A coluna de Robin Givhan, editora de moda do Washington Post, sobre o decote de Hillary Clinton no Senado deu – e continua dando – o que falar. Na semana passada, a ombudsman do diário, Deborah Howell, comentou a polêmica. Como o assunto não cessou, Deborah decidiu abordá-lo mais uma vez, juntamente com outros dois temas controversos que recentemente geraram uma enxurrada de críticas dos leitores.
Na coluna deste domingo [5/8/07], a ombudsman tratou de ‘artigos provocativos’. Além do decote de Hillary, leitores continuam a escrever para ela para criticar a publicação de um artigo de opinião assinado por Ahmed Yousef, do Hamas, e de um artigo do aiatolá Muhammad Hussein Fadlallah, partidário do Hezbollah, divulgado na seção sobre religião do sítio do diário.
Estimular o debate
Artigos opinativos têm como objetivo estimular os leitores a formular suas próprias opiniões, e não dizer a eles no que devem acreditar ou como devem pensar. As melhores colunas de opinião são aquelas baseadas em fatos e argumentos que embasam um determinado ponto de vista. Para tanto, elas são, geralmente, escritas por especialistas no tema em questão.
Se os colunistas não forem provocativos e interessantes o suficiente, suas colunas não serão lidas, sentencia Deborah. Há leitores que chegaram a questionar se a coluna de Robin foi armada para atrair mídia para Hillary. Ann Lewis, conselheira da senadora e pré-candidata à presidência, diz que não.
Duas cabeças
Para avaliar como leitores e profissionais de imprensa pensam de maneira diferente sobre as colunas de opinião, Deborah fez uma enquete com os jornalistas da redação do Post: a coluna sobre o decote de Hillary Clinton deveria ter sido publicada? Nenhum deles foi contrário à publicação. O mesmo ocorreu com as colunas escritas pelos homens ligados ao Hamas e ao Hezbollah; os artigos foram considerados importantes para ajudar os leitores a compreender os pontos de vista daqueles freqüentemente tidos como inimigos dos EUA.