Chega o final de 2010. Após as festas natalinas, analiso as mudanças em consequência das novas tecnologias. Cartões natalinos impressos? Hoje, isto é uma raridade. O mercado editorial vem mantendo estes impressos de boa qualidade, porém a facilidade pela qual você pode encaminhar mensagens de Natal com um simples toque de computador é fantástica, sem mencionar que você encontra cartões belíssimos a custo zero. E assim, o homem do século 21 vem se adequando a estes novos estilos.
Recebi inúmeros cartões online de empresas, de sindicatos, de amigos, alguns estilizados, com músicas, com luzes, com mensagens comuns. Outros com mensagens personalizadas, sui generis, a exemplo da Federação Nacional dos Jornalistas – Fenaj, que há mais de ano vem lutando para a revogação da exigência do diploma de Jornalismo no país junto ao governo federal. O texto divulga, através da figura mitológica do Papai Noel, a aprovação da PEC do diploma de jornalismo; democratização da comunicação e mais liberdade e segurança para o exercício da profissão. Por que este cartão me chamou a atenção? Porque sou professora do curso de Comunicação Social da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) e sei o quanto isto está inquietando os estudantes. Ter esperança nesta aprovação é o sentimento maior de todos os envolvidos neste processo – sindicatos, universidades, comunidade estudantil – mas, especialmente, os futuros jornalistas.
Ruptura paradigmas
Outras mensagens, recebidas via celular, muito interessantes, particularizadas. O que acontece com estas mensagens via email e celular? Com o passar dos dias, para não extrapolar as nossas caixas de mensagens, as excluímos. E então pergunto-lhes, leitores: o que fazer para guardarmos estas mensagens? Há duas alternativas viáveis. Primeiro, você pode imprimi-las e guardá-las em suas caixas de lembranças ou memorizá-las para sempre. Esta segunda alternativa, porém, é volátil. Será que o nosso cérebro é capaz de armazenar tantos textos por muito tempo? A nossa memória é muito frágil. Com certeza, não.
Por outro lado, recebi cartões impressos de alguns deputados e do bispo diocesano de Campina Grande, dom Jaime Vieira Rocha, que distribuí na celebração da Missa do Natal do Senhor.
Teci estas considerações porque não cultuei o hábito de retribuição, fator natural há alguns anos. Como a pós-modernidade proclama ruptura de alguns paradigmas, gostaria que nestas reflexões pudesse expressar meus sinceros agradecimentos a todos que gentilmente me enviaram mensagens natalinas. Só que não a enviarei personalizada. Postarei em páginas da internet, ou seja, milhões de outras pessoas terão acesso nesta ‘aldeia global’, preconizada pelo sociólogo canadense Marshall McLuhan, o qual analisava que o progresso tecnológico estava reduzindo todo o planeta à mesma situação que ocorre em uma aldeia. Felicitações a todos. Que 2011 venha com mais novidades tecnológicas.
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Professora da UEPB