Até certo tempo atrás era extremamente comum deparar, ao assistir noticiários
ou até mesmo ao apreciar a leitura de uma revista especializada em fatos
sociopolíticos, com a torrente de informações envolvendo os membros da Polícia
Militar do estado do Rio de Janeiro, os quais sempre foram alvo de diversos
escândalos na mídia pelas ações perpetradas por alguns de seus integrantes. Não
que essa natureza de informação tenha sido abolida da vida do cotidiano, mas ao
menos já existem indícios que revelam uma substancial alteração nos padrões
geralmente vislumbrados.
Desse modo, ao acompanhar diariamente a rotina da referida corporação
policial acerca de como vem se apresentando ante a sociedade, observa-se uma
gigantesca evolução de seu comportamento, especialmente no que tange aos
aspectos de valorização das pessoas que carecem do amparo de tal instituição.
Inclusive o secretário de Segurança do estado já havia anunciado que a
reformulação de determinados procedimentos da corporação seria modificada em
prol da melhor visibilidade da Polícia Militar. E o primeiro passo já foi dado –
considerando os horrores que eram vistos e infelizmente ainda são –, como se
pode depreender através dos próprios canais de comunicação que engendrem
críticas pejorativas a respeito do tema em questão.
Armadilha perigosa
A reestruturação adotada alcança níveis profundos de aceitação pública, ainda
que seja um investimento de longo prazo, como, por exemplo, nas comunidades em
que o tráfico de entorpecentes não mais subsiste, a criação da polícia
comunitária, com a participação de oficiais e praças atendendo e orientando as
comunidades menos favorecidas de forma a colaborar com o desenvolvimento
social.
Outro fato que marcou sobremaneira a mudança em comento consolidou-se na voz
de prisão dada a um cabo pelo seu próprio comandante na frente de uma equipe de
reportagem por agredir desnecessariamente um menor em uma operação de repressão
de ilícitos num bairro do subúrbio carioca nos últimos dias. Com efeito, mesmo
que muitos não considerem significativo o aludido episódio, a essência deste
acontecimento demonstra mais um passo à obtenção do tão sonhado estreitamento
das relações pessoais entre policiais e população.
Portanto, divulgar episódios dessa monta consubstancia-se em uma poderosa
ferramenta de utilidade pública, pois seguir cegamente os ideais específicos de
alguns meios de difusão de informações pode se transformar numa perigosa
armadilha para a compreensão do mundo ao nosso entorno.
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Administrador de empresas, João Pessoa, PB