A web 2.0 – ou web 3.0, pois a nomenclatura não faz a menor diferença – está recheada de lixo eletrônico – tanto intelectual como moral – que inunda, perversa e tortamente, todas as nossas atividades corriqueiras com tolices e ilusões fracassadas, principalmente quando o assunto é acerca das pesquisas que realizamos.
Há um ilusionismo acerca da geração X, Y – ou como quer que você queira chamar todos os jovens que cada vez mais se incorporam em redes de relacionamentos – sobre o fato de serem mais idealistas, participativos e radicalmente contra todas as ‘mesmices’ que presenciamos até hoje.
Já existem estudos, como o demonstrado em uma matéria na última edição da Economist, baseada na pesquisa da Pew Internet, que demonstram que grande parte dos integrantes de mídias sociais só ‘atua’ quando está participando de algo, como entrar em uma comunidade do Greenpeace, por exemplo, mas que, de fato, nada faz além disso. O intuito seria o de apenas demonstrar que se importam ou que pensam a respeito dos problemas sociais ou os rumos que a política nacional direciona o país, mas na hora em que devem agir o sedentarismo intelectual e idealista fala mais alto.
Cultura, informação e conhecimento
Como faturar, como vender, como financiar, como limpar seu nome e como produzir conteúdo única e exclusivamente com intuitos mercadológicos, e nunca por que produzir uma informação de qualidade e de que maneiras você poderia compartilhá-la de um modo mais eficiente, sendo benéfico tanto para você como para as pessoas que iriam consumir tal conteúdo.
Existem centenas de milhares de páginas na internet que ensinam como ganhar dinheiro usando as principais redes de relacionamentos, como o Twitter, mas é dificílimo encontrar alguma home que trate dos motivos que levam alguém a produzir conteúdo e compartilhar informações consideráveis.
Precisamos urgentemente de mais ‘porquês’ e menos ‘comos’. Produzir por produzir, como fazem quase 25% dos usuários do Twitter que nunca o utilizaram ou só usaram raríssimas vezes, ou produzir só parar ganhar algo financeiro em troca, é tirar da web aquilo que ela possuía de mais nobre: o idealismo sobre o compartilhamento da produção humana sem fim.
Devemos, sim, produzir para ganhar algo em troca. Mas só quando esse comércio se baseia em cultura, informação e conhecimento, e não apenas em como ganhar dinheiro.
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Jornalista, blogueiro, pós-graduado em Assessoria de Imprensa, Gestão da Comunicação e Marketing e pós-graduando em Política e Sociedade no Brasil Contemporâneo