No meio da controlada e intimidada mídia de Moscou, a publicação com o sugestivo nome em inglês The eXile (O exílio, tradução livre) se destaca. O jornal alternativo gratuito já existe há nove anos e sempre manteve sua posição editorial bem clara e definida. ‘Nós falamos mal de todos da mesma maneira’, resume o editor Jake Rudnitsky, revelando o sucesso da publicação.
Em uma cidade na qual, pelos últimos seis anos, a liberdade de expressão vem deixando de existir, o bissemanal The eXile constitui uma das únicas opções independentes de leitura. Fundado em 1997, o jornal nunca deixou de ser impresso desde então. O The eXile tem atualmente tiragem de 25 mil cópias e seu sítio atrai cerca de 125 mil visitantes únicos, mas a publicação não tem planos de se tornar rentável. ‘Se fôssemos pessoas do mundo de negócios, nosso sítio seria responsável por 90% dos nossos lucros, mas nunca lucramos um centavo com ele. No impresso, entretanto, publicamos alguns anúncios’, conta Rudnitsky.
O jornal não foi fundado com o objetivo de ser comercial, mas de dar aos leitores uma visão singular de um país singular. ‘Acho que todos nós acreditamos que a Rússia é um lugar que ainda não está morto. Não é como o Ocidente, onde nada de interessante acontece. Ninguém sabe o que acontecerá com a Rússia daqui a dez anos’, opina o editor. Informações do Independent [9/10/06].