No dia 27/9, foi anunciada uma série de reportagens sobre o Pólo Industrial de Manaus, que teria início naquele dia, intitulada ‘A indústria na floresta’. O programa tem prosseguimento, mostrando a primeira reportagem da série, que levou o título ‘A floresta que produz’, afirmando que ‘a produção industrial do Amazonas é uma das que mais crescem no Brasil, segundo o IBGE’.
Depois de apresentar vários aspectos positivos do modelo, inclusive destacando as exportações em alta, com destaque para a competitividade e qualidade dos produtos, o programa termina com o apresentador Renato Machado anunciando que a reportagem do dia seguinte mostraria os trabalhadores da Zona Franca que estão voltando à sala de aula.
De fato, no dia 28/9, tem início a reportagem ‘Excelência em mão-de-obra’, mostrando que o crescimento industrial obrigou as empresas a investirem mais na mão-de-obra qualificada, e que essa formação é patrocinada pelas empresas empregadoras, inclusive para cursos de pós-graduação. O programa termina anunciando que no dia seguinte seria mostrada a via-crúcis para transportar os produtos fabricados em Manaus.
O sentido da pauta
No dia 29, para surpresa dos telespectadores, o Bom Dia Brasil inicia o programa anunciando que aquela seria terceira e última reportagem da série e, diferentemente do que havia sido anunciado no dia anterior, o enfoque ganha conotação negativa, afirmando que as indústrias não pagam impostos, o que causaria uma concorrência desleal com as indústrias do restante do país, que o projeto ZFM propiciaria a fraude e causaria várias distorções à economia do país. A comentarista Miriam Leitão chega a afirmar que não haveria sentido nos incentivos fiscais concedidos às empresas instaladas na ZFM.
E quanto à via-crúcis para transportar os produtos que por alguma razão deixou de ser mencionada conforme havia sido anunciado? Não seriam exatamente os problemas e dificuldades de logística para escoar os produtos que justificariam a contrapartida dos incentivos, e o que colocaria a o estado e a região em condições comparáveis às de outros estados brasileiros para conseguir o seu desenvolvimento?
Afinal, o que levou a edição do Bom Dia a anunciar um assunto e abordar outro, sem qualquer explicação ao telespectador? O que levou à mudança drástica no enfoque da matéria? E, finalmente, qual o objetivo da série de reportagens? Mostrar pontos positivos do crescimento da indústria no Amazonas, que essas indústrias têm propiciado a qualificação profissional da população local, que gera empregos na região, que as exportações estão crescendo nos últimos anos, e que isso é positivo para o país?
Ou que nada disso faz sentido? Se não faz sentido, o que motivou o programa a pautar a matéria?
As matérias estão nos seguintes endereços:
(http://redeglobo3.globo.com/bomdiabrasil/materias.jsp?id=33327)
(http://redeglobo3.globo.com/bomdiabrasil/materias.jsp?id=33342)
(http://redeglobo3.globo.com/bomdiabrasil/materias.jsp?id=33346)
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Assessoras da Suframa