Enquanto os prêmios de jornalismo estão em baixa, os rankings que medem a liberdade de imprensa estão em alta.
É fácil compreender o desequilíbrio porque todos querem oferecer um premiozinho aos jornalistas porque em troca podem ganhar as boas graças da imprensa. Mas as avaliações sobre a qualidade da informação ou sobre a liberdade no exercício do jornalismo exigem trabalho, critérios, medições e acompanhamento regular in loco.
Não são muitas as entidades que se dedicam ao monitoramento da imprensa no mundo, uma delas, talvez mais credenciada, é a ONG ‘Repórteres sem Fronteiras’ que rastreia a situação da imprensa no mundo faz seis anos consecutivos.
O sexto relatório ontem divulgado não foi favorável ao Brasil. Caímos nove posições em matéria de liberdade de informação, estávamos na posição 54 e caímos para a posição 71.
Na América do Sul fomos empurrados para a quinta pior classificação, à frente apenas de países notoriamente arbitrários como o Paraguai e Venezuela. A avaliação considera um conjunto de violações – quantos jornalistas foram mortos ou presos, quantos foram processados ou censurados.
No nosso caso também foram contadas as ameaças por parte de autoridades, políticos ou partidos.
Esta modalidade talvez seja a grande responsável pela piora da nossa colocação já que sob o pretexto de criticar a imprensa – o que é legítimo – nossos governantes e políticos passaram a intimidá-la.
Isto é ilegítimo.