Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Memória de Allende sumiu para a grande mídia

Após o ataque terrorista de 11 de setembro de 2001, nos Estados Unidos, a mídia parece ter esquecido completamente que, muito antes, nossos irmãos chilenos morriam coincidentemente também em 11 de setembro, porém de 1973, em decorrência do golpe militar.

A grande imprensa, cumprindo seu papel principal que é informar, poderia relembrar os tanques e aviões bombardeando o palácio presidencial em Santiago e a morte do presidente Salvador Allende na mesma proporção em que, há 6 anos, mostra as torres gêmeas vindo ao chão.

Seria igualmente gratificante assistirmos nos telejornais a reportagens especiais sobre o papel dos EUA no golpe militar, fundamentando-as no desarquivamento de documentos norte-americanos em 1999. As informações possibilitaram o esclarecimento sobre a responsabilidade de Washington na derrubada de Allende e o apoio ao golpe do general Augusto Pinochet.

Esses dados vieram a público após 30 anos de debates sobre o assunto. Ainda que tardiamente, ficou patente que as operações secretas da CIA no Chile, entre 62 e 73, tentaram impedir a eleição de Allende, desestabilizar seu governo e, após o cruel golpe militar, em 11 de setembro de 1973, que também contou com apoio norte-americano, apoiaram o regime militar.

O 34º aniversário do golpe chileno deve ser motivo de reflexão em memória de tantas vítimas da ganância e intolerância, mas, acima de tudo, devemos ter o direito de assistir, ler e ouvir sobre um assunto tão importante e que marcou a história da América Latina.

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Estudante do 2º ano de Jornalismo na Uninove, São Paulo, SP