Monday, 23 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1319

Paulo Verlaine

‘A manchete da página 10 (Fortaleza, 26/6) – ‘Polícia apreende R$ 1,1 milhão’ – mereceu questionamento do leitor Thiago Feitosa, que indaga por que o jornal não divulga os nomes das pessoas presas pela ‘Operação Quixadá’, da Polícia Federal.

Diz Thiago Feitosa: ‘A polícia diz que não divulga, mas quando a imprensa quer saber, descobre, e anuncia sem dificuldades. Nesta operação que desbrava Fortaleza há alguns dias a imprensa não dá rosto aos envolvidos e muito menos os nomes dos ladrões do escambo cearense’.

Prossegue, mais adiante: ‘Então diante o dilema, a imprensa cearense vai ficar muda, acomodada, caladinha da silva, informando os detalhes da operação e censurando os nomes dos criminosos? Se fosse coisa de pobre apareciam fotos, filmagens com closes nos envolvidos, e até entrevistas com os suspeitos. Agora, como é ‘rico’, a coisa fica abafada para se cair no esquecimento da nação. Dar nomes aos criminosos já é um bom caminho para se fazer a justiça. Na hora de roubar e se aproveitar do produto do roubo eles têm nome de empresário, saem em colunas sociais, agora na hora de pagar pela prática espúria ficam em silêncio na cumplicidade da própria polícia e pior ainda da imprensa. Ache bom ou ruim, é isto!’

RESPOSTA

A Chefia de Redação respondeu que não publicou a lista das pessoas presas na Operação Quixadá para não prejudicar as investigações realizadas neste momento pela Polícia Federal. E que esse é um procedimento há muito adotado pelo O POVO para todos os casos, independente de classe social.

FILÓSOFO REEDITADO

O professor Diatahy B. de Menezes manda e-mail à Coluna no qual faz algumas considerações críticas sobre a matéria ‘O filósofo cearense Farias Brito ganha releitura’ (Vida & Arte, página 7, 24/6). Eis a mensagem:

‘Aproveito, assim, para enviar curto comentário a uma matéria saída hoje (terça-feira última) no Vida & Arte sobre nosso filosofo Farias Brito. A matéria é frágil de conteúdo e de redação. A começar do título: F. B. não ganhou uma releitura, mas sim, uma reedição mais cuidadosa e com aparato crítico, conforme explica seu organizador, professor Cerqueira. Releitura significa nova interpretação, e não foi este o caso.

Além disso, a matéria foi posta num espaço secundário do caderno de hoje, o qual dá destaque a assuntos de menor relevância. Por outro lado, a certa altura o jornalista autor da matéria afirma que Farias Brito derrotou Euclydes da Cunha no concurso público para a cadeira de Lógica do Colégio Pedro II (Rio). Farias Brito, efetivamente, poderia ser mais competente em filosofia do que E. da Cunha, mas foi este quem levou o primeiro lugar, e assumiu a cadeira. Deu poucas aulas, pois logo foi assassinado no confronto com o amante de sua mulher. Com a morte de E. da C., Farias Brito, o concorrente, assumiu o ensino de Lógica do Pedro II.

Outro aspecto lastimável do relativo desprezo dessa matéria com relação a Farias Brito e face à sua importância na inteligência brasileira reside no fato de que a edição do Vida & Arte omitiu a entrevista que foi realizada com o professor Cerqueira, um especialista na obra de F. B., deixando-a on-line no conteúdo extra. De todo modo, o leitor que tiver a curiosidade de examinar esse conteúdo vai estranhar a fragilidade do entrevistador por suas perguntas aí formuladas’.

ERRO, EM PARTE

Regina Ribeiro, editora-assistente do Núcleo de Cultura & Entretenimento (do qual faz parte o caderno Vida & Arte) responde ao professor Diatahy B. de Menezes:

‘Nós cometemos um erro. Lamentavelmente. Não ficamos numa situação confortável em afirmar isso, mas erramos em não deixar claro a reedição do trabalho do filósofo cearense Farias Brito. Quanto ao restante do texto publicado na última terça-feira no caderno Vida & Arte, as informações estão corretas e tiveram como fonte o artigo do Júlio Filizola Neto que estava defendendo o título de doutor com a tese sobre a vida e a obra de Farias Brito, que teve como um dos avaliadores o professor Luiz Alberto Cerqueira’.

PLANETÁRIO

A matéria ‘Planetário será transferido para Sobral’ (página 11, Ceará) deixou dúvidas. O planetário sairá do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura para Sobral antes ou depois de chegar o novo equipamento para Fortaleza? Se for antes da chegada do novo equipamento, Fortaleza sairá perdendo. O planetário era uma antiga reivindicação de estudiosos de Astronomia da capital cearense e hoje é quase um símbolo visual do Dragão do Mar, além de ser bastante visitado por turistas e fortalezenses (estudantes e pesquisadores). Vão tirá-lo de Fortaleza e levá-lo para Sobral, sem mais nem menos?

ARRAIA, SIM. PIPA, NÃO

Alguém já disse que O POVO não fala a linguagem dos cearenses. É o que demonstra a chamada de primeira página, com foto (26/6): ‘Pipas causam danos na fiação elétrica’. A maioria das crianças e adolescentes deste Estado não sabe o que é ‘pipa’ e sim ‘arraia’, brinquedo também conhecido como ‘papagaio’, formado por ‘uma armação de varetas de madeira leve, coberta de papel fino, e que, por meio de uma linha, se empina, mantendo-se no ar’, como define o Novo Aurélio. ‘Pipa’ é palavra mais usada no Sul e Sudeste. No Nordeste, especialmente no Ceará, o brinquedo leva o nome de ‘arraia’ devido ao formato parecido com o do peixe que tem a mesma denominação.’