O vereador Tião Farias (PSDB), da cidade de São Paulo, propôs uma lei para que todos os jogos de futebol do Campeonato Paulista realizados na cidade só pudessem começar até às 21h.
A lei é razoável. Se o jogo começa às 19h30, o torcedor tem tempo de se locomover do trabalho para o estádio, assistir ao jogo e chegar em casa por volta das 22h, com tempo para tomar banho, alimentar-se e dormir as horas de sono necessárias para enfrentar outro dia de trabalho.
Apesar de aprovada na Câmara, o prefeito Gilberto Kassab vetou a lei. Resultado: alguns jogos vão continuar a ser realizados no péssimo horário das 21h45, ou seja, depois da novela.
Uma partida de futebol começar quase às 22h é absurdo. Os estádios ficam vazios, o que diminui o apoio da torcida, pode afetar o desempenho da equipe (pois é comprovado que, com o apoio, os times sentem-se mais estimulados) e, conseqüentemente, a receita dos clubes cai consideravelmente.
Quem sai ganhando?
Ouvi no rádio alguns comentaristas defendendo o veto do prefeito porque ‘já estava no contrato de transmissão que os jogos seriam realizados às 21h45. Não pode haver quebra de contrato. A emissora comprou uma coisa e é errado receber outra’.
A emissora em questão é a Globo. Com o horário das 21h45, quem sai ganhando? O torcedor, que vai ao estádio e chega em casa muito tarde e cansado, o clube, que tem prejuízos, ou até o telespectador, que acha que o jogo na TV termina muito tarde? Portanto, só a Globo sai vitoriosa.
‘Mas é errado! A Globo comprou uma coisa e não pode receber outra!’ Pobre Globo. Quer dizer que todo mundo tem que se ferrar para a nobre emissora se dar bem? Não mesmo! Ela que se vire para arrumar a grade de programação. O interesse da população deveria falar mais alto.
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Estudante de Jornalismo da Unesp de Bauru, SP