Vi uma reportagem na Globo sobre os benefícios de uma planta da Amazônia para a nossa saúde. Certamente essa divulgação foi feita sem um estudo anterior para saber quem vai fornecer o ‘remédio’ e se este não vai desmatar. Foi uma atitude no mínimo inocente. Espero que a nossa mídia meça as ‘palavras’antes de divulgar notícias. Talvez um pouco de responsabilidade não faria mal.
Wagner Moreno, taxista, São Paulo
Só para médicos
A organização de uma profissão visa atender os interesses da população, e não de alegados praticantes. Na Idade Média as ‘corporações’ podiam impedir pessoas de ter acesso a elas, mas no regime democrático qualquer pessoa pode fazer vestibular, cursar a universidade e exercer jornalismo, psicologia, odontologia ou medicina. Não há sentido em se ter dois profissionais para a mesma área, um com capacitação científica e outro que alega adivinhar e tratar ‘holisticamente’ todo o ser, a alma que alega conhecer, mas desconhecer totalmente o corpo material que existe e as ciências básicas que formam a sua base.
Caracteriza este desvirtuamento a prescrição de medicamentos pela enfermagem e pelo psicólogo, a prática de acupuntura e a prescrição feita por farmacêuticos, a prática de terapias alternativas por odontólogos, psicólogos e nutricionistas, a terapia psicológica por formados em Filosofia e a prática de esoterismo por profissionais médicos.
Paulo Bento Bandarra, médico, Porto Alegre