Em sua coluna de domingo [17/9/06], a ombudsman do Washington Post, Deborah Howell, revela que, depois de chegar de férias e ler os milhares de e-mails em sua caixa postal, ficou claro para ela que o que mais provoca reações nos leitores são os artigos de opinião do jornal, e não as matérias noticiosas. Deborah relembra que “entender a separação entre o papel da opinião e o do fato em um jornal é difícil até mesmo para os leitores mais sofisticados”.
Segundo a ombudsman, muitos dos colunistas e jornalistas que escrevem editoriais são idealistas que querem que seu trabalho contribua para “um mundo melhor”. Assim, o trabalho deles não tem o objetivo de satisfazer os leitores, mas de levá-los a pensar de maneira mais crítica – seja para apoiar uma causa ou refletir sobre o que o autor escreveu. “Colunistas e editorialistas são ferramentas poderosas para gerar opinião pública – para o bem ou para o mal”, opina Deborah.
Para Fred Hiatt, editor das páginas editoriais, as colunas editoriais são independentes. “Na página editorial, tentamos explicar nossa argumentação para o que achamos que é bom para o país, cidade ou região em determinado assunto, e não apenas disparar uma opinião”, observa. “Esperamos que os leitores se sintam estimulados e provocados pelo que escrevemos”.
Deborah alega que um colunista deve ter convicção e coragem; assim como o deve ter o editor de um colunista. “É da natureza deles provocar não somente os leitores, mas também seus editores”, afirma a ombudsman. “Meu trabalho é assegurar que o leitor compreenda que as observações da colunista Dana Milbank são baseadas em apurações, e não apenas em sua opinião”, explica a subeditora da seção nacional Maralee Schwartz.
Para concluir, Deborah lembra aos leitores que não cabe a ela avaliar as colunas e editoriais; os colunistas – incluindo a própria ombudsman – têm liberdade para escrever sobre o que quiserem.