É triste ver novamente que a revista Veja deseja destruir a imagem do presidente da Venezuela, Hugo Chávez. Na edição 1.935, de 14 de dezembro de 2005, a revista dedicou 11 páginas ao ‘combate’ ao presidente venezuelano Hugo Chávez, e já na capa mostra a manchete: ‘Nossos repórteres na Venezuela contam como Chávez está destruindo a democracia’.
O que a Veja entende por ‘democracia’? O livre-mercado? A possibilidade de pessoas acumularem lucros exorbitantes em cima do trabalho da classe média e pobre? Parece ser este o entendimento, já que Chávez é declaradamente socialista.
Interesses obscuros
O conteúdo da revista impressiona pela parcialidade. Em nenhum momento, Hugo Chávez ou seus assessores foram entrevistados para rebater as críticas contra seu governo. Ou seja, a Veja não cumpriu regra básica da ética jornalística, que é ouvir os dois lados.
Numa das diversas críticas ao presidente venezuelano, a revista chega a comparar Chávez ao nazista Adolf Hitler, dizendo que a ‘comunidade internacional não está dando a devida atenção à forma sistemática com que Chávez vem corroendo a liberdade na Venezuela’. Assim, eu me pergunto: corroendo qual liberdade? A dos ricos em aumentarem os seus lucros? A liberdade do povo em decidir por uma guerra? E a liberdade dos pobres em ter acesso aos direitos básicos?
Infelizmente, a Veja assume posição parcial, política e economicamente, em várias de suas matérias. Algumas pessoas sabem identificar a parcialidade num veículo de comunicação e não são influenciadas. Mas e as que não identificam os interesses obscuros?
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Jornalista