O New York Times recebeu, na sexta-feira (14/7), um envelope com um pó branco e uma cópia de um recente editorial publicado pelo jornal em defesa da cobertura dos programas antiterrorismo do governo americano. Testes comprovaram que o pó era inofensivo, mas o episódio reacendeu o medo provocado pela onda de envelopes com antraz enviados a redações de jornais no fim de 2001.
O envelope escrito à mão, aberto por um funcionário do setor de correspondência, estava endereçado ao jornal, e não a uma pessoa. O selo era da Filadélfia e, como era de se esperar, não havia remetente, informou a porta-voz do Times, Catherine Mathis.
Segundo ela, veículos de emergência e uma ambulância foram enviados imediatamente para o edifício do jornal, e o homem que abriu o envelope foi levado ao hospital para testes preventivos. Catherine confirmou que o envelope incluía uma cópia de editorial publicado em 28/6 intitulado ‘Patriotismo e a Imprensa’, com um ‘X’ marcado em cima do texto.
Críticas e protesto
O Times foi bastante criticado recentemente por divulgar informações sobre um programa secreto de monitoramento de transações bancárias, como parte da guerra do presidente George W. Bush contra o terror. Bush, o vice-presidente Dick Cheney e membros conservadores do Congresso condenaram a atitude do jornal. Na semana passada, manifestantes organizaram um protesto contra o Times – que, em dezembro do ano passado, também revelou a existência de um programa de grampos telefônicos da Agência de Segurança Nacional.
Os ataques com antraz, que continuam sem solução, tiveram início após os atentados terroristas de 11 de setembro de 2001. Cartas com selo de Trenton, Nova Jersey infectadas pela bactéria foram enviadas para diversas redações de jornais americanos e para dois senadores. Na ocasião, cinco pessoas morreram e 17 ficaram doentes. Informações de Mark Egan [Reuters, 14/7/06].