É uma indignidade o que alguns aparelhos ideológicos travestidos de revista informativa estão fazendo com a boiada, digo, com a opinião pública brasileira. Na matéria ‘Os gastos que Lula quer esconder’ http://www.terra.com.br/istoe/edicoes/1998/artigo72496-1.htm, a revista IstoÉ leva o leitor a considerações equivocadas manipulando sutilmente a informação divulgada, baseado no nome da empresa contratada. Na matéria ‘Cartões corporativos: transparência e investigação‘, neste Observatório, comenta-se que ‘quando não havia tantos recursos tecnológicos disponíveis, era preciso que um bom repórter tivesse uma boa fonte. Já hoje, a fonte pode ser virtual, como um banco de dados, mas o repórter precisa ter espírito investigativo’. Mais que isso, o repórter precisa ter caráter.
Uma visita à fonte Portal da Transparência (buscar ‘Brasilia Sede’, ‘1º Trimestre’, ‘2007’, contrato 40183) esclarece que o contrato licitado por pregão teve como objeto ‘Serviços de Ginástica Laboral’, uma conquista do trabalhador do Serpro para evitar a LER e outros males oriundos do exercício da profissão. A informação estava lá claramente, mas o ‘jornalista’ preferiu ignorar e sutilmente ‘informa’ que o Serpro gastou 147 mil reais com ‘empresa de massagens’. Até o valor está errado, o contrato era de 172 mil reais.
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Observando o comportamento da maioria dos jornalistas, em notas, comentários, postura em entrevistas etc, parece que está em curso no Brasil uma grande ‘gincana’, onde os que mais agridem, caluniam ou prejudicam o governo Lula e o PT recebem mais ‘pontos’.
Quem seria o coordenador e patrocinador desse jogos escusos? Quais seriam os ‘prêmios’? Fatos de pouca importância são transformados em ‘crises’, ‘escândalos’ e que tais, mesmo em casos em que o governo teve a menor culpa ou não teve a menor participação. O ‘causaéreo’ constitui um exemplo típico. O ‘escândalo’ dos cartões é a bola da vez. O uso de cartões em São Paulo e as fraudes no metrô apresentam gravidade suficiente para uma investigação isenta, não apenas de caráter ‘faixa branca’. Esse assunto foi rapidamente ‘esquecido’ pela imprensa. Certamente para não perder ‘pontos’.
Generalizando, todos os podres dos tucanos são sistematicamente escondidos, minimizados ou distorcidos para que eles tornem o PSDB vítima de uma ação diabólica do PT. Outro ponto é a campanha sistemática para baixar a auto-estima do brasileiro. Somos os melhores do mundo em várias atividades econômicas, mas a ‘grande’ (?) imprensa mostra o país como sendo pior que o Haiti. (Raphael Gestoni, economista, Campinas, SP)
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A pergunta da urna eletrônica do OI é ambígua ou mal formulada. O companheiríssimo Lula elogiou a imprensa. Concordo com a imprensa ter divulgado ‘o caso’ dos cartões corporativos do governo. Não concordo com o companheiríssimo ter elogiado a imprensa. Votei ‘NÃO’ porque discordo do companheiríssimo ter elogiado a imprensa. O companheiríssimo não devia ter elogiado a imprensa e sim ter criticado o seu próprio governo. A impressão que me dá é que esse ‘não’ que está ganhando é um ‘não’ à imprensa e não ao companheiríssimo Lula. Afinal, se eu discordo do elogio à imprensa do companheríssimo Lula, devo votar ‘sim’ ou ‘não’? Acredito que a pergunta deveria ser: ‘A imprensa merece ser elogiada pela cobertura do `caso´ dos cartões corporativos?’ Ou: ‘A imprensa está cobrindo bem o `caso´ dos cartões corporativos do governo federal?’ Por que e para que inserir o companheiríssimo Lula se ele é parte do `caso´? Afinal, o Observatório da Imprensa é para observar a imprensa e não para observar o companheiríssimo Lula! Mesmo que o o Lula seja companheiríssimo. (Ney José Pereira, contador, São Paulo, SP)
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Analista de sistemas, Salvador, BA