Monday, 23 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1319

O Congresso e a gripe suína

Antes que se levantem suspeitas, adianto um testemunho: pelo menos dessa gripe suína nossos parlamentares não são culpados. São totalmente inocentes, embora saibamos que, por baixo daquelas abóbadas do Planalto Central, também haja muita lama e sujeira, sem máscara que forneça alívio àqueles ares um tanto quanto contaminados, que se espalham por todo o território nacional.

Na real, a malfadada gripe suína tem feito um enorme bem aos congressistas de Brasília, pelo menos no que diz respeito ao interesse da opinião pública. Justiça seja feita (sem supremas capangagens, diga-se de passagem): a imprensa permanece vigilante às "porcarias" que deputados e senadores têm feito com o dinheiro público. Mas é claro que a iminência de uma pandemia, seja de que patologia for, causa uma generalizada apreensão, e torna-se o assunto do momento. Tanto melhor para os aproveitadores das mamatas oficiais, que se vêem, pelo menos momentaneamente, resguardados de determinados e inconvenientes questionamentos.

Na política, os tempos atuais têm sido fétidos e nem os narizes entupidos por qualquer espécie do influenza se salvam. Já que a existência dessa atmosfera putrefata se mostra, há décadas, inevitável, vale lembrar que os porcos – denotativos e conotativos – nos trouxeram mais do que uma moléstia. Pelas mãos de George Orwell, no clássico A Revolução dos Bichos, foi o porco Major o responsável por despertar em todos os animais da Granja do Solar uma certa consciência política para a revolução do Animalismo, regime que, em tese, os livraria de toda forma de opressão e oportunismo exploratório humano. Orwell, em sua obra-prima, instava que nos mantivéssemos (nós e a bicharada da Granja do Solar) atentos às fraquezas humanas e na maneira como elas se impõem. E impressiona o quanto as tais fraquezas se fazem evidentes quando se fala em poder, em dinheiro e, sobretudo, nos dois juntos.

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Os privilégios no Congresso Nacional, esmiuçados e apresentados pela imprensa, escandalizam a opinião pública. E por mais que alguns parlamentares queiram justificar o injustificável, desgastam e ameaçam a democracia representativa. Mais que qualquer fiador institucional, o que mantém e sustenta a democracia representativa é a confiança do povo no sistema de representação popular.

Os congressistas estão no dever de dar um basta às constantes crises decorrentes dos privilégios, o que pressupõe desde o simples cancelamento dos mesmos (passagens aéreas para parentes e amigos, plano de saúde vitalício, etc) até a adoção do voto distrital misto ou puro para estreitar mais os vínculos entre o eleitor e o representante e fortalecer a democracia representativa.

E a imprensa precisa ir mais fundo nesta tarefa de esmiuçar os privilégios dos congressistas. Até porque acabam sendo atribuídos exclusivamente à democracia em vigor. Muitos deles, no entanto, foram criados durante o regime autoritário de 1964 a 1985, como forma de manter o partido do governo, a Arena, como o maior partido do Ocidente, ou cooptar os políticos da oposição.

Votei apenas uma vez para deputado e senador antes do golpe de 1964, mas percebia-se que o Congresso Nacional era bem mais austero com os seus gastos. Não existiam tantos privilégios. Como se faz no combate à dengue, é preciso ir ao nascedouro dos privilégios parlamentares! É preciso limpar a democracia representativa do entulho autoritário! (Luiz Paulo Costa, jornalista, São José dos Campos, SP)

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Não bastasse ser ele "o cara", a revista Newsweek ainda resolve fazer matéria de capa sobre o Brasil do presidente Lula.

Nós nunca vimos coisa parecida, acostumados que estávamos de ser país do 3º mundo, no máximo o país do futuro, cuja capital era Buenos Aires.

Em 27/2/09, Celso Lafer, chanceler brasileiro (Ministro das Relações Exteriores), em viagem oficial, representando o Brasil, se submete a tirar os sapatos nos EUA para revista de segurança. E não foi para jogá-los no Bush (rs)…

Precisamos eleger um metalúrgico para nos tirar da subserviência que o sociólogo e seus antecessores nos colocaram! (Sonia Montenegro)

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E o papel da mídia no polêmico e famigerado Código Ambiental do governador catarinense, dos deputados que não tiveram coragem de registrar um só voto contra, das madeireiras, das celuloses, das monoculturas e do agronegócio para exportação? A ousada ação de inconstitucionalidade é estrategicamente proposital para alterar o Código Florestal Brasileiro. A mídia nacional estaria se mostrado um pouco acanhada, talvez com receio de perder seus patrocinadores? Afinal, a questão é gravíssima, pois ameaça a integridade do protecionista Código Florestal! A ganância do setor agronegócio (que não valoriza a agricultura familiar) tem fortíssimo apoio da bancada ruralista. A guerra contra o verde pode comprometer a segurança de milhões de pessoas neste país, da mesma forma como ocorreu com a tragédia do Vale do Itajaí (em Blumenau) em novembro de 2008. Como ambientalistas, entendemos que a mídia tem uma grande responsabilidade na divulgação e esclarecimento de fatos que chegam à opinião pública, principalmente nestas questões que envolvem a segurança das pessoas. Tanto na violência das cidades quanto na ocorrência de adversidades e mudanças climáticas, das medidas preventivas e de adaptação às populações que vivem em área de risco. Querem aumentar a área de plantio junto ao que resta das matas ciliares e encostas de morros, ou seja, as APP, que protegem os cursos d’água. (Tadeu Santos, socioambientalista, Araranguá, SC)

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Foi difícil chegar ao fim do texto do sr. Reinaldo Azevedo publicado no último número da revista Veja, intitulado "A bíblia da esquerda herbívora". A resenha (seria melhor "artigo") merece a análise do Observatório. Até para esclarecer se somos assim tão ignorantes quanto ao que sabemos sobre Eduardo Galeano (falo por mim e talvez por algumas outras pessoas que conheci). Destaca-se no texto que "As Veias Abertas da América Latina é um livro errado desde as primeiras letras, uma coleção de lamúrias e desastres em busca de culpados. Pouco importa que os fatos desmintam sua tese. Para as esquerdas, mais importante é a moral da história. Na de Eduardo Galeano, o lobo, como sempre, come o cordeiro". Esse definitivamente não é o livro que li. Livrai-nos da Veja. (José Ricardo Araújo e Silva, funcionário público, Maceió, AL)

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Não há espetáculo mais bizarro do que o BBB. Alguns seres manipulados, pensando que irão alcançar sucesso, fama e contratos milionários; pior que isso, contribuindo enormemente para a desinformação dos jovens, e alimentando a rede de ignorantes que aposta que aquilo tudo é verdade.

Pior que isto tudo é saber que empresas que têm como diretores de marketing "cabeças pensantes" investem massivamente neste desinformativo anual. Seus "parceiros", por sua vez, seguem a mesma trilha, três preciosos meses jogados no lixo, três meses de nada, três meses assistindo a coisa nenhuma.

Por que a Fiat e os parceiros que patrocinaram esta porcaria não direcionam seus patrocínios, por exemplo à Arte, a Cultura, ao Esporte? Por que a Fiat e os parceiros não criam o Prêmio Fiat de Artes Cênicas, de Dança, de Música? Estamos abarrotados de pessoas inteligentes, de excelentes artistas (em todas as áreas), de fantásticos atletas e formidáveis dançarinos. Por que a Fiat e seus parceiros não criam um centro ou centros em pontos nas regiões, a fim de que haja captação de atletas?

Vejo através da janela do meu carro atletas natos, com resistência impensada, que, se tiverem técnica, ganham medalhas. Quer saber onde, Fiat? Na Lagoa, em frente ao estádio de remo. Ali se encontram "doces atletas" que depositam balas nos retrovisores dos carros, todos os dias, e não só por três meses. Todos os dias, com sol, chuva e maledicência dos passantes. E, assistindo a tudo isso, vejo nos olhos destes doces atletas "me de uma oportunidade, eu posso me tornar possível, você pode me ajudar?".

Pois bem, se a Fiat tivesse em seu elenco gente capacitada, não haveria porque estarmos com esta revolta, sabendo que a Cultura e o Esporte podem esperar! Enquanto isso, vai se cavando o buraco para caber mais ignorantes que usam antolhos para assistir felizes, mas mantendo o padrão "sou burro sim e daí", a mais um BBB. (Alma Rodrigues, Rio de Janeiro)

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Vi uma nota da colunista Gloria Kalil e fiquei indignada. Fui à página do iG para denunciar o abuso absurdo na linguagem cometido pela dita colunista. Item selecionado: calúnia, difamação e injúria. Página denunciada: http://chic.ig.com.br:80/materias/511001-511500/511041/511041_1.html Comentário: Coisa ridícula, de mau gosto e de uma impropriedade peculiar. Parabéns, Glorinha Kalil por deixar claros a sua petulância e o seu desmerecido nome famoso por tamanha contribuição à mediocridade humana. "Look à la mendiga" é inaceitável. Primeiro pela afetação desmedida, pelo pedantismo sem propósito em demonstrar (ou procurar) conhecimento de uma língua ininteligível (inglês, espanhol, latim, outra qualquer + português??). Sabe que é proibido o uso e abuso desses estrangeirismos? Agora, dizer que pessoas que não têm dinheiro para se vestir "adequadamente" são referência em moda é pisar com salto na dignidade humana. Foi demais. Suas contribuições não fazem falta alguma para o bom senso de pobres. Sugiro que você participe de um mutirão para levantar casas e lajes e depois delicie-se com o churrasco, como pagamento pela labuta do fim de semana! Quem sabe poderá ver de perto e sentir um pouco o que é ser gente de verdade, sem as máscaras que tanto a afetam. (Lílian Henrique de Azevedo, professora universitária, Bauru/SP)

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Jornalista, Belo Horizonte, MG