Tudo começou como um folhetim, e desde domingo (24/6) está parecendo uma autêntica telenovela.
O ‘Escândalo Renan’ está voltando à estaca zero, a sua importância política está sendo esvaziada não por causa de fofocas televisivas, mas graças aos dois seriíssimos jornalões paulistas que nas edições dominicais aproveitaram o clima junino para espairecer.
A Folha de S.Paulo dedicou parte da sua capa e uma página inteira na editoria Brasil às confissões amorosas da ex-namorada do presidente do Senado. ‘Amei demais’, confessa a nova namoradinha do Brasil, ‘fiquei muito triste como exploraram a minha intimidade’, acrescentou.
Já o Estadão, com um pouco mais de compostura e menos destaque, foi na direção contrária. Preferiu ouvir a ‘legítima’, isto é, a mulher do senador, que, como boa nordestina, não tem papas na língua: ‘Homem é mesmo muito besta’, disse num surpreendente assomo feminista.
Quem está preparando o terreno para adiar o Caso Renan para depois do recesso não é o governo nem a tropa de choque do senador alagoano. O caso Renan caminha rapidamente para a pizzaria graças à irrefreável vocação da nossa mídia para banalizar as crises e converter em piada as nossas tragédias.