Monday, 23 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1319

Paulo Henrique Ferreira

‘O cartunista Jaguar apresentou na noite de segunda-feira a última edição de seu talk-show ‘No covil com Jaguar’, na Casa de Cultura Laura Alvim. O evento faz parte do 15 Salão Carioca de Humor, que termina este domingo.

Neste último bate-papo, Jaguar recebeu o cantor e compositor Martinho da Vila. A mesa também contou com a presença do jornalista Sérgio Cabral e do produtor, escritor e compositor Haroldo Costa.

– Na minha vida, as coisas aconteceram por acaso – contou Martinho. – Foi assim com o primeiro samba que compus de brincadeira e acabou ganhando a disputa na escola de samba Aprendizes da Boca do Mato, do bairro de Lins do Vasconcellos.

‘Tem loura demais na frente das baterias’

Martinho contou que, no início da carreira, em 1969, o samba era discriminado e não era música que se executava em grandes eventos.

– Samba não vendia disco – interveio Cabral. – Foi a partir de Martinho da Vila que o samba começou a vender, ou, como se dizia na época, foi ele que introduziu o samba na sociedade de consumo.

Martinho acrescentou:

– Antigamente, o samba era do morro. As pessoas não ficavam falando que desfilavam em escola de samba. Hoje pega bem falar isso.

O papo seguiu em direção à forma que as escolas de samba tomaram atualmente:

– Tem loura demais na frente das baterias – criticou. – E o preço das fantasias aumentou. Agora a escola banca as fantasias para a comunidade, que não tem condições de pagar por elas.

O lado escritor de Martinho foi lembrado. Entre os livros publicados estão ‘Ópera negra’, que conta o surgimento das favelas, em forma de ópera, e ‘Memórias póstumas de Teresa de Jesus’.

– A idéia era contar a história da minha família na visão de minha mãe – contou.

As viagens do compositor a Angola, nos anos 70, também foram tema do papo regado a uísque e cerveja. Ele contou, por exemplo, como seu passado de sargento do exército o colocou em situação constrangedora em terra estrangeira.

– Eu era muito patriota e era dia 6 de setembro. No final do show disse para a platéia: amanhã o Brasil comemora sua independência e espero que vocês também – disse ele, sem saber que o país não era independente em 1972. – Ficou um silêncio e os que aplaudiram saíram presos.

Após quase duas horas de conversa, o bate-papo terminou com Martinho cantando músicas a capela.

– Devotos podem ouvir de joelhos – brincou Jaguar.’



MTV
Daniel Castro

‘MTV fará paródia de novela mexicana’, copyright Folha de S. Paulo, 7/04/04

‘A primeira novela da MTV do Brasil tem o nome provisório de ‘A Mexicana’, será ‘estrelada’ por músicos e, com um patrocinador já garantido (a TIM), irá ao ar a partir de 11 de outubro, às 23h30, em 12 capítulos.

O mais curioso é que os cerca de 30 personagens da história, apesar de serem interpretados por brasileiros, deverão ter suas vozes dubladas por outros músicos. ‘A idéia é levar o clichê da novela mexicana à enésima potência. Por isso queremos dublar’, explica Zico Goes, diretor de programação da emissora.

Os primeiros capítulos da trama já estão escritos. Atualmente, a cúpula da MTV discute os nomes dos possíveis ‘atores’. ‘A gente quer todos. De Paulo Ricardo a Cauby Peixoto, Wanessa Camargo, Sandy e Júnior, Marisa Monte, Fernanda Takai. Não importa se o cara é mau ator’, diz Goes.

A novela contará a história de Rosita Amparo, uma mexicana que vem ao Brasil tentar a sorte como cantora. Uma cartomante a faz participar de show de calouros, onde conhece seu grande amor, o ídolo latino Juan Julio Xavier, jurado do programa.

Rosita vai trabalhar como doméstica do núcleo rico da trama e acaba suspeita de um assassinato. ‘A novela tem esses clichês como trigêmeos que nunca se viram e coisas tipo ‘quem matou quem’, afirma Goes, que deverá introduzir outra ‘inovação’: o uso de cenário virtuais em novelas.

Novo nome 1

O grupo Mixer, que inclui a Jodaf (uma das mais premiadas produtoras de comerciais do país), vai entrar no mercado de teledramaturgia. A empresa, da qual faz parte o cineasta Cacá Diegues, negocia projetos com a Globo e com a Band.

Novo nome 2

Com a Globo, negocia-se uma série curta, em esquema semelhante ao já praticado pela emissora com a O2, de Fernando Meirelles (também da publicidade), que produz ‘Cidade dos Homens’. Na Band, o projeto é de uma sitcom com gordinhas.

Namoro 1

É forte o namoro entre a Band e os humoristas que fazem o ‘Pânico na TV’, maior audiência da Rede TV!. No meio do caminho, no entanto, ainda existe a Jovem Pan, onde o ‘Pânico’ nasceu. A Jovem Pan é concorrente da Band no rádio.

Namoro 2

O SBT tem, sim, interesse em Adriane Galisteu. Mas nenhuma proposta foi feita à apresentadora até agora. E Galisteu, cujo contrato vence em setembro, quer mesmo sair da Record.

Polêmica

Estréia no ‘Fantástico’ no final deste mês ‘A Máquina Humana’. Produção da BBC, a série mostra os avanços da ciência no campo da clonagem terapêutica, técnica que tem oposição de religiosos e conservadores. Como já é de costume, a Globo irá introduzir na série depoimentos de brasileiros.’