O ministro da Cultura, Mídia e Esporte do Reino Unido, Ben Bradshaw, surpreendeu ao afirmar publicamente na convenção da Royal Television Society que a BBC precisa de uma nova regulamentação e que não se deve permitir que ela cresça mais. Ex-jornalista da rede pública, Bradshaw, que assumiu o posto em junho deste ano, ainda ofereceu apoio às emissoras comerciais que lutam para sobreviver, completando que é a favor da permissão de merchandising, prática proibida no país. ‘Acho que a BBC já alcançou os limites de uma expansão justa’, declarou, acrescentando que a rede deveria repensar o quanto paga às estrelas da casa e que seria o caso de diminuir o valor pago anualmente pelos contribuintes britânicos. Qualquer mudança no valor só seria feita, no entanto, em revisão marcada para 2013.
O questionamento sobre o tamanho e o domínio da BBC, financiada por taxa paga por quem tem aparelho de TV, reflete as rusgas entre a rede e o governo, após discordâncias sobre a cobertura da guerra no Iraque. No início do mês, o executivo de mídia James Murdoch – filho do magnata Rupert Murdoch – já havia descrito as ambições da BBC como ‘prejudiciais’ ao mercado de rádio e TV do Reino Unido.
Em seu discurso desta semana, Bradshaw também levantou questões sobre o BBC Trust, conselho que representa os contribuintes que financiam a rede pública. ‘Mesmo com o BBC Trust funcionando melhor que seu antecessor, não acho que seja um modelo sustentável a longo prazo’, opinou. Michael Lyons, presidente do BBC Trust, rebateu a crítica. Declarou que o órgão, criado em 2006, tem como objetivo defender a força e a independência da BBC e proteger os investimentos feitos pelos que pagam as taxas, ‘mesmo que isto signifique aborrecer um ministro ao longo do caminho’. Informações de Kate Holton [Reuters, 17/9/09] e de Dan Sabbagh [The Times, 17/9/09].