Mal começaram os preparativos para a realização da Copa aqui no Brasil em 2014, Olimpíadas de 2016 e das Confederações em 2013 e as empresas já começaram a deparar com empecilhos originados pelos próprios representantes do povo. Na verdade, desta vez não se trata de um empecilho ao pé da letra, mas de uma situação que, certamente, só está começando a dar o que falar.
Está tramitando no Congresso Nacional um projeto de Lei que proíbe o uso dos nomes dos campeonatos, bem como de derivados dessas terminologias, por empresas que não sejam patrocinadoras oficiais desses eventos por até 30 dias após o término dos mesmos. Mas será isso possível segundo a liberdade de expressão comercial tão discutida durante o 7º Ebap? Será que o mais coerente não seria determinar onde e de que forma os tais patrocinadores oficiais apareceriam e onde as demais empresas poderiam aparecer?
Se em 1996, nas Olimpíadas de Atlanta, os patrocinadores oficiais deram espaço para que seus concorrentes anunciassem em toda mídia exterior em torno do principal estádio da cidade, a culpa é dos patrocinadores oficiais? Da concorrência? Ou é em prol da livre concorrência e, por conseqüência, do consumidor? Penso que seria como o carnaval da Bahia, por exemplo, patrocinado por uma cervejaria, sem que os blocos pudessem ser patrocinados por outras marcas de cerveja ainda que a tal patrocinadora oficial não tivesse interesse em patrociná-los.
Seria como coibir os veículos de comunicação que viessem transmitir para seus países os jogos de falar de nossas tão lindas cidades com receio de que falem dos problemas que cada uma delas enfrenta. E se os tais patrocinadores oficiais fossem justamente as empresas concorrentes e os papéis se invertessem? O que pensariam os atuais patrocinadores oficiais desta exigência da Fifa, apoiada pelo governo federal?
Se não começarmos a discutir abertamente os fatos, certamente o que tem tudo para ser um bom jogo, ser uma ótima oportunidade para aquecer o mercado e fazer pulsar o coração dos brasileiros, não passará de mero cartão vermelho para o próprio juiz da partida que quer deixar de escanteio a livre concorrência.