gerou atrito com os representantes do teatro de São Paulo (só a Cooperativa Paulista de Teatro reúne 850 grupos).
‘Eles têm razão. A burocracia é caprichosa e às vezes irracional. Mas nunca passou pela minha cabeça revogar a lei. A intenção era criar mecanismos de transparência pública’, afirmou Calil. Ele atribuiu parte dos erros do edital ao trabalho de sua equipe, e prometeu corrigi-los. Calil se reuniu com veteranos do teatro brasileiro, como o diretor Zé Renato, de 83 anos; o diretor Marco Antonio Rodrigues; César Vieira (do grupo União e Olho Vivo); e assessores do vereador Chico Macena (PT) e do deputado estadual Vicente Cândido (PT).
‘Sentimos disposição para o diálogo, da parte do secretário. Ele não tem intenção de revogar o edital, mas abriu uma rodada de negociações, o que é bom’, disse Roberto Rosa, representante da Cooperativa Paulista de Teatro. Apesar do início de conversações, os artistas vão promover um ato simbólico de desagravo, hoje, entregando ao mesmo tempo todos os projetos que seriam inscritos para pleitear os benefícios da lei. O secretário havia concedido mais 30 dias.
‘Eles não querem considerar a prorrogação, mas eu disse a eles que, por ter cometido um erro, não poderia deixar de fazer isso (reeditar o prazo). A rigor, podem entregar no prazo’, afirmou Calil. A secretaria recuou em quatro pontos do edital da 11ª Edição de Fomento ao Teatro, publicado nos dias 18, 24 e 31 de maio pela Prefeitura. A cada edital, são avaliados uma média de 80 a 100 projetos de artes cênicas.
‘O que ficou pendente é a questão da prestação de contas’, afirmou o secretário. ‘Os outros pontos foram todos corrigidos. Para mostrar que eu não estava intransigente, já tinha topado trocá-los.’ O secretário disse que sabe da importância da Lei de Fomento na vitalidade que o teatro paulistano tem demonstrado nos últimos anos, e que em nenhum momento cogitou enfraquecer o programa. ‘Eles levantaram muitos fantasmas que, francamente…’, ponderou. ‘Tinha um certo drama excessivo – não fossem eles do teatro.’
Quanto a exigir prestação de contas de cada projeto incentivado, o secretário disse que também acha ‘razoável’ a posição dos artistas. ‘Nós concordamos que se crie uma instância de acompanhamento dos projetos. Mas a prestação fiscal, para nós, não representa nada. O fomento ao teatro é um pacto, um acordo feito entre o Legislativo, o Executivo e a classe teatral. O que importa é o espetáculo concluído, entregue’, considera Rosa.
‘Mas não somos contra uma prestação de contas. Sabemos, no entanto, que a secretaria não tem capacidade de verificar, não tem estrutura para verificar uma prestação fiscal. Dispor-se a esse tipo de prestação pode ser um tiro no pé’, afirmou Roberto Rosa. Os artistas e o secretário concordam que é preciso aprimorar a legislação – e os primeiros já têm algumas sugestões para encerrar o impasse. Uma das sugestões é pedir que representantes do Tribunal de Contas do Município se juntem às rodadas de negociação e, eventualmente, integrem o novo sistema de acompanhamento de projetos.
O secretário Calil, no entanto, demonstrou certo aborrecimento com a forma como os artistas se manifestaram inicialmente, em cartas e manifestos. ‘As cartas eram insultuosas, com termos inadequados. Havia um excesso de sensibilidade deles, e também alguma falta de sensibilidade minha. Agora, restabeleceu-se a política, com um nível cordial e respeitoso. Espero que eles aceitem certos mecanismos de transparência.’
Carlos Calil disse ao Estado que não foi discutido, no encontro, o problema da lei municipal de incentivo à cultura, a Lei Mendonça. Na gestão Calil, os recursos destinados ao incentivo caíram quase 90%. ‘Não quis misturar as coisas. Eu tenho um projeto, em relação à Lei Mendonça, que vai ser divulgado, vai ser discutido e depois vai à Câmara dos Vereadores. Eles querem discutir agora a Lei do Fomento.’’
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