A grande maioria da população quer, com certeza , um rádio no qual os ideais de cidadania, valorização da pessoa, sinceridade, liberdade, respeito e solidariedade estejam presentes no processo de emissão radiofônica. O rádio que o povo quer é certamente um rádio pautado na ética e na justiça social para todos indistintamente. Precisamos de uma programação de rádio que faça com que o cidadão obtenha informação segura, real e pautada nos ideais de uma mídia que lute pela valorização do ser humano.
Não podemos concordar com práticas que fazem com que o rádio seja um espetáculo de desrespeito, através de emissões em que indivíduos sejam provocados por agressões decorrentes de piadas de mau gosto e de opiniões que certamente não fazem parte dos ideais verdadeiros da liberdade e da busca por cidadania plena. Precisamos banir do rádio a programação que promove um processo de comunicação atrelado aos interesses exclusivos daqueles que tem o poder político, econômico ou social.
O rádio que o povo quer é aquele em que todos sejam respeitados não só através da informação verdadeira mas, sobretudo, que tenha o objetivo de fazer com que os indivíduos tenham a oportunidade de dar sua opinião sem agressões ou desrespeito. O rádio que o povo precisa é um rádio de informações verdadeiras, desatreladas de interesses da minoria e voltado para a liberdade e para a construção da cidadania.
Apelações popularescas
O povo quer uma programação de rádio que irradie cultura e promova a construção do conhecimento através de um processo de informações que faça com que os indivíduos tenham a oportunidade de questionar o poder público e fiscalizar suas ações, de entender a vida política e econômica de sua localidade e de desenvolver idéias sobre assuntos de seu dia-a-dia. O rádio precisa ser um instrumento de melhoria do nível de vida dos povos e de estímulo a processos de construção da cidadania plena.
O rádio que a maioria da população busca é aquele que tenha como ponto máximo a integração entre o ouvinte e os que fazem o rádio através de um processo de construção de ideais de várias vias que façam com que a opinião do ouvinte seja respeitada ou mesmo questionada, mas que seja discutida e debatida. O povo tem o direito de dizer o rádio que quer e pode, com certeza, questionar as programações que não são adequadas ao sentido de vida dos cidadãos.
O rádio que o povo quer tem que ter em suas programações opiniões respeitosas sobre a vida política, econômica e social do povo e ser imparcial em alguns momentos para que os interesses dos que fazem o rádio não interfiram no processo de construção das mensagens radiofônicas. A grande maioria da população quer que o rádio fale sua linguagem , porém quer que as mensagens não se transformem em apelações popularescas que partam para um processo de piadas ou de gracejos que não levam a lugar algum.
Bandeira de luta
O povo precisa que as programações radiofônicas não busquem exclusivamente os interesses dos locutores, mas os interesses plenos da população – e que atenda às expectativas populares na luta pelas conquistas sociais e pela valorização dos cidadãos sem distinção de classe, preferência política ou de cor.
O rádio será sempre um instrumento de construção da cidadania e a luta para esta finalidade deve ser uma bandeira empunhada por todos aqueles que acreditam que a comunicação existe para aproximar as pessoas e buscar a construção de uma sociedade onde reinem os ideais de justiça, solidariedade e ética de todos e para todos.
O rádio tem de eliminar a comunicação atrelada aos interesses minoritários e deve ser instrumento de construção de um mundo melhor para as pessoas falando a linguagem do povo através da verdade, da solidariedade e do respeito aos ideais de um mundo melhor para quem acredita na magia da vida e do milagre da comunicação verdadeira que sempre foi e será uma bandeira da luta pelos direitos fundamentais dos seres humanos.
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Presidente da Associação de Ouvintes de Rádio do Ceará