Thursday, 21 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

O melhor ativo do negócio

O mercado digital foi sacudido na segunda-feira (7/2) com o anúncio da compra do site jornalístico Huffington Post pelo gigante de internet America Online, pela bagatela de 315 milhões de dólares. O primeiro, considerado de esquerda nos Estados Unidos por sua proximidade com o ideário do Partido Democrata, além de produzir conteúdo próprio funciona como uma espécie de federação de blogs e é tido como um exemplo da viabilidade econômica do jornalismo digital. Criado em 2005 pela ex-socialite Arianna Huffington, com um investimento de 35 milhões de dólares, o site viveu um crescendo de popularidade e começou a dar lucros já no ano passado.


De sua parte, a America Online, que cresceu como provedora de acesso à internet, detém o quinto lugar no ranking americano de audiência, investiu pesado em entretenimento e carrega a história de uma polêmica fusão com o grupo Time-Warner, em 2000, que durou nove anos e acarretou prejuízos mútuos.


Agora, sob o comando de um ex-executivo do Google, America Online decide agregar credibilidade jornalística à marca atraindo para o seu guarda-chuva o site jornalístico mais bem sucedido dos Estados Unidos, que em dezembro passado contabilizou 25 milhões de visitantes únicos. O Huffington Post previa para este ano receitas de 65 milhões de dólares.


Um dos desdobramentos do negócio é a assunção de Arianna ao comando editorial do recém-criado Huffington Post Media Group, que, após a fusão, vai controlar todo o conteúdo jornalístico das centenas de sites da companhia. De todo modo, essa operação emite um sinal notável para os observadores: no processo de conquista e fidelização de audiências, as companhias de mídia contam com o jornalismo. Precisam de jornalismo. E de jornalistas.