Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Morre Otto Stupakoff, pioneiro da foto de moda

Leia abaixo a seleção de sexta-feira para a seção Entre Aspas.


 


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O Estado de S. Paulo


Sexta-feira, 24 de abril de 2009


 


FOTOGRAFIA
Ubiratan Brasil


Morre Otto Stupakoff, pioneiro da foto de moda


‘Suas lentes focaram grandes nomes como o ex-presidente americano Richard Nixon assim como anônimos vietnamitas massacrados nos anos 1960 – o fotógrafo paulistano Otto Stupakoff construiu uma carreira vasta e diversificada, a ponto de ter sido o primeiro profissional a fotografar uma modelo brasileira em um tempo em que a palavra moda nem era balbuciada no Brasil. Stupakoff foi encontrado morto ontem de manhã, de causa ainda desconhecida, no flat onde vivia, no Itaim. Estava com 73 anos.


Apesar da abrangência da obra, o fotógrafo desenvolveu uma estética muito peculiar e um olhar especial sobre as pessoas. De preferência, as anônimas. ‘Fotografar gente importante não quer dizer nada, porque fazer fotos sensacionais de gente famosa é mais fácil’, costumava dizer, justificando ainda seu desinteresse por paisagens ou objetos inanimados. ‘Meu interesse é o ser humano.’


Nascido em São Paulo em 1935, Stupakoff realizou as primeiras fotografias ainda jovem, em 1943. A formação profissional começou de fato em 1953, quando ingressou no curso de fotografia do The Art Center College of Design, em Los Angeles, onde estudou durante dois anos. Nesse período, trabalhou também como correspondente da revista Manchete.


Em 1957, já de volta a São Paulo, montou seu estúdio no qual foi pioneiro nas fotos de moda – ele clicou a pioneira garota de Ipanema Duda Cavalcanti. Dez anos depois, iniciou périplo pelo mundo, fotografando na Europa e Ásia até se estabelecer nos Estados Unidos, onde se tornou cidadão americano em 1984. Realizou ensaios para revistas de moda como Harper?s Bazaar, Elle e Vogue Paris.


Seu faro para as novidades era apurado – em 1958, quando o Brasil vivia importantes mudanças sociais e políticas, Stupakoff registrou um país que deixava de ser arcaico para abraçar o progresso. Captou, assim, o ainda iniciante Tom Jobim. Discípulo estético de pintores como Balthus, ele revelou sua técnica no livro Otto Stupakoff, lançado pela Cosac Naify em 2006.’


 


 


BOLÍVIA
O Estado de S. Paulo


Supostos mercenários contestam fotografia


‘Uma fotografia apresentada pelo governo boliviano como prova da presença de mercenários na Bolívia foi contestada ontem pelos próprios retratados. Os oito homens que aparecem fardados na foto, com uma bandeira do Estado opositor de Santa Cruz, disseram a jornais bolivianos que não são mercenários e a fotografia foi tirada durante uma partida de paintball. Segundo eles, o governo captou a foto de um site de relacionamentos na internet.’


 


 


CORÉIA DO NORTE
O Estado de S. Paulo


Pyongyang indiciará jornalistas americanas


‘A Coreia do Norte anunciou ontem que decidiu indiciar formalmente duas jornalistas americanas presas há um mês na fronteira com a China, quando faziam uma reportagem sobre refugiados norte-coreanos. Pyongyang não informou qual será o indiciamento contra Laura Ling e Euna Lee, que trabalham para o ex-vice presidente Al-Gore. Mas no mês passado o governo havia acusado as duas de espionagem, crime cuja pena pode chegar a 5 anos de prisão.’


 


 


TECNOLOGIA
O Estado de S. Paulo


Yahoo anuncia o fim do Geocities


‘O Yahoo parou ontem de aceitar novos usuários em seu serviço gratuito que hospeda páginas pessoais, o Geocities. Segundo mensagem publicada no site, o serviço – que chegou a ter 3,5 milhões de usuários – será fechado até o fim do ano. A empresa deve explicar em breve como transferir o conteúdo das homepages. O Geocities havia sido comprado pelo Yahoo há 10 anos, por US$ 4,6 bilhões.’


 


 


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Peru terá TV digital nipo-brasileira


‘O governo do Peru decidiu adotar o padrão nipo-brasileiro de TV digital a partir de 2011, informou ontem o ministro dos Transportes e Comunicações do país, Enrique Cornejo. A decisão tem como base as recomendações de uma comissão que analisou a tecnologia americana ATSC, a europeia DVB-T, a chinesa DTMB e a nipo-brasileira SBTVD. Hoje, somente o Brasil e o Japão usam o padrão.’


 


 


TELEVISÃO
Keila Jimenez


Band cobra Cicarelli


‘Redução de salário ou ‘ tchau, até logo’. A relação entre Daniella Cicarelli e a Bandeirantes estaria nesses termos.


Fontes ligadas à direção da Band garantem que a rede propôs a Cicarelli redução de salário – ela ganha cerca de R$ 130 mil mensais – e a possibilidade de participar de outros programas da casa.


Diante da negativa da apresentadora, a emissora estaria disposta a rescindir o contrato de Daniella antes de dezembro, data de seu término. A divergência pode ir parar na Justiça.


Sem programa desde setembro do ano passado, quando o Quem Pode Mais saiu do ar, Daniella chegou a apresentar outros projetos na emissora, sem sucesso.


O clima teria azedado de vez durante o carnaval.


A modelo se recusou a participar da transmissão da Band, alegando que queria ficar fora da folia este ano. Só que Daniella acabou desfilando em uma das escolas de samba do Rio, o que não pegou bem na emissora.


Procurado, o empresário de Daniela não quis se pronunciar sobre o assunto. A Band, por meio de sua assessoria, informa apenas que continua pensando em um projeto para Daniella.’


 


 


 


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Folha de S. Paulo


Sexta-feira, 24 de abril de 2009


 


ESCÂNDALOS
Clóvis Rossi


A coalizão ‘do bem’


‘SÃO PAULO – A catarata de escândalos que os jornais denunciam, dia sim, outro também, fez aumentar o número de leitores perguntando o que cada um pode fazer para tentar mudar a situação. Respondo sempre que eu não sei, embora desconfie que só a mobilização da sociedade -hoje virtualmente comatosa- poderá eventualmente mudar alguma coisa, algum dia. Para reforçar o meu ponto, reproduzo análise de Martin Kettle, publicada tempos atrás no jornal britânico ‘The Guardian’.


Kettle começa dizendo que ‘não é bom pretender que o Estado é bom e o mercado é ruim, como a esquerda o faz, ou que o mercado é bom e o Estado ruim, como a direita o faz. O único objetivo que importa é conseguir o melhor ‘mix’ do bom de ambos os enforques e evitar o ruim em ambos também’.


Ponto seguinte: ‘É por isso que o interesse público sempre requer algo mais. Requer que aqueles envolvidos, seja no sistema bancário, seja em segurança alimentar [eu acrescentaria ‘seja na política, seja na administração, seja no Judiciário’], reconheçam a necessidade de se comportar bem sem serem obrigados a fazê-lo pelas leis’.


A pergunta seguinte, indispensável, é assim: ‘Como criar, manter e renovar maiorias que encorajem as pessoas, as organizações e as instituições a comportar-se responsavelmente e bem, especialmente quando elas se acostumaram a se comportar irresponsavelmente e mal?’.


Esta última frase aplica-se à perfeição às instituições políticas brasileiras, a fonte do mal-estar de incontáveis leitores. O fato de ter sido um colunista britânico a formular a pergunta só mostra que não estamos sozinhos nos maus costumes. Mas não pode servir de desculpa para que cada um deixe de dar a sua contribuição, como puder, para formar, manter e renovar as maiorias ‘do bem’. Difícil? Sim. Mas há outro caminho?’


 


 


TODA MÍDIA
Nelson de Sá


Otimismo, pessimismo


‘Na manchete otimista da Reuters Brasil ao longo do dia, ‘Concessão de crédito cresce pela primeira vez no ano’. Destaque também no Valor Online, ‘Estoque de crédito dos bancos públicos dobra’, segundo o jornal, ‘cumprindo ordem do governo’. Nos textos, de outro lado, ‘mas a inadimplência voltou a subir’.


Na manchete da Folha Online e depois do mesmo Valor Online, reforçando o pessimismo, ‘Devolução de cheque é a maior em 18 anos’. Melhor dizendo, ‘borrachudo atinge pico histórico’.


SEM ESPERANÇA


Na manchete do ‘Valor’ de papel para entrevista com o presidente do FMI, ‘Crise ameaça os bancos da AL, diz Strauss-Kahn’. Seu aviso: ‘Se desaceleração continuar, até bancos da América Latina vão carregar ativos tóxicos’.


Mas o mesmo ‘Valor’ traduziu texto do ‘Financial Times’ questionando ‘o que acontece com o FMI?’, que ‘se nega a lançar luz de esperança sobre o mundo’.


ESTÍMULO, ESTÍMULO


Já o ‘Washington Post’ deu que o ‘Banco Mundial lança programa de estímulo para países em desenvolvimento’, quase ‘dobrando seu financiamento para estradas, pontes e infraestrutura da América Latina’, Brasil inclusive, ‘ao Leste Europeu’.


Envolve US$ 55 bilhões e visa a manter empregos e investimentos que o setor privado havia previsto e deixou para trás, na crise.


O PIOR CONTINUA


Com a pergunta ‘Um vislumbre de esperança?’ e ilustração, a nova ‘Economist’ aborda ‘os perigos do otimismo’. Em suma, ‘a pior coisa para a economia global seria presumir que o pior acabou’. O alvo assumido de seu alerta é a reunião de ministros de finanças e presidentes de bancos centrais, no FMI e Banco Mundial.


Dias antes, a ‘Vanity Fair’ explicou ‘Por que ‘Time’ e ‘Newsweek’ nunca serão ‘The Economist’. Para começar, ‘elas não entendem o que é a ‘Economist’, com seus ‘fatos essenciais’ e interpretação ‘significativa’, sobretudo para ‘a turma do dinheiro’.


‘MY HOUSE, MY LIFE’


O correspondente da ‘Time’ foi até Guarulhos, São Paulo, para relatar longamente ‘O programa de estímulo do Brasil, com um teto (e quatro paredes)’, o Minha Casa, Minha Vida. Ontem também, na manchete do jornal ‘Agora’, ‘José Serra se recusa a aderir ao pacote da casa com desconto de Lula’.


GIGANTE SINGULAR


Já o correspondente da ‘Newsweek’ publicou que ‘Lula está construindo um gigante regional singular’, único, e ‘nenhum governo foi tão determinado como o de Lula em estender o alcance internacional do Brasil’.


HORA DO BRASIL


Em seu editorial sobre a Cúpula, a ‘Economist’ saúda ‘Um novo começo nas Américas’, nota que ‘Obama balançou a cenoura para Cuba e Venezuela’ e ressalta que é ‘hora de Brasil e outros mostrarem o porrete’ (stick). ‘É esperança vã, mas seria bom se o Brasil agora denunciasse quem se oculta no antiamericanismo como pretexto para seu autoritarismo’.


‘RACIALISMO’


Sobre a Cúpula, a ‘National Review’, porta-voz da direita nos EUA, atacou Obama pela ‘identificação racialista’ com Chávez e Lula. Cobrou que ‘transcenda raça’.


‘DAMA DE FERRO’


O francês ‘Le Monde’ publicou ontem um longo perfil-apresentação de Dilma Rousseff, ‘A dama de ferro, os pés no barro’, escrito por Jean-Pierre Langellier e que a BBC Brasil espalhou pelos sites daqui.


Sua eleição seria um ‘acontecimento duplamente simbólico e lisonjeiro para a democracia brasileira’, porque ‘Dilma representa um mulher pela primeira vez presidente, oito anos depois da eleição de um operário’. Seu ‘defeito’ seria nunca ter participado de uma eleição, o que ela contorna com ‘os pés no barro’, em esforço para se tornar conhecida no país.


PODER À MOSTRA


Na manchete do estatal ‘China Daily’ ao longo do dia, a celebração dos 60 anos da Marinha do Exército Popular de Libertação, com a presença de ‘frota internacional’ de navios de EUA, Rússia, Índia, França, Coréia do Sul, Brasil, segundo despacho da AP.


Pela delegação estrangeira, falou o almirante Júlio Soares de Moura Neto, comandante da Marinha brasileira, que ‘parabenizou Hu Jintao pelo encontro e expressou sua apreciação pelo esforço de construir um oceano harmonioso’. Em outra reportagem do ‘China Daily’, elogiou a Marinha chinesa pela ‘transparência tão surpreendente quanto a sua modernização’.


Por outro lado, o enunciado da americana AP foi ‘China põe à mostra seu poder naval’.’


 


 


TECNOLOGIA
Folha de S. Paulo


Receita da Microsoft tem 1ª queda em 23 anos


‘O faturamento da Microsoft teve no primeiro trimestre sua primeira queda em 23 anos.


A receita da empresa caiu 6% no período, para US$ 13,6 bilhões. Já o lucro da Microsoft chegou a US$ 2,98 bilhões, resultado 32,1% inferior ao registrado no mesmo período do ano passado.


Apesar da marca negativa, o mercado reagiu bem aos números, e as ações da empresa nos EUA subiram quase 6% ontem.


Analistas esperavam uma perda maior. Além disso, a empresa manifestou a intenção de cortar custos mais agressivamente, o que também agradou aos investidores.


A Microsoft reafirmou os planos de cortar 5.000 postos de trabalho até meados de 2010 e elevou a previsão de economia para até US$ 1,5 bilhão com cortes de custos operacionais -a empresa anunciou já estar reduzindo gastos com viagens e revendo salários e projetos de expansão, por exemplo.


‘Apesar de não poder dizer que estou contente com um trimestre em que as receitas e lucro caíram, fiquei satisfeito com nosso desempenho relativo’, disse o executivo-chefe de finanças da empresa, Chris Liddell. Ele não fez, contudo, uma projeção para o próximo trimestre -uma prática até então usual na maior fabricante de softwares do planeta.


Mesmo assim, reconheceu que, de janeiro a março deste ano, não viu sinais que indiquem que o pior já passou -como afirmaram recentemente outras gigantes da tecnologia, como Intel, EMC e Adobe. ‘As condições de mercado continuarão difíceis neste trimestre e potencialmente por todo o ano’, acrescentou Liddell.


Um dos fatores que levaram a Microsoft a reduzir seus ganhos foi, além da menor demanda corporativa, a crescente popularidade dos netbooks -computadores portáteis com menos recursos, usados basicamente para navegar na internet e que costumam rodar versões mais baratas do Windows, carro-chefe da empresa.


Amazon


Na direção contrária, a empresa de comércio eletrônico Amazon.com registrou alta de 18% no faturamento, para US$ 4,9 bilhões no primeiro trimestre. Já o lucro da companhia alcançou US$ 177 milhões, alta de 24%, ou US$ 0,41 por ação. Foi acima das expectativas: analistas previam, em média, lucro de US$ 0,31 por ação.’


 


 


Reuters


Yahoo fechará o Geocities até o fim do ano


‘O Yahoo vai fechar o Geocities, serviço gratuito que hospeda páginas pessoais. A unidade foi adquirida por mais de US$ 4 bilhões há dez anos, no auge do boom da internet.


Uma nota na página do GeoCities anuncia que o serviço não aceitaria mais novos assinantes a partir de ontem, e que seria fechado até o final do ano. Detalhes serão divulgados em alguns meses.


Há dias, o Yahoo anunciou a demissão de quase 700 funcionários.’


 


 


TELEVISÃO
Daniel Castro


Por ibope, Record ressuscita lobisomens


‘Na tentativa de levantar a audiência de ‘Promessas de Amor’, terceira fase da trilogia dos mutantes, a Record voltará a apostar em seres extraordinários. O ibope da novela despencou após a emissora mudar seu nome (antes era ‘Os Mutantes’) e anunciar que, na atual etapa, os mutantes dariam lugar a uma trama realista.


A percepção de executivos da Record é de que houve falha de comunicação, uma vez que os mutantes não desapareceram (eles apenas mudaram para o Rio). E que não funcionou a estratégia de competir com a Globo com uma história romântica no horário da novela das oito.


Em março (até o dia 23), ‘Os Mutantes’ marcou 13,2 pontos na Grande SP, contra 34,1 da Globo no horário. Em abril (até 21), ‘Promessas de Amor’ teve 9,8 pontos, e a Globo, 36.


A volta às ‘origens’ ocorrerá já nos próximos capítulos. O autor Tiago Santiago tentará reconquistar o público adolescente com uma quadrilha de lobisomens traficantes, extremamente violentos, que agem numa favela do Rio. Muito presentes em ‘Caminhos do Coração’, a primeira fase da trilogia, os lobisomens são criação de computação gráfica, área da Record que estava em férias.


Os lobisomens obrigarão a ‘tropa de elite’ da novela, os policiais da divisão de caça aos mutantes, a invadirem a favela. Enquanto, isso, os mutantes bandidos farão diversos assaltos, inclusive a bancos.


VARIEDADE 1


A cúpula da Globo estuda exibir um novo reality show no segundo semestre. Ainda não existe dia nem formato definidos. Manoel Martins, diretor-geral de entretenimento, anda sondando diretores, como J.B. Oliveira, o Boninho, de ‘BBB’, em busca de projetos.


VARIEDADE 2


No lançamento da programação de 2009, há duas semanas, Martins sinalizou que a Globo tentará variar mais os formatos de sua grade. A programação está muito centrada em teledramaturgia, o que, somada à da Record, estaria saturando o telespectador.


PIADA PRONTA


Avaliado como chato, o seriado ‘Tudo Novo de Novo’ ganhou apelido instantâneo na Globo: ‘Nada Novo de Novo’.


HISTÓRIA SECRETA 1


O ‘CQC’ da próxima segunda será comemorativo. A 50ª edição do humorístico da Band fará uma brincadeira com seus integrantes, à moda do ‘E! True Hollywood History’, programa arrasa-celebridade do canal E!.


HISTÓRIA SECRETA 2


Na ‘história secreta’ do ‘CQC’, Danilo Gentilli vestia cetim brilhante e foi expulso do ‘movimento evangélico’. E Marco Luque é descendente de um pirata holandês que aportou no Paraná por engano.


SBT REAGE


O SBT ficou anteontem mais de dez horas em segundo lugar no Ibope da Grande São Paulo. Normalmente, isso só ocorre durante seis horas. A rede de Silvio Santos bateu o ‘Hoje em Dia’ e a novela ‘Prova de Amor’, da Record.’


 


 


Luiz Fernando Vianna


Tim Maia é mais novo do que jovens


‘Escalar nomes mais novos para interpretar músicas do artista homenageado, ideia-chave do ‘Som Brasil’, às vezes não faz bem à obra em foco, como aconteceu no especial sobre Dorival Caymmi.


No caso de Tim Maia, cujo programa vai ao ar na madrugada de hoje para amanhã, o repertório é tão associado a ele que, terminados os 13 números, fica a impressão de que ninguém soa mais novo do que o próprio Tim, morto há 11 anos. Léo Maia herdou o sobrenome de Tim, mas não a voz e o carisma, soando pastiche ao apresentar ‘Acende o Farol’, ‘Chocolate’, entre outras.


A jovem Taryn ficou com o setor do soul meloso, saindo-se menos previsível em ‘Cristina’ do que em ‘These Are the Songs’. Com Thalma de Freitas, Marku Ribas e Carlos Dafé nos vocais, o Instituto se ampara bem na intimidade que tem com o repertório, tantos shows que já fez a partir dele. Além de faixas da fase ‘Cultura Racional’ de Tim, o grupo também executa ‘Não Vou Ficar’.


Seu Jorge, logo ele, acaba sendo quem dá um toque mais original a composições que nunca serão tão originais quanto foram com Tim. Começa com a pose habitual em ‘Sossego’, mas depois resolve cantar em ‘Bom Senso’, ‘Réu Confesso’ e ‘Você’. Boa reverência ao ‘síndico’.


SOM BRASIL


Quando: nesta madrugada, à 1h35


Onde: TV Globo


Classificação: não indicada’


 


 


CINEMA
Sérgio Rizzo


Biografia de Bush oscila entre a irreverência e a solenidade


‘Realizar um longa-metragem biográfico sobre um presidente dos EUA enquanto ele ainda estava no poder, com abordagem crítica mas respeito documental, aproximou Oliver Stone do que fizeram o diretor Stephen Frears e o roteirista Peter Morgan em ‘A Rainha’ (2006), que recria os bastidores do poder no Reino Unido nos dias seguintes à morte de Lady Di.


Em ‘W.’, Stone e o roteirista Stanley Weiser (que já haviam trabalhado juntos em ‘Wall Street’, de 1987) imaginam momentos privados de um homem público, o ex-presidente George W. Bush, com busca de verossimilhança equivalente a de ‘A Rainha’ para falar de Elizabeth 2ª e do então primeiro-ministro Tony Blair.


O compromisso com os ‘fatos verídicos’ sugere ao espectador que ‘é tudo verdade’, ou algo muito próximo disso. Aos interessados em saber de qual parcela da realidade nasceu a sua ficção, Stone aponta o caminho das pedras no site do filme, como quem organiza detalhada peça de defesa contra eventuais ataques.


Mas, sendo Bush quem é, nem mesmo essa reverência evita que ‘W.’ se pareça, muitas vezes, com um episódio um pouco mais comportado do programa de TV ‘Saturday Night Live’, que costuma debochar de figuras públicas e fez do ex-presidente um de seus alvos prediletos nos últimos anos.


Ali, um dos que o interpretaram foi o comediante Will Ferrell, com exagero de tintas na caracterização de um estadista-caubói que flertava com o fundamentalismo religioso. No contexto do ‘Saturday Night Live’ e de outros programas humorísticos de TV, Bush não era levado a sério.


‘W.’, ao contrário, quer tratar sua biografia com espírito investigativo na tentativa de compreender como chegou à Casa Branca e lá se manteve por oito anos. Embora sofra a tentação, em diversas sequências, de se entregar à sátira demolidora, resiste bravamente a esse convite.


Comédia e drama


A interpretação de Josh Brolin ajuda o filme a se manter nesse fio de navalha, oscilando entre a irreverência da comédia e a solenidade do drama biográfico. O restante do elenco fornece exemplos de como se situar mais para um lado do que para o outro, o que determina, em boa medida, o que se diz sobre os personagens.


‘Poppy’ (George Bush, pai) e Colin Powell, por exemplo, saem relativamente bem na foto, e devem muito ao modo como dois atores experientes em recriar (imitar?) figuras públicas, James Cromwell (o príncipe Philip de ‘A Rainha’) e Jeffrey Wright (o papel-título de ‘Basquiat’), os interpretam. Dick Cheney, Donald Rumsfeld e Condoleezza Rice não têm a mesma sorte. Enquanto Richard Dreyfuss e Scott Glenn ridicularizam a arrogância dos dois primeiros, Thandie Newton parece se divertir ao imitar as caras e bocas da ex-secretária de Estado. O ‘Saturday Night Live’ encontrou, afinal, a sua Condoleezza.


W.


Produção: EUA, Inglaterra, Austrália, Alemanha, Hong Kong, 2008


Direção: Oliver Stone


Com: Josh Brolin, Richard Dreyfuss, James Cromwell e Jeffrey Wright


Onde: estreia hoje nos cines HSBC Belas Artes, Iguatemi Cinemark e circuito


Classificação: não indicado para menores de 14 anos


Avaliação: regular’


 


 


LUTO
Folha de S. Paulo


Morre o fotógrafo Otto Stupakoff, 73


‘O paulistano Otto Stupakoff, 73, um dos nomes pioneiros da fotografia de moda no Brasil, morreu no flat em que vivia, no Itaim Bibi (zona sul de São Paulo). Funcionários do local encontraram-no morto na manhã de anteontem. Segundo familiares, ele provavelmente sofreu um ataque cardíaco.


O velório aconteceu ontem no cemitério São Paulo, em Pinheiros. Até o fechamento desta edição, não estava confirmado se ele seria cremado ou enterrado.


Stupakoff tinha acabado de ganhar mostra com 65 fotografias no Instituto Moreira Salles, no Rio, encerrada no último sábado.. Parte do acervo do fotógrafo foi incorporado ao instituto recentemente.


Stupakoff voltou a morar em São Paulo em 2005. Ele foi destacado profissional de moda em anos de ouro da revista ‘Harper’s Bazaar’, sendo contratado em 1965 pela revista americana. Em São Paulo, sete anos antes, marcou época por ter iniciado o trabalho profissional da fotografia de moda.


Com 40 imagens no acervo permanente do MoMA (Museu de Arte Moderna de Nova York), retratou diversas celebridades, como Sophia Loren, Sharon Tate, Olivia Hussey e Jennifer Connelly.


Para o fotógrafo Bob Wolfenson, ‘a sua vida me inspirou mais que seu estilo. Apesar de conhecermos algo de sua obra faz tempo, foi só há pouco tempo que pudemos novamente retomar o contato com sua produção. Mas, em sua vida, ele levou tudo às últimas consequências, e isso eu admirava nele’. Wolfenson conheceu pessoalmente Stupakoff em 2002, nos EUA, quando ele morava em Hurley, no Estado de Nova York.


Ele e o fotógrafo Fernando Laszlo foram dois dos principais responsáveis pela retomada da carreira de Stupakoff no Brasil, ajudando a organizar exposições sobre a sua obra e publicações, como o livro-retrospectiva que foi lançado pela Cosac Naify em 2006.


A editora planeja editar outros livros com a produção do fotógrafo, entre eles um com registros feitos no Camboja, em 1994, com um viés mais ‘social’. ‘Esse lado já está presente em todo o meu trabalho. Aprendi em 71 anos de vida [em 2006] o valor da integridade, seja ao fazer uma natureza-morta, uma foto de moda ou uma imagem de pedinte na rua’, disse Stupakoff à Folha em dezembro de 2006.


‘De certa forma, ele já estava imortalizado pela sua obra, que não vai ser mais esquecida’, diz Wolfenson. ‘Antes de o encontrarmos, não havia nada reunido. Tivemos trabalho para mostrarmos tudo o que se conhece hoje dele.’


‘Ele levava a fundo tudo o que fazia’, afirma Laszlo. ‘Aprendi muita coisa do que sei com ele. Otto continuava a ser um rebelde, a ter um gênio forte, e encontrou aqui um mercado muito diferente do que o que havia nas décadas de 50 e 60.’’


 


 


INTERNET
Folha de S. Paulo


Donos do Pirate Bay exigem novo julgamento


‘A defesa dos quatro responsáveis pelo site de trocas de arquivo Pirate Bay pediu ontem novo julgamento do caso, ao saber que o juiz -que os condenou a um ano de prisão e ao pagamento de indenização de 2,7 milhões- é membro de entidades de defesa dos direitos autorais.’


 


 


 


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