Será que o Estadão se redimiu, livrando a cara do MEC com essa suposta ‘fraude’ do Enem? Interessante ver como um grande jornal nem se preocupa em contar a estória (ou devo dizer, mentira?) com coerência. Até parece que alguém que vaza questões de prova vai querer passá-las a um jornal. Eu, como bom fora-da-lei, iria tentar vender a um vestibulando. Mas tudo bem! Agora, pelo menos, vão poder voltar a falar do Sarney!
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Com que intuito queriam vender a prova [do Enem] para o jornal? Está na cara que é alguma jogada dessas outras instituições que elaboram os vestibulares pelo Brasil, já que através do Enem só existirá uma prova e uma instituição. Como o lucro com essas provas é imenso, unificando os vestibulares só uma vai sair ganhando. (Alberto Oliveira, web designer, Aracaju, SE)
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Espero que o Observatório tenha acompanhado o escândalo da divulgação dos locais da prova do Enem, ao qual a grande imprensa tem dado destaque secundário. Não só pelo fato do tema ter me afetado pessoalmente, mas imagino a situação, muito pior, do pobre adolescente vestibulando, que passou o ano se preparando só para o concurso. O INEP se esquiva da culpa. Pior: joga a culpa nos inscritos, que não teriam preenchido corretamente o formulário de inscrição. Como se explica, então, moradores de Parelheiros fazendo prova na Vila Mariana, enquanto outros, da Vila Mariana, terão de se deslocar até Parelheiros por dois dias consecutivos? Como se explica jovens de 17 anos que terão de viajar 350 km ou até mesmo 500 km para fazer as provas? O que tudo isso significa? Que Ministério da Educação é este, que não oferece uma segunda opção ao seu ‘erro logístico’? Fica por isso mesmo? É esta a lição que nossos estudantes devem aprender? Errem, porque, afinal de contas, nada acontecerá… E a Imprensa? Que papel tem nesse caso? Como poderia atuar uma Imprensa de verdade, juntando esforços para um boicote ou uma ação cível contra este ato arbitrário e até mesmo hediondo do poder público, de boicotar a própria educação? (Giovanny Gerolla, jornalista, São Paulo, SP)
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Definitivamente, esse não é um país sério. Se fosse, se preocuparia primeiro em investir na preparação de atletas. Não estou falando de futebol, que é outro departamento. Num país que não valoriza atletas, não tem incentivo para esporte, como têm os EUA, é no mínimo uma ironia, um contra-senso o Brasil ser escolhido pra sediar um evento do porte de uma Olimpíada. Além do mais, não há investimento em saúde, educação, salário digno, cultura, saneamento, transporte, distribuição de renda.
Infelizmente, brasileiro só se mobiliza para fazer farra, comemorar Copa do Mundo, carnaval – e, agora, uma Olimpíada. O presidente Lula deveria se empenhar era com o bem-estar da população, em desenvolver a região Norte, sempre esquecida no mapa. Deveria era chorar, se comover com a miséria das populações da Amazônia, com a falta de estrutura, de pólo industrial nessas regiões no Norte, que vivem ainda fora da civilização, sem conexão com o desenvolvido eixo Sul-Sudeste, que recebe a maior fatia do bolo da verba federal. (Renata Rodrigues, São Paulo, SP)
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Agora (14h35, 1º de outubro), tem uma chamada na capa do G1 para uma foto do tsunami em Samoa Americana. Abre a matéria, está lá uma foto do aeroporto à beira-mar de Pago Pago e ondas, aparentemente distantes da costa. Vai-se conferir no Google Maps e a imagem é parecidíssima: não tem tsunami nenhum, é assim o mar visto de cima lá… Foto creditada à Reuters e Digital Globe. Será que a fraude é deles ou do editor do G1 que tascou a legenda? (Luiz Afonso Franz, jornalista, Novo Hamburgo, RS)
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Jornalista, São Paulo, SP