Sunday, 22 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1319

O caso do Twitter do STF

Nesta terça-feira (15/2), a timeline brasileira do Twitter, em especial a dos jornalistas e formadores de opinião, ficou fervorosa. Horas depois do jogador Ronaldo anunciar aposentadoria e toda a opinião pública fazer vários comentários, foi a vez do Superior Tribunal dar um desfecho sobre o assunto:

A repercussão com certeza abalou relações diplomáticas entre o Judiciário e o Legislativo. Ora, onde já se viu isso: a justiça sugerindo que o atual presidente do Senado se aposente também. O reflexo de tal ação, até o momento, teve dois desdobramentos: o primeiro, de deletar tal informação, e, segundo, o próprio SFT reunir todos da equipe de comunicação e tomar a providência de divulgar uma nota oficial somente no site:

‘A Secretaria de Comunicação Social do Supremo Tribunal Federal esclarece que, por ato impensado, sua página oficial no Twitter foi usada indevidamente por funcionária terceirizada, para tecer comentários impróprios a respeito de eminente autoridade, a qual o STF e a SCO pedem encarecidas desculpas. A SCO também pede desculpas aos seguidores da página do Supremo no Twitter, pois os comentários em nada, direta ou indiretamente, refletem os pensamentos desta Corte Suprema e informa que já foram tomadas as medidas administrativas cabíveis.’

Não cabem desculpas ou explicações?

Não bastasse isso, o assunto gerou no Twitter, em poucas horas, mais de 22 mil impressões de usuários. Jornalistas não deixaram de defender a funcionária, é claro. É o caso, por exemplo, de Míriam Leitão, que refletiu no blog dela que a opinião, embora equivocada, da funcionária, reflete o anseio da opinião pública.

O que está em debate e é necessário ter em mente, já que houve um erro na utilização da ferramenta: foi um equívoco a ausência de um pedido de desculpas público e pelo próprio Twitter; foi um equívoco maior ainda apagar o que foi postado e fingir que nada aconteceu.

Como ferramenta de comunicação dialógica, imediatamente deveria ser feito um pedido de desculpas a todos os seguidores do Twitter. Acalmaria não só comentários de jornalistas, como seria transparente em reconhecer um erro – que pode acontecer a qualquer um, quero enfatizar.

O presidente do tribunal, Cezar Peluso, pretende encaminhar um pedido oficial de desculpas ao presidente do Senado, José Sarney. E na timeline do Twitter do STF, não cabem desculpas ou explicações? A conferir o futuro da ferramenta.

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Consultora em Comunicação e especialista em Comunicação e Multimídia pela PUC-GO, Brasília, DF