Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

O imperador e seu mundo paralelo

Foi por um ato secreto de sua mãe Agripina que Nero alçou a cadeira de imperador de Roma. No fundo, a real intenção da engenhosa senhora era dominar Roma por intermédio do filho. A ingerência custou caro: do alto de seus 22 anos, Nero pediu a cabeça da mãe.


A propósito (sim, a propósito), sem cotas de passagens, sogras ou diretores de embarque, façamos a ponte aérea Roma – Brasília, com conexões em Macapá e São Luís, num voo de 1950 anos.


Se o atual imperador Sarney vivesse no mundo real e limpasse lixeiras como faz no mundo paralelo do Senado, certamente estaria desempregado. A propósito, não é curioso que, no mundo real, incompetência e desídia resultem em demissão, e, no paralelo, não?


De toda forma, não deixa de ser uma pena constatar que o presidente do Senado se lixa para as lixeiras públicas, embora não haja aí nenhuma surpresa.


No caso do imperador ‘amaparanhense’, igualar-se à turma dos serviços gerais é motivo de grande desonra… aos auxiliares de limpeza.


Não é à toa que, com todo o lixo amontoado e convenientemente ocultado por baixo daquela abóbada (sem contar o aterro secreto), tanta gente clame pela incineração do Senado.


Impunidade por impunidade, no ano de 64 d.C. (não o nosso 64), Roma ardeu em chamas, sem que jamais conseguissem provar a culpa de Nero.


Enquanto isso, Sarney vê o quintal da Casa pegando fogo, mas segue andando e tocando lira.


Esses imperadores!


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Apresento uma oportuna sugestão para esse momento indigesto pelo qual passa o nosso medíocre Senado. Recomendo a todos os senadores que se submetam a uma sonoterapia pelo maior tempo possível, afinal, dinheiro não é problema. Se, no final, os parafusos da dignidade não forem devidamente apertados, pelo menos a nação deixou de ser roubada nesse período. (Geraldo de Paula e Silva, editor, Rio de Janeiro, RJ)


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Fico imaginando aquele profissional que passou quatro anos numa faculdade para finalmente orgulhar-se de seu diploma, de sua atividade profissional, e agora, em virtude dessa decisão irresponsável do STF, vê todo seu esforço e orgulho sjogado por terra. Não esperávamos outra decisão de um judiciário (grifado com minúscula mesmo) tão desmoralizado. Mas acho que os jornalistas devem lutar contra essa decisão. Fundem novos veículos que sejam integrados apenas por profissionais com formação acadêmica para que possam competir com os demais lixos que ficarão. Espero que os grandes veículos de comunicação evitem contratar profissionais sem diploma. (Rivanilson Costa Amaral, militar, Rio de Janeiro, RJ)


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Gostaria de saber como pode um jornal como O Dia publicar online duas versões sobre o mesmo tema? Na mesma página constam duas informações: a de que Michael Jackson está à beira da morte e a de que Michael Jackson está morto. Como fica o leitor, o fã? Em qual notícia acreditar? O que motiva isto? Será a pressa em dar o ‘furo’ de reportagem sem ao menos ter a certeza? Desse jeito, com ou sem exigência de diploma o nosso jornalismo caminha a passos largos rumo ao abismo. (José Luiz de Araújo Junior, coordenador administrativo, Rio de Janeiro, RJ)


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Na atual conjuntura, um diploma na mão abre algumas portas. Porém, em todas as áreas, até mesmo nas mais críticas e que colocam em risco a vida das pessoas, os cursos técnicos têm ocupado uma grande fatia do mercado. Tudo é negócio e lucro, não importa se vão esquecer uma tesoura na barriga de alguém. Depois de anos e R$$$ em universidades, você vê, por exemplo, um diploma de Veterinária não valer mais nada pois o custo de um técnico é menor e, portanto, o emprego é dele. Com o jornalismo a coisa é diferente. Com diploma ou não, o que vale é o talento. A pessoa tem ou não tem, se é bom, fica, ou então vai pro ralo, com diploma ou não. Cabe ao mercado fazer a seleção. Que fiquem os bons! (Selma Gallo, jornalista, Arujá, SP)


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Pergunto-me por que a BBC demorou tanto a chamar de ‘golpe de Estado’ os tristes fatos ocorridos em Honduras? Quando o mundo inteiro já condenava o golpe e jornais britânicos denunciavam o putsch, a BBC, tal qual a Velhinha de Taubaté, utilizava eufemismos para o que desde o primeiro momento era simplesmente um golpe. Que belo jornalismo! (João Souza, advogado, Salvador, BA)

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Jornalista