De acordo com um relatório divulgado na semana passada pela Girlguiding UK, federação das bandeirantes do Reino Unido, meninas britânicas com menos de 10 anos estão associando aparência física a auto-estima e felicidade. Por causa do resultado do estudo, intitulado ‘Under 10 and Under Pressure’ (Abaixo de 10 anos e sob pressão, tradução livre), a organização passou a recomendar que as escolas ensinem às crianças que a mídia dita padrões de beleza inatingíveis através da manipulação de imagens de mulheres com programas de computador. Em 2003, por exemplo, a revista masculina GQ admitiu que ‘alterou digitalmente’ a foto de capa da atriz Kate Winslet para fazê-la parecer mais magra.
Segundo o estudo, meninas de sete anos acreditam que as mulheres magras e bonitas têm mais possibilidade de ser felizes, inteligentes e carismáticas, enquanto as gordas ou não tão atraentes teriam maior tendência a ser solitárias, infelizes e vítimas de bulimia. Comentários negativos por parte de familiares sobre aparência e peso também influenciam de maneira prejudicial a imagem que as meninas têm de si próprias. Por este motivo, a organização faz campanha para que os pais e parentes não critiquem a aparência das crianças. Em função da pressão sofrida, meninas de oito anos já estão lutando contra distúrbios alimentares como anorexia e bulimia.
A pesquisa foi feita com base em oito grupos de discussão envolvendo meninas de sete a 10 anos. As entrevistadas indicaram que seus medos de exclusão social poderiam ser facilmente sanados por mensagens construtivas de amigos e familiares – em especial aquelas que afirmam que o exterior é menos importante que o interior. Informações de Lucy Ward [The Guardian, 21/11/07].