Enquanto uma equipe de resgate tenta cortar uma rocha de um quilômetro de espessura para liberar dois mineiros australianos presos há nove dias, grupos de mídia lutam para obter direitos exclusivos da história, como informa Michael Perry [Reuters, 5/5/06]. Executivos já ofereceram US$ 192 mil por uma entrevista exclusiva. De acordo com o jornal The Australian, mais de US$ 1 milhão já teria sido oferecido por um acordo conjunto entre uma revista, um canal de TV, a produção de um livro e de um filme. Âncoras de emissoras de televisão da Austrália transmitem ao vivo da mina de ouro. As casas dos homens também são vigiadas por repórteres e a mulher de um deles recebeu ofertas em dinheiro para ser entrevistada.
Os dois mineiros ficaram presos no dia 25/4, quando um tremor de terra provocou um desabamento dentro da mina, localizada no estado da Tasmânia. Um terceiro homem morreu no acidente. No domingo (30/4), Brant Webb e Todd Russell foram encontrados vivos, pois uma grade de metal acabou protegendo-os das pedras. A equipe de resgate afirmou que a escavação do túnel para que os homens possam subir à superfície demoraria mais do que o esperado e que, provavelmente, somente no sábado (6/5) o túnel estará pronto. ‘A rocha é muito dura’, explicou aos repórteres o secretário nacional do Sindicato dos Trabalhadores Australianos, Bill Shorten.
Os homens receberam água, comida, roupas limpas, uma câmera digital, revistas e dois iPods através de um cano. A câmera digital está sendo utilizada para orientar a escavação. Em um dos iPods eles podem ouvir música country e no outro rock. Mas o som que mais os motiva tem sido o da perfuração, disse o paramédico Greg Edsall. Webb e Russell enviaram cartas às famílias e paramédicos se revezam em turnos para conversar com os mineiros – a fim de mantê-los despertos e confiantes. Todas as bolsas levadas até os dois passaram a ser revistadas depois de rumores de que estava sendo oferecido dinheiro para que eles filmassem secretamente o resgate.