Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Lula lembra profissional que estudantes ignoraram

Em seu discurso no Dia do Jornalista (7/4), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva lembrou da atuação corajosa de Audálio Dantas à frente, nos anos de chumbo, do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo. Disse o presidente:

‘O movimento sindical dos jornalistas passou um período muito tenebroso quando, em 1975, ressurgiu a partir da eleição do Audálio Dantas para presidente do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo. Muito mais do que a eleição de Audálio Dantas era o surgimento da quebra de um monopólio de quase 19 anos de conservadores dentro do sindicato.’

O jornalista Audálio Dantas veio a Porto Velho em outubro de 2003 para proferir palestra acerca da relação entre Rondônia e a grande mídia, convidado pelo jornal Imprensa Popular e por seu diretor, Gessi Taborda – amigo de longa data do jornalista.

A simples menção do nome Audálio Dantas carrega uma aura de grandeza. Ele teve grande importância como presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais de São Paulo em sua mais difícil época, durante o governo militar, na tarefa de defender os jornalistas perseguidos pelo regime, contribuindo efetivamente para o avanço da democracia no país.

À parte a vida de sindicalista, Audálio é um profissional cujas reportagens são reconhecidamente primorosas, tanto por seu aspecto literário quanto pela técnica jornalística. É comumente referido nos bastidores da mídia como ‘o mais belo texto da imprensa brasileira’.

Momento único

Apesar de tantos predicados, a palestra de Audálio na Escola do Legislativo contou com pouca participação, especialmente daqueles que deveriam ser os mais interessados: os que pretendem ingressar nesta tortuosa profissão. No auditório, os profissionais da nossa imprensa não se fizeram presentes, com raríssimas (porém honrosas) exceções, como os jornalistas Rubens Coutinho e Adaídes Batista, entre outros.

A única estudante de Comunicação presente teve que cabular aula para poder participar da palestra. Essa situação absurda ocorreu porque a única faculdade da cidade – por enquanto – que dispõe de curso de Jornalismo não permitiu que seus alunos presenciassem a palestra.

Em vez de recomendar a seus professores o uso da palestra de Audálio como sala de aula, a coordenação do curso de Comunicação (que responde pelo curso de Jornalismo) resolveu – orientada, segundo o coordenador, Anderson Elói, pela direção da faculdade – que haveria aula normal no dia da palestra, uma vez que esta não era promovida em parceria com a instituição.

Apesar das inconveniências, o debate com mestre Audálio transcorreu maravilhosamente. Ele ressaltou, entre outras coisas, que a manipulação da informação mais crítica é a resultante de acordos entre os poderosos, em nível global.

Os estudantes perderam um momento único para trocar informações com um integrante da elite do jornalismo brasileiro.

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Estudante de Comunicação/Jornalismo (Faro) e Informática (Universidade Federal de Roraima), webdesigner, editor de arte e fotografia do jornal Imprensa Popular (Porto Velho)