Saturday, 02 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1312

O rádio e a valorização do povo

No rádio devem predominar ética, cidadania e valorização dos anseios populares para que a comunicação tenha um sentido democrático e esteja afinada com os ideais de liberdade e busque sempre a conscientização de seus usuários para que cada indivíduo que esteja ouvindo saiba buscar seus direitos e compreender seus deveres.

Não é correto que o rádio incentive a discriminação, seja ela qual for nem procure estar afinado com os interesses dos poderosos, pois a comunicação deve ter um sentido democrático e cidadão para que todos os que recebam as mensagens possam se engajar em um processo de construção de uma sociedade mais justa e fraterna. O rádio deve contribuir para o fortalecimento dos ideais democráticos e para que todos os cidadãos estejam afinados no processo de construção de um mundo melhor e mais justo.

A valorização do povo deve ser uma meta buscada pelos comunicadores do meio rádio, que devem abrir espaços em suas programações para dúvidas, questionamentos, críticas construtivas e ideais de busca de um mundo sem injustiça ou discriminação. O rádio deve contribuir firmemente para vivenciar modelos de sociedade onde reinem justiça, solidariedade e partilha no fortalecimento dos ideais democráticos da comunicação…

O povo precisa do rádio e o rádio precisa do povo. A cumplicidade do povo com o rádio deve ser incentivada, fortalecida e estimulada para que haja interação e busca de uma forma concreta de discutir o mundo e aceitar os problemas da sociedade sempre no sentido de buscar soluções. O rádio é indutor de um processo de cidadania que se cristaliza em seu processo histórico e na própria forma como foi criado e popularizado em nossa sociedade.

Cidadania, ética e idéias

Para afinar o rádio com os interesses populares é preciso que se abram espaços para que as pessoas possam se expressar e dizer o que sentem. Não que o rádio seja um correio sentimental, mas seu papel interativo tem grande importância na concepção de um processo comunicativo que dê a cada indivíduo oportunidades de dizer o que quer dos poderes públicos e do tipo de sociedade que busca para melhoria sua e de seus semelhantes.

O rádio tem sempre um viés político que deve ser estimulado, porém deve ser utilizado para promover a coesão da sociedade e fortalecer o sentido democrático da vida social. Para que isso ocorra é urgente que se abram espaços para que os usuários do meio radiofônico possam se expressar e dizer o que pensam da comunicação criando neste meio um sentido pleno de cidadania fortalecida pelo poder da opinião.

O rádio tem que abrir espaços para participação popular, pois o povo é sempre sábio no que diz e no que faz. Os meios de comunicação democráticos sempre alcançam melhores resultados, tanto em opinião como em prática efetiva de conhecimento. Rádio é cidadania, é fortalecimento da ética, é construção de idéias.

Os verdadeiros interesses

O sentido democrático do rádio deve ser ressaltado e fortalecido para que todos os usuários deste meio de comunicação tenham oportunidades de dizer de que forma querem viver em sociedade e de que forma querem que o mundo seja melhor para todos.

No rádio não pode haver preferência por grupos políticos ou por mecanismos de poder. O rádio deve sempre estar a serviço dos interesses populares para que a comunicação seja sempre democrática e tenha um sentido de valorização dos que buscam a comunicação.

É preciso que o rádio seja afinado com seus ouvintes para que estes que são usuários da comunicação possam compreender o sentido de uma vida democrática pautada sempre na construção ética e no fortalecimento da cidadania.

Não podemos aceitar que o rádio se transforme em instrumento de opressão e de fortalecimento de idéias antidemocráticas, pois toda comunicação só tem sentido quando tem uma busca incessante pelo alcance dos interesses verdadeiros do povo que luta, sofre e trabalha para construir uma nação.

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Vice-presidente da Associação de Ouvintes de Rádio do Ceará, Fortaleza, CE