Na disputa por leitores, o New York Post passou a oferecer recentemente assinaturas para dias de semana pelo preço de US$ 13 ao ano, o que equivale a US$ 0,05 ao dia. ‘Isto é um exemplo de uma empresa desesperada em uma atitude desesperada’, opina Marck Kramer, CEO do rival Daily News.
O Post conseguiu ultrapassar a tiragem do News no trimestre passado – com total de 704.011 cópias pagas, em comparação às 693.423 do concorrente. A subida teve início quando o Post baixou o preço de banca para US$ 0,25 em 2000. O News, no entanto, continua batendo o Post aos domingos – 779.348 contra 427.265.
Poucos meses antes de renunciar ao cargo, em 2005, o publisher do Post Lachlan Murdoch reconheceu em artigo à BusinessWeek que reduzir à metade o preço do diário intensificou os prejuízos anuais da publicação – que se especula estar na casa de dezenas de milhões de dólares. No mesmo artigo, ele teria mencionado o desejo de voltar ao preço de US$ 0,50 logo que o jornal ultrapassasse a tiragem do News. ‘Queremos muito que o diário dê lucro algum dia’, afirmou.
Guerra de tablóides
Robert Broadwater, fundador da empresa de aquisições e fusões de mídia Broadwater & Associates, é um dos que acreditam que o objetivo principal do Post é tirar o News do mercado, levando-o à falência. Já outros pensam que se trata de uma estratégia de empresas jornalísticas na era da internet.
‘É apenas um passo antes de distribuir gratuitamente o jornal’, afirma Piet Bakker, que administra um blog que monitora jornais gratuitos. Ele compara a estratégia do Post à de outros jornais europeus, que respondem à crise global da imprensa oferecendo seus diários de graça a parte de seus leitores. ‘Vamos definitivamente ver mais estratégias assim’, prevê. Informações de Keach Hagey [The Village Voice, 3/4/07].