De acordo com uma pesquisa da Universidade Rutgers, os colunistas convidados das páginas editoriais dos maiores jornais dos EUA seguem um perfil específico: são homens, em sua maioria acadêmicos, e têm o mesmo ponto de vista dos diários. O estudo revela, portanto, que as páginas de opinião não cumprem seu objetivo de ser um espaço para a expressão de vozes diversas.
Os autores da pesquisa são Bob Sommer, professor de políticas públicas e presidente do Observer Media, que publica o New York Observer, e John R. Maycroft, estudante de políticas públicas. Eles avaliaram 366 artigos de opinião escritos por professores universitários e pesquisadores, publicados em três jornais: o New York Times, o Wall Street Journal e o Star-Ledger, jornal de grande circulação de Nova Jersey, onde fica a universidade.
Cadê elas?
Em cada diário, de 90 a 95% dos artigos de opinião publicados concordavam com o ponto de vista editorial do jornal em relação ao assunto debatido e, quando discordavam, tratava-se, em geral, de um formato ‘ponto / contraponto’, em que pelo menos um dos autores da página deveria apresentar uma opinião divergente.
Também foi observado que não há eqüidade de gênero. Segundo a pesquisa, homens escreveram 78% dos artigos de opinião acadêmicos no Star-Ledger; 82% no NYTimes e 97% no WSJ. ‘Na nossa análise, isto foi o mais assustador’, avaliaram os autores. Além disso, há predomínio, nas páginas editoriais, de membros das universidades Harvard, Stanford e de Chicago. Informações de Richard Pérez-Peña [New York Times, 23/6/08].