Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Mídia reforça padrão de beleza irreal

De acordo com um relatório divulgado na semana passada pela Girlguiding UK, federação das bandeirantes do Reino Unido, meninas britânicas com menos de 10 anos estão associando aparência física a auto-estima e felicidade. Por causa do resultado do estudo, intitulado ‘Under 10 and Under Pressure’ (Abaixo de 10 anos e sob pressão, tradução livre), a organização passou a recomendar que as escolas ensinem às crianças que a mídia dita padrões de beleza inatingíveis através da manipulação de imagens de mulheres com programas de computador. Em 2003, por exemplo, a revista masculina GQ admitiu que ‘alterou digitalmente’ a foto de capa da atriz Kate Winslet para fazê-la parecer mais magra.

Segundo o estudo, meninas de sete anos acreditam que as mulheres magras e bonitas têm mais possibilidade de ser felizes, inteligentes e carismáticas, enquanto as gordas ou não tão atraentes teriam maior tendência a ser solitárias, infelizes e vítimas de bulimia. Comentários negativos por parte de familiares sobre aparência e peso também influenciam de maneira prejudicial a imagem que as meninas têm de si próprias. Por este motivo, a organização faz campanha para que os pais e parentes não critiquem a aparência das crianças. Em função da pressão sofrida, meninas de oito anos já estão lutando contra distúrbios alimentares como anorexia e bulimia.

A pesquisa foi feita com base em oito grupos de discussão envolvendo meninas de sete a 10 anos. As entrevistadas indicaram que seus medos de exclusão social poderiam ser facilmente sanados por mensagens construtivas de amigos e familiares – em especial aquelas que afirmam que o exterior é menos importante que o interior. Informações de Lucy Ward [The Guardian, 21/11/07].