Wednesday, 18 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1318

Pela manutenção da TV educativa do Paraná

As questões levantadas no programa Brasil Nação [TV Paraná Educativa] não devem ser tratadas com amenidade ou como entretenimento e sim com grande seriedade e força. A grande mídia já nos encharca o suficiente de entretenimento alienante. Os blogs da direita insistem em desqualificar o programa se utilizando de termos como ‘bolivarianismo’, ‘chavismo’ e ‘cocalero’ numa clara alusão ao Jornal da Telesur – que cumpre a função que está na constituição brasileira de ‘construir a integração latinoamericana’ –, não só num total desrespeito aos povos da América Latina, como de seus dirigentes e também de todo um movimento de independência que construímos com luta e consciência há décadas.

Tentam, diariamente, desmantelar – orquestrados pelos jornalões e revistas da grande mídia – o pouco que há de uma programação democrática, pública, construtora, socializadora, educadora e diversificada que a emissora estruturou nos últimos anos, pelos esforços do governador Roberto Requião. Brasil Nação e Telesur são os dois programas visados pela direita justamente por serem os programas que ‘desalinham’ o pensamento hegemônico.

Massa

Brasil Nação é um programa que dá espaço para atores sociais e personagens que são sistematicamente vetados ou com escassa presença em outras emissoras, dando visibilidade e voz a essa gente que, na sua luta diária, busca evoluir, falando a um público alienado pelas TVs sem cultura que lhes amortecem a capacidade de reflexão com programas de baixo nível que insistem em chamar de entretenimento, recheados de propagandas consumistas e consumidoras dos que assistem. Já há muito ‘entretenimento’ no mundo que visa deliberadamente manter a ‘massa’ (como chamam a gente brasileira) atrelada a um mundo de ilusões costuradas com o viés do consumismo – essa ‘massa’ que os engorda no corpo e no bolso mas que apenas lhes serve se for mantida encilhada com força nas rédeas de seu jugo.

Governo

O governador Orlando Pessuti diz em seu discurso de posse que ‘A Educação é um dos setores com que mais nos preocupamos (…) O Paraná não para, voltar atrás nunca mais. Não nas nossas mãos (…) Sinto na pele e na alma o desejo de servi-los, com toda minha força e meu coração, sempre dialogando e ouvindo o meu povo do Paraná (…) Se não for para governar para o povo, para mim não teria o menor sentido’.

Acreditamos que o governador Pessuti, pela sua trajetória nacionalista e democrática, compreende perfeitamente que programas da linha de um Brasil Nação e Jornal da Telesur são programas que simbolizam um diferencial numa TV brasileira tão marcada por alienação, manipulação e pensamento único. Por isso mesmo apelamos para que o governador decida pela sua manutenção na linha editorial original na grade da emissora, já que em toda a sua história de luta buscou defender uma soberania informativa e uma TV com características educativas e formadora de uma cidadania crítica e participante. Prezado governador Pessuti, contamos e agradecemos seu apoio na luta pela manutenção destes programas e na linha progressista da TV Paraná Educativa, livre das perniciosas propagandas.

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Encoberta pelas notícias dos shows diários da Copa do Mundo, o país pouco percebeu a tragédia enfrentada pelos estados de Alagoas e Pernambuco desde a sexta-feira (18/6). Chuvas e enchentes nos rios da Zona da Mata deixaram cidades encobertas, milhares de pessoas desabrigadas e desalojadas, cujos números são difíceis de contabilizar. Na tentativa de acompanhar o que estava acontecendo – com um irmão vivendo na cidade de Palmares (PE) – fiquei impressionada com a falta de informações na imprensa. E quando as encontrava, quase telegráficas diluídas em outros contextos sem relevância, relegadas a segundo plano. No sábado (19), pelos jornais pernambucanos, conseguia-se um pouco mais de detalhe, apesar das poucas atualizações das matérias. Pelo Twitter percebia-se a aflição das pessoas em busca de informações dos seus parentes e noticiava-se rebelião no presídio da cidade, com fuga de presos e morte de um detento.

Confinado por 18 horas na Policlínica de Palmares, o repórter do site GiroPE relatou a aflição da cidade a espera de socorro. Parecia ser a única fonte de informação. Na TV, o drama parecia estar restrito a Recife. Só em Pernambuco, cinco cidades em estado de emergência, duas em calamidade pública, seis cidades em emergência e calamidade pública, e mais outras quatro ainda podem ser decretadas como calamidade pública (ver aqui). Em Alagoas, 15 cidades também estão em calamidade pública. Nos dois estados 50.000 (?) desabrigados/desalojados, quase 30 (?) mortos. Falam de mais de mil desaparecidos.

Conviria promover uma reflexão sobre como os meios de comunicação definem suas notícias prioritárias e o peso que conferem a elas. A sensação que tenho é que a notícia foi dada como um cumprimento de obrigação… mais um sofrimento no Nordeste.

Imagens da tragédia, pelo Jornal do Commercio (Pernambuco): visão geral da Zona da Mata Sul, Palmares e Cortês. (Patricia Reis da Silva, Brasília, DF)

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Todos os anos o governo e a imprensa brasileira comemoram os recordes de produção de grãos. Estes recordes estão ligados à utilização de sementes e defensivos agrícolas fabricados pela Monsanto. Os produtos fabricados pela Monsanto, entretanto, não são nem bioagradáveis, nem inofensivos. Os produtos Monsanto produzem doenças graves. É justamente disto que este documentário trata. Infelizmente nenhuma TV aberta se interessou pelo documentário. Nem mesmo as ditas TVs educativas tiveram coragem de passar este documentário. (Fábio de Oliveira Ribeiro, advogado, Osasco, SP)

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Professora, Curitiba, PR