Monday, 25 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Paulo Verlaine

‘Quarta-feira é o dia da semana em que O Povo dedica uma página aos leitores. É o espaço chamado ‘Fala Cidadão’ ampliado. Inexplicavelmente, na quarta-feira última (4/6), no entanto, nenhuma carta foi publicada. Os leitores Paulo Marcelo Farias Moreira, professor da Uece, e Paulo Rocha estranharam e fizeram reclamações ao ombudsman.

Diz o professor Paulo Marcelo Farias: ‘Fiquei surpreso com a edição de hoje por não encontrar uma só carta de algum leitor. Acompanho o jornal desde menino e não lembro de fato tão esquisito. Achei uma falha gravíssima, mas estou certo de que o problema foi maior ainda, pois numa quarta-feira o jornal dedica uma página inteira para que todos possam expressar suas opiniões’.

Paulo Rocha também protestou: ‘Lamentavelmente, sem nenhuma justificativa e muito menos satisfação dada ao seu cliente, O Povo deixa de publicar na sua edição de hoje (04) o espaço mais democrático do jornal, o ‘Fala, cidadão’. A falha se torna mais grave ainda, sendo hoje, uma quarta-feira, dia em que O Povo cede uma página inteira desse importante e conceituado veículo de comunicação, para o que leitor, cidadão comum, possa praticar o exercício da cidadania’.

O editor-executivo de Opinião e editor sênior do O Povo, Valdemar Menezes, explicou que problemas técnicos acarretaram a não-publicação das cartas dos leitores na página ‘Fala Cidadão’. Acrescenta que esses entraves estão sendo normalizados e que nos próximos dias o espaço dedicado aos leitores será restabelecido na página determinada.

‘Erramos’

Eu acrescento: Não foi publicada também, na quarta-feira última (4/6), a seção ‘Erramos’, embora houvesse muitas retificações pendentes. Ocorre também que as retificações do espaço ‘Erramos’ estão saindo com atraso, às vezes de mais de uma semana. O leitor constata o erro, mas, infelizmente, não vê a retificação no dia seguinte, o que é lamentável. A seção ‘Erramos’, implantada neste jornal, é um espaço dignificante e, por isso mesmo, deve estar constantemente atualizada. Se possível, até na edição on line do jornal, como já foi sugerido nesta coluna por mim e pelo leitor Daniel Fonseca.

Tráfico de armas

. ‘Polícia apreende nove armas por dia’ (manchete da página 9, Fortaleza, 3/6). O Povo toca na ponta de um grande iceberg: o tráfico de armas em Fortaleza. O assunto merece prosseguimento. É uma atividade tão nociva – chego até a dizer mais nociva – quanto o tráfico de drogas. De onde saem armas que adolescentes e adultos usam nos assaltos diários que acontecem na cidade? Como atuam os mercadores da morte? É um grande desafio jornalístico. Fica a sugestão.

Vale lembrar a questão do referendo realizado em 23 de outubro de 2005 quando a proibição do comércio de armas de fogo e munição no Brasil foi rejeitada por quase dois terços dos eleitores. Vale salientar que o Governo federal e a mídia se empenharam em favor da proibição. Por que a derrota? Porque a população não viu nenhum esforço sério para desarmar os bandidos e neutralizar o tráfico ilegal de armas. Por que então proibir o cidadão de bem de ter uma arma em casa para defender o lar? Foi essa a leitura da população.

Coração artificial

‘Deputados doam recursos para implante’, diz a manchete da página 6 (Fortaleza) da última sexta-feira. Duas observações: O título diz que ‘deputados doam’. Mas, o texto é bem claro: ‘O presidente da Casa, Domingos Filho (PMDB), e os deputados estaduais Nelson Martins (PT) e Lula Moraes (PCdoB) garantiram a doação de R$ 30 mil, valor aproximado do dispositivo (coração artificial), por meio de emenda orçamentária. O título dá a entender que foi uma doação pessoal dos deputados. Se foi por emenda orçamentária, o certo seria dizer ‘Assembléia doa recursos para implante’. O alerta foi feito pelo jornalista Pedro Paulo.

Israel

O diretor de Comunicação Social da Sociedade Israelita do Ceará, Saulo Tavares, protesta contra o comentário feita na seção internacional (25/5) do caderno People, do jornalista Frederico Fontenele Farias. Para Saulo, ‘o jornalista Frederico Fontenele Farias diz simpatizar com Israel, mas sempre coloca comentários onde enfatiza pretensas características negativas do país. É fato que algumas vezes coloca algo positivo, mas o destaque fica mesmo para o negativo’.

Prossegue: ‘Ao acusar Ben Gurion, Rabin, Begin, Shamir e Ariel Sharon de ‘limpeza étnica’, inclusive se referindo aos três últimos como ‘facínoras’ e a Begin em especial como ‘terrorista sanguinário e atroz’, Fontenele Farias demonstra seu total desconhecimento sobre História de Israel e sua disposição em acatar sempre e sem questionamentos quaisquer acusações que sejam feitas contra seus líderes e contra aqueles que defendem o país contra seus inimigos, como as feitas por Ilan Pappe.’

Acrescenta Saulo: ‘Concluindo. Não se vê o jornalista criticar, em suas colunas de domingo, os que diariamente ameaçam e agridem Israel. Também causa espécie seu total desinteresse quanto à espoliação do cartel petroleiro islamita da OPEP, que está sangrando os países pobres, para obter recursos com o objetivo de ‘varrer Israel do mapa’. Esse silêncio seria uma solidariedade contra o álcool brasileiro, que se dispõe a ser combustível alternativo ao que é vendido pelos inimigos de Israel, os reais responsáveis pela fome que assombra o planeta?’

Procuramos ouvir Frederico Fontenele Farias, mas o jornalista se encontra de férias. De qualquer maneira, o espaço da Coluna está à disposição dele para quaisquer esclarecimentos sobre o assunto.’