De acordo com a imprensa, o Congresso prepara projeto que funcionará como blindagem de autoridades contra processos judiciais. Não é nada disso: é a extensão do foro privilegiado a todas as ações que envolvam autoridades. Por quê? Porque, se houver quatro ações populares contra alguém do Governo, uma no Oiapoque, outra no Chuí, outra em Ji-Paraná (RO) e a última em Patos (PB), quatro advogados terão de deslocar-se de Brasília, por conta do réu, para cuidar dos casos. O custo da defesa se torna proibitivo. Pela nova fórmula, todas as ações serão enviadas diretamente para o foro adequado – no caso do presidente, por exemplo, para o Supremo Tribunal Federal.
Não é bem assim – 2
Lembra dos quase 27 milhões de reais que a Unesco, segundo a imprensa, teria recebido do governo federal para formar consultores para o Fome Zero? Pois é: não é nada disso. O colunista Fred Suter, do Jornal do Commercio, do Rio, esclarece os fatos: 27 milhões de reais são o valor total do acordo entre a Unesco e o Fome Zero para a definição de uma política de segurança alimentar, desenvolvimento local e combate à pobreza.
A razão do leitor
O jornalista Paulo Sérgio Scorpii, de São Paulo, manda o seguinte bilhete: ‘Por uma questão de transparência – não se está aqui a suspeitar da honestidade de ninguém – acho que, no pé dos textos e colunas, deve constar a informação sobre as atividades dos colaboradores do OI. Por exemplo: a coluna ‘Caixotins’ deve informar que o seu autor, Carlos Brickmann, é dono da Brickmann Comunicações, uma das assessorias de imprensa mais conceituadas do mercado. O leitor tem direito a essa informação’.
Este colunista não faz segredo de suas atividades profissionais (até seu endereço eletrônico, ao pé dos ‘Caixotins’, é o de seu escritório), e não costuma escrever sobre assuntos que envolvam seus clientes. Um exemplo: recentemente, uma reportagem ‘acusou’ uma pessoa de ter comprado um terreno, há cinco anos, numa cidade que fica na mesma região de outra cidade, na qual foi encontrado anos depois o corpo de um político assassinado. Seria um belo tema para discutir como se ‘força a barra’, mas ficou fora. O colunista imaginava também que, sendo este especialmente um endereço de jornalistas, suas atividades seriam conhecidas por todos.
De qualquer forma, o leitor tem razão: tudo pela transparência. A partir desta coluna, ao lado do endereço eletrônico, estará o nome do escritório.
Sem racismo
Não esqueça: 21 de março é o Dia Internacional para a Eliminação da Discriminação Racial. O grupo ‘Fala, Preta!’, de mulheres negras, em colaboração com outras entidades e a Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo, promove, nos dias 24 e 25/3, o 5º Ciclo de Reflexões e Debates: Religião, Cultura da Paz e Políticas Públicas. Neste momento em que o racismo volta a ser chique em boa parte do mundo, é um evento que deve, mais do que nunca, ser prestigiado.
Mensagem
Uma organização abriu concorrência para a escolha de uma assessoria de imprensa. Escolhida a vencedora, enviou às derrotadas a seguinte mensagem (ver-da-dei-ra!):
‘Lamentamos informar que, desta vez, a assessoria de imprensa vencedora foi a(…)’
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Jornalista, diretor da Brickmann&Associados Comunicação, e-mail (carlos@brickmann.com.br)