Ao ler a coluna do jornalista e escritor Ruy Castro (Folha de S.Paulo, 10/11), fiquei perplexa e precisei tomar um ataráxico por ele ter passado uma informação errada aos leitores do jornal. O escritor aduziu que o Flamengo é o primeiro time pentacampeão do Brasil… É nada! O primeiro pentacampeão do Brasil chama-se Santos Futebol Clube ao sagrar-se cinco vezes consecutivas campeão da Taça Brasil (similar ao Campeonato Brasileiro de hoje) nos anos 1961, 1962, 1963, 1964 e 1965. E, com os títulos posteriormente conquistado o Santos é octacampeão brasileiro .
Se fosse num passado não tão remoto, pesquisar a história daria um imenso trabalho e até justificaria o erro do colunista – ele poderia colocar a sua paixão pelo Flamengo acima dos fatos e chutar equivocadamente o fato histórico. Mas, hoje?
Em tempos de internet é inadmissível passar notícias equivocadamente. O que, aliás, é o que vem fazendo toda mídia esportiva com essa história de penta: por negligência, deixa de ir em busca de uma informação séria do passado. Um país que esquece o passado não terá muita luz no futuro.
Logo ele!
Um jornalista erra e os demais, macunaimicamente, deixam de pesquisar e continuam a errar, passando uma desinformação à sociedade tão carente de boas informações. No caso do jornalista Ruy Castro, é um absurdo que ele não leia a própria Folha. Se tivesse lido a ótima coluna do Xico Sá na sexta-feira (2/11) teria tido conhecimento da seguinte constatação:
‘Bom é que agora vai começar o filme de verdade. O pega mortal pela Libertadores e o terror do rebaixamento. O Peixe, octocampeão brasileiro, como reconhece a Fifa, está quase lá, de novo.’
É de causar espécie alguém escrever num jornal de grande circulação sem se atentar para a História – logo ele, o escritor que pesquisou e escreveu um ótimo livro sobre Mane Garrincha, do Botafogo do Rio de Janeiro, time coadjuvante do Santos nos anos 1960.
O primeiro clube de futebol pentacampeão do Brasil, reconhecido pela Fifa, é o Santos. Um jornalista jamais deveria lançar seus leitores na escuridão da ignorância.
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Procuradora do Município de São Paulo